Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 913

Vendo que ele não respondia e o médico garantindo que não havia nada de grave, o Sr. Henrique desligou a chamada, furioso.

Na mansão da família Pereira, o mordomo tentou suavizar:

— Sr. Henrique, o Sr. Gabriel tem se comportado bem esses dias. Talvez esse rompante de hoje seja por algum motivo especial? — Perguntou ele com cuidado.

— Motivo nenhum! — Resmungou o velho com frieza. — O que ele tem é problema de cabeça!

O mordomo, sempre empenhado em apaziguar as brigas entre avô e neto, foi então perguntar com cuidado aos seguranças o que realmente tinha acontecido.

Mas a razão não era clara. O que se sabia era que o próprio Sr. Gabriel já tinha enviado homens para vigiar a entrada do setor de internação do Hospital Vida Nova. A ordem era simples: qualquer homem que tentasse visitar a Srta. Beatriz deveria ser expulso dali.

O mordomo ficou em dúvida se deveria reportar essa informação. E foi justamente nesse momento que o Sr. Henrique perguntou:

— Afinal, o que está acontecendo? — Exigiu ele.

Ele hesitou por um segundo e respondeu que nada havia acontecido. O velho, porém, percebeu a vacilação e o silêncio mal disfarçado, endureceu a expressão e disse, frio como gelo:

— Vai me obrigar a descobrir sozinho?

O mordomo, ao ouvir o tom do patriarca, não ousou mais esconder nada. Quando terminou o relato, o Sr. Henrique bateu a mão na mesa com força e explodiu:

— Vá! Diga aos seguranças para levarem o recado ao Gabriel: quem quiser visitar a Beatriz, que visite! Isso é escolha deles.

— Mesmo que ela aceite encontros, ou até um noivado, nada disso tem a menor relação com ele! — Continuou o Henrique, o olhar endurecido. — No máximo, ele é um ex-marido. Que direito pensa ter de se meter na vida dela? De atrapalhar a felicidade dela?

O mordomo, ouvindo aquilo, só pôde transmitir a ordem de forma mais branda e acabou murmurando com certa melancolia:

— No fundo, Sr. Gabriel e a Srta. Beatriz pareciam feitos um para o outro… Uma pena.

— Feitos um para o outro? — Retrucou o velho, impassível. — Isso foi uma maldição. Por pouco não deixou a família Cardoso contra nós. Na época em que Beatriz mais amava Gabriel, ele estava apaixonado por Vitória. Depois, quando resolveu que era Beatriz quem ele queria, ela já estava magoada demais para voltar atrás. Se isso não é uma desgraça, é o quê?

O quarto estava silencioso. Gabriel olhava fixamente para o céu azul além da janela, perdido em devaneios. Na mente, tudo o que surgia eram imagens de Beatriz, cada gesto, cada sorriso.

Pouco depois, seu assistente Rafael entrou, trazendo uma pilha de documentos para assinatura e relatando ponto por ponto as pendências. Gabriel passou os olhos e assinou com rapidez.

Quando Rafael já recolhia os papéis para sair, Gabriel o fitou e, em voz baixa, ordenou:

— Vá visitar a Beatriz por mim. Quero que me traga notícias dela.

Rafael apenas assentiu, compreendendo, e saiu levando os documentos.

Meia hora mais tarde, ele já estava diante do Hospital Vida Nova, trazendo consigo um presente e um buquê de flores. Tudo segundo o plano traçado por Gabriel: contatar Letícia para que ela o levasse até Beatriz, contornando a vigilância da família Cardoso.

Rafael entrou no elevador e tudo corria conforme o esperado, até o azar cruzar seu caminho.

Na saída do décimo quinto andar, de repente deparou-se com Karine. Os olhos dela o reconheceram de imediato: era o assistente de Gabriel. O coração de Karine disparou e o alerta soou dentro dela. Sem pensar duas vezes, bloqueou a passagem e se preparou para expulsá-lo dali.