Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 821

Será que aquele grupo conseguiria, afinal, ter sucesso? Será que ela podia arriscar?

Se a aposta desse certo, tudo estaria resolvido. Mas se desse errado... Então nem a própria vida conseguiria preservar.

Nessa balança de dúvidas e receios, Vitória cerrava os dentes, as mãos apertadas uma contra a outra, andando de um lado para o outro, nervosa e aflita.

De um lado, não conseguia abrir mão de uma fortuna tão grandiosa. Do outro, o medo a corroía em silêncio.

O diretor do orfanato havia lhe telefonado. Se realmente havia chance de sucesso, por que ele teria feito aquela ligação?

Com certeza, era porque o grupo já via o fracasso se aproximando e, em cima da hora, resolvera avisá-lo.

Se fosse assim, a situação dela se tornava perigosíssima.

Com esse pensamento, Vitória, ainda inconformada, pegou o celular e ligou de volta mais uma vez, decidida a tirar tudo a limpo.

Mas, dessa vez, não importava quantas tentativas fizesse, trocando de número e insistindo em mais de dez ligações, ninguém atendia do outro lado.

Essa situação só aumentava ainda mais o pavor e a angústia de Vitória, que não podia evitar imaginar o pior.

Quase no instante seguinte, abriu o armário às pressas e pegou todas as joias e adornos valiosos, jogando-os de uma vez dentro da bolsa.

Assim que terminou, ainda atordoada e calçando chinelos às pressas, correu em direção à sala.

Foi justamente nesse momento que a campainha tocou.

O som ecoou como um chamado fúnebre, fazendo o coração de Vitória disparar ainda mais rápido. Todo o corpo dela se retesou, e a palma da mão começou a tremer, fria e fraca.

A essa hora, quem poderia procurá-la?

O último andar inteiro já estava reservado por Renato, e apenas a família Cardoso podia aparecer por ali.

Será que eles já tinham descoberto tudo e vinham agora prendê-la?

Vitória rangeu os dentes, o rosto tomado pela aflição, pelo medo e pela ansiedade. Virou-se de repente para o outro lado, desesperada em busca de uma rota de fuga.

Quem apareceu do lado de fora não era Renato, era Luciano.

— Pai... — Murmurou Vitória, com os lábios trêmulos.

— Você ainda não dormiu? — Perguntou Luciano. — Pensei que já estivesse na cama, que só tivesse me ouvido bater.

— Não... Eu estava mexendo no celular, ainda no quarto... Acabei não escutando logo.

A voz de Vitória saiu fraca, vacilante pelo nervosismo, quase num sussurro.

Já não conseguia fingir como antes. Desta vez, estava em jogo uma questão de vida ou morte e, pior, aquele fracasso seria o terceiro consecutivo.

Luciano notou algo estranho em sua expressão, mas atribuiu apenas ao cansaço de ter passado tempo demais no celular, sem dar maior importância.

Então revelou o motivo da visita, fazendo a pergunta que trazia:

— Vi, a Beatriz foi sequestrada de novo esta noite. Foi você quem fez isso?