Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 859

Priscila voltou a lembrar daquela ligação de pouco tempo atrás.

Eduardo tivera a chance de lhe contar tudo.

Mas não... A única coisa que ele dissera foi:

“Espero que você não se arrependa.”

Priscila levou a mão à testa. Agora, finalmente entendendo o peso daquelas palavras, sentiu vontade de ligar ou mandar uma mensagem para Eduardo.

No entanto, ao fim, apenas deixou o celular de lado e soltou um longo suspiro.

Naquele mesmo instante, do outro lado, em frente ao prédio de internação do hospital.

Gabriel estava sentado em uma cadeira de rodas, empurrado por um segurança. Mas não conseguia, de jeito nenhum, descobrir o número do quarto onde Beatriz estava internada.

E não foi só isso. Pouco depois, viu a secretária de Renato sair do elevador acompanhado de vários seguranças. Vieram direto em sua direção.

— Desculpe, Sr. Gabriel. Ordens do nosso chefe: o senhor não pode se aproximar da Srta. Beatriz. Por favor, volte. — Disse a secretária.

Gabriel a encarou em silêncio. Não recuou.

A secretária permaneceu firme, e os seguranças se alinharam diante dele, bloqueando a passagem.

Gabriel não discutiu. Sabia que aquela era a vontade de Renato, e a secretária não passava de um capacho obediente.

Pegou o celular para ligar diretamente para Renato. Mas, assim que chamou, veio o aviso de linha ocupada. Estava bloqueado.

Ele não desistiu. Pediu ao mordomo os números de Luciano e Lorena. E, dessa vez, conseguiu completar a ligação.

— Sra. Lorena, boa tarde. Aqui é Gabriel, eu gostaria de... — Começou ele.

Mas não conseguiu terminar a frase. Do outro lado, Lorena desligou imediatamente.

Com os punhos cerrados, ele tentou mais uma vez, desta vez para Luciano.

A ligação atendeu, mas antes que Gabriel pudesse dizer qualquer coisa, a voz fria do outro lado o cortou:

— Não precisa ligar de novo. Eu nunca vou deixar você ver minha filha. E mais uma coisa, Gabriel: aquela confusão anterior entre você e minha filha... Em breve eu mesmo vou acertar as contas com você.

A ligação caiu de novo.

Gabriel ficou olhando para o celular, a cabeça baixa, os lábios comprimidos, os dedos apertando o aparelho com força.

Gabriel virou a cabeça para trás. O prédio inteiro da ala de internação estava à sua frente, janelas alinhadas uma ao lado da outra.

Em algum daqueles quartos estava Beatriz.

Tão perto... E, ainda assim, impossível alcançá-la.

Dentro do carro, o desânimo de Gabriel era profundo.

Preocupava-se com a segurança de Beatriz. Sabia que, com a família Cardoso ao lado dela, provavelmente não correria grande risco. Mas, ainda assim...

Ver com os próprios olhos era o único jeito de acalmar o coração.

De repente, uma ideia lhe ocorreu. Pegou o celular novamente e ligou para Letícia.

Como não tinha pensado nela antes?

Ele não podia subir para ver Beatriz, mas Letícia com certeza poderia.

Assim que a ligação foi atendida, Gabriel explicou sem rodeios: contou que Beatriz havia sido atacada na noite anterior e pediu que Letícia fosse ao hospital vê-la por ele.

— Eu já fui lá! — Respondeu Letícia, do outro lado. — Acabei de voltar para a empresa agora mesmo.