— Ele veio de boa vontade, Renato. Por que você precisa interrogá-lo como se fosse um criminoso? — Letícia soltou, erguendo uma sobrancelha.
— Então pergunte a ele por que está com cara de quem tem culpa no cartório. — Respondeu Renato sem alterar a expressão. — Veio por vontade própria ou alguém mandou?
Letícia parou por um instante; até Beatriz, deitada na cama, ficou em silêncio, observando.
— Eu vim por conta própria. — Apressou-se Rafael a explicar.
— Agora? — O tom de Renato ficou mais frio. — Não é fim de semana nem hora de folga. E mesmo assim você arranjou tempo para vir até aqui?
— Na verdade… Eu vim trazer uns documentos para o Sr. Gabriel. Aproveitei que tinha um tempinho e pensei em visitar a Srta. Beatriz. — Rafael engoliu seco.
— Engraçado. Eu não sabia que o primeiro assistente do Gabriel conseguia, no meio do expediente, tirar férias relâmpago para vir ao hospital. — Renato soltou um riso curto e cínico.
Rafael ficou completamente sem palavras, engolindo a seco. O peso da presença de Renato o esmagava; parecia que ia ser fulminado ali mesmo.
“Devia ter esperado até o fim do expediente para vir. Como pude esquecer disso?” pensou, desesperado.
Jamais teria imaginado que o próprio Sr. Renato estivesse no hospital. Se tivesse ligado os pontos lá atrás, quando encontrou a secretária dele no elevador, talvez tivesse se preparado melhor.
— O Rafael é meu amigo. — Disse Beatriz, encarando Renato com firmeza. — Ele veio me visitar por cuidado, por carinho. — Se vocês tentarem impedir qualquer amigo meu de me ver, então eu saio daqui. Não gosto de ser vigiada, muito menos controlada.
Renato virou-se em direção à cama. Os olhos dele encontraram os dela, e Beatriz não desviou o olhar. Havia uma frieza determinada em sua expressão, tão clara que ele só pôde recuar.
— Não foi isso que quis dizer… — Murmurou, num tom mais baixo. — Só não quero que aquele canalha chegue perto de você.
Beatriz não respondeu. Apenas retirou a atenção dele e voltou o olhar para outro lado.
Rafael, de canto, acompanhava a cena. Ficou surpreso ao ver o imponente Sr. Renato, tão autoritário instantes antes, amolecer diante de uma única frase de Beatriz.
Naquele momento, a hierarquia dentro da família Cardoso lhe pareceu cristalina. Até a postura dele mudou; sentiu-se respaldado, como se tivesse alguém por trás o defendendo.
“Absolvido.”
Respirou aliviado. Com cautela, foi caminhando até a porta. Renato, para sua surpresa, realmente deu um passo de lado e abriu passagem.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
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Eu não entendo: se eu quero pagar pra ler porque os capítulos tem que estar bloqueados???? Isso desestimula a leitura!!!! Desbloqueia por favor!!!!...
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Eu não entendo. Quero pagar pra ler e vcs não desbloqueiam!!!!...
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