Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 855

— Quantas vezes já aconteceram essas informações que você passou para ela sobre os meus passos? — Perguntou Eduardo.

Ao ouvir isso, o motorista hesitou. Essa pausa bastou para que os olhos de Eduardo se arregalassem.

A pergunta havia sido feita quase como retórica, mas agora ficava claro: não era a primeira vez.

— Enquanto eu ainda tenho paciência, é melhor você falar tudo de uma vez. — Disse Eduardo, já tomado pela raiva.

Assustado, o motorista não ousou mais ocultar nada. Em pânico, contou tudo de uma só vez:

— A Sra. Priscila só me mandava relatar quando o senhor encontrava a Srta. Beatriz. Fora isso, nunca perguntou nada. Mas… Quando estava com a Srta. Beatriz, houve ocasiões em que ela lhe levou comida, quando o senhor a levou de volta para casa… E até quando o senhor entrou no condomínio com ela nos braços…

Eduardo, ouvindo aquelas descrições, começou a remontar a linha do tempo em sua mente. Quanto mais lembrava, mais atônito ficava.

Tudo aquilo já vinha acontecendo havia muito tempo.

— Mas a Sra. Priscila nunca me deu outras ordens. Apenas perguntava, só queria saber. Nunca me pediu para agir em mais nada. — Completou o motorista, com a cabeça abaixada e a voz trêmula.

Ele não sabia qual seria o destino depois daquilo. Afinal, desobedecer às ordens da mãe de Eduardo estava fora de questão. Ela era a mãe do patrão, e ele, um simples motorista. Como poderia resistir?

Enquanto se preparava, ansioso, para enfrentar a punição, Eduardo falou, a voz gélida como aço:

— Você, sendo meu motorista, se prestou a me vigiar a mando da minha mãe. Isso é uma violação da ética profissional. Está demitido. Vá imediatamente tratar da sua rescisão. Eu não vou processá-lo.

O motorista quase chorou de alívio. Aquela era, de fato, a melhor saída: perder o emprego, mas escapar da prisão.

Eduardo virou-se e entrou no elevador. O humor estava em frangalhos. Irritado, impaciente, tomado por uma raiva sufocante.

Como sua mãe podia ter feito aquilo? Tudo sem fundamento, apenas por desconfiança, intrometendo-se na vida dele de forma tão arbitrária.

Enquanto pensava em tudo isso, de repente lhe veio à mente a lembrança do relógio que Beatriz havia confiado a Letícia para lhe entregar na noite anterior.

Foi de repente, tão brusco. Ela havia dito que, dali em diante, estariam quites, que não cozinharia mais para ele.

Mas até pouco tempo atrás, tinha aceitado de bom grado. Por que, então, essa decisão súbita?

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