Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 807

Renato apertava os lábios com força. Já não acreditava em uma só palavra do que Vi dizia.

Beatriz, com certeza, não amava Gabriel. Afinal, no acordo de divórcio, ela abriu mão de tudo, saiu de mãos abanando apenas para se afastar daquele homem de forma rápida e definitiva.

O processo ainda se arrastara por duas ações judiciais, e Beatriz fez de tudo para conseguir a separação.

Logo depois de deixar a família Pereira, a primeira coisa que fez foi entrar na Aurora, a empresa de seu colega de faculdade, justamente aquele por quem ela nutria sentimentos.

Renato observava a foto artística do fundador da Aurora. O sujeito tinha, de fato, certa beleza, um rosto considerado atraente.

E, segundo o que ele descobrira, dentro da Aurora todos já comentavam os rumores de um romance entre Daniel e Beatriz.

Poucos dias atrás, o próprio Daniel havia enviado um e-mail público para defendê-la das calúnias.

Era quase certo que os dois acabariam juntos. Daniel parecia ser o verdadeiro amor de Beatriz.

Enquanto pensava nisso, a porta do escritório se abriu. Renato levantou os olhos e viu que era seu pai.

Disfarçadamente, ele colocou os papéis de volta sobre a mesa, cobrindo justamente a foto de Beatriz em seu currículo.

— Pai. — Cumprimentou Renato, levantando-se.

— A reunião terminou e pensei que você não estivesse ocupado por enquanto. — Disse Luciano.

— Aconteceu alguma coisa? — Perguntou Renato.

— Queria saber se você tem alguma ideia de que, naquela época, entre seus tios ou tias, algum dos filhos acabou ficando no país. — Disse Luciano.

— Não sei ao certo. Mas os tios todos não foram para o exterior depois? Acho que não ficou ninguém aqui. — Renato balançou a cabeça.

— E se algum dos mais novos tivesse se casado e ficado no país? — Insistiu Luciano.

— Então, com certeza, o senhor teria recebido um convite de casamento. — Respondeu Renato.

Luciano apertou levemente os lábios e suspirou antes de falar:

— Eu estava pensando nos descendentes da geração do seu avô. Com o tempo fomos nos afastando e nunca mais mantivemos contato.

— E por que agora essa vontade de procurar velhos conhecidos? Vai tentar retomar os laços? — Perguntou Renato.

— Você tem todo esse dinheiro?

— Tenho sim. Foi meu irmão que me deu. Como eu gasto pouco, queria ajudar as crianças e também os doentes graves. — Respondeu Vitória com docilidade.

Lorena ficou comovida com aquela generosidade e, inspirada, doou mais vinte milhões.

O evento prosseguia, e enquanto Lorena conversava com o fundador da fundação, Vitória aproveitou para enviar uma mensagem escondida ao diretor do orfanato.

[Já transferi metade do dinheiro para a conta da fundação. Comece logo o trabalho.]

Usava o mesmo cartão com que, no passado, entrara em contato com Vinícius e os outros.

Mas, para sua surpresa, o diretor ganancioso decidiu aumentar o preço em cima da hora. Disse que os cinquenta milhões não bastavam, exigindo mais trinta.

A justificativa era de que os preços no mercado negro tinham disparado e, portanto, ele queria mais dinheiro.

Vitória rangeu os dentes de raiva, mas naquele momento não tinha alternativa. Ele era o único contato que podia usar e já sabia demais sobre ela.