Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 817

Com essa conclusão, Gabriel já queria ligar imediatamente para Renato, mas recebeu primeiro a chamada do Sr. Henrique.

— Já estou sabendo do desaparecimento da Beatriz. Você ainda não se recuperou da fratura, então não se mova à toa. Meus homens já estão perseguindo os culpados com toda a força. — A voz calma do Sr. Henrique soava do outro lado da linha.

Gabriel respondeu apenas para não contrariar, mas, na prática, forçava-se a erguer e tentava sair.

Cada segundo em que Beatriz permanecia nas mãos deles significava um risco maior para ela.

Ele se arrastava com esforço até a cadeira de rodas, ao mesmo tempo em que discava o número de Renato.

A ligação foi atendida depois de uns dez segundos, e Gabriel já explodia em gritos:

— Renato! Você não é humano, seu desgraçado! O que diabos você quer que eu faça para deixar a Beatriz em paz?! A Beatriz não tem culpa nenhuma! Se quer se vingar por causa da Vitória, venha atrás de mim! Bata em mim mais uma vez, eu não reclamo! Mas por que insiste em perseguir a Beatriz? Vai precisar vê-la morta para se satisfazer?!

No Hotel Visqui, Renato acabava de sair do banho quando atendeu ao telefone. A primeira coisa que ouviu foi Gabriel despejando insultos e acusações sem parar.

A raiva o dominou de imediato.

— Gabriel, você enlouqueceu de vez para me ligar no meio da madrugada desse jeito? — Rosnou ele.

Para Renato, no máximo não conseguia dar à Beatriz uma explicação definitiva. Mas como isso poderia significar que queria a morte dela?

Seria que Gabriel achava que, por ter o Sr. Henrique como apoio, ele não ousaria encostar-lhe um dedo?

— O louco é você! — A voz de Gabriel voltava do outro lado, carregada de fúria. — Eu vejo é que você não tem um pingo de humanidade! Por que não deixa a Beatriz em paz, uma vez sequer?!

Renato cerrava o maxilar, o rosto tomado por uma expressão sombria. O humor dele despencava no fundo do poço. Se Gabriel estivesse diante dele naquele momento, não se daria ao trabalho de discutir: partiria direto para a agressão física.

— Se está doente, vá se tratar. Depois daquele acidente, acho que seu cérebro virou mingau. — Disse Renato, com frieza, prestes a encerrar a ligação daquele louco e até bloqueá-lo.

Mas, no instante anterior a desligar, a voz de Gabriel explodiu de novo, tomada pelo desespero:

— Eu vi a sua secretária! Foi você quem mandou ela atrair a Beatriz, e depois…

Renato já não ouviu o resto, pois seu dedo pressionara o botão de encerrar antes mesmo das palavras terminarem.

Ainda assim, franziu levemente a testa.

Renato congelou, atônito com a pergunta. Naquele momento, a porta da sala se abriu.

Luciano entrou e, ao vê-lo, disparou sem rodeios:

— O Sr. Henrique me ligou. Disse que você mandou sua secretária atrair a Beatriz e depois ordenar que a atacassem. Agora ela está desaparecida.

— Eu não fiz isso. — Renato negou de imediato.

Luciano ergueu o celular, mostrando a tela:

— Esta foto foi tirada há vinte minutos. Está com marca-d’água. É a Karine, sem dúvida.

Renato fixou o olhar na imagem, os lábios comprimidos.

— Eu não mandei sequestrar a Beatriz. Só… — Hesitou, baixando o tom.

“Só pedi para ela trazer um pouco do cabelo da Beatriz.”