Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 922

“Mano! Vem logo me salvar! Senão hoje eu não escapo do pior!”

Talvez aquele grito desesperado, mesmo preso em sua mente, tivesse chegado até Eduardo. Apesar do corredor estar todo coberto por tapete, ainda assim se ouviam as passadas abafadas de alguém correndo.

— Letícia? Letícia? — Eduardo já tinha alcançado o quarto da irmã. Viu a porta aberta e chamou com urgência.

Do outro lado da parede, Letícia ouviu a voz dele e se agitou ainda mais, forçando qualquer barulho para chamar sua atenção.

Eduardo não entendeu direito os sons, achando que ela estava em seu próprio quarto. Entrou e procurou rápido, mas não a encontrou.

Franziu o cenho, inquieto, e revirou os olhos pelo espaço. Foi então que sua visão captou, do lado de fora, uma silhueta atravessando o corredor em disparada.

Era apenas um vulto, cabelo curto, mas aquele rosto de perfil, mesmo num segundo, ele reconheceu sem sombra de dúvida.

— Vitória! — Bradou com raiva.

Partiu para persegui-la, já puxando o celular do bolso e discando em movimento.

Mas, no instante em que alcançava a saída da suíte, ouviu com clareza um som vindo do quarto ao lado.

Seu corpo girou num impulso.

Pelo vão da porta entreaberta, Eduardo viu Letícia caída no tapete, sendo subjugada, alguém se aproveitando dela sem pudor.

Uma onda de fúria lhe subiu direto à cabeça. Sem pensar duas vezes, entrou como uma tempestade e agarrou o agressor, socando-o com toda a força do corpo.

O impacto foi brutal, o homem cambaleou para o lado sob o golpe. Só então Eduardo, ofegante, conseguiu ver-lhe o rosto.

E congelou por um segundo. Era Renato.

E então Eduardo percebeu de vez: aquele era o quarto de Renato. A raiva subiu ainda mais, e ele cerrou o punho, pronto para socá-lo outra vez.

— Mano! Mano! — Letícia, enfim conseguindo respirar, chamou apressada. — Ele foi drogado! Está fora de si! Quem fez isso foi a Vitória! Manda alguém pegar ela, não pode deixar que fuja!

— Eu mesma vou explicar tudo pra eles...

Aquela noite, que deveria ser apenas um jantar de negócios, transformara-se em um escândalo. No salão do térreo, os convidados cochichavam, cada qual inventando versões e especulações.

O andar superior já estava isolado. Os jornalistas que tentaram se infiltrar foram expulsos sem piedade. O gerente do hotel, a equipe de segurança e a própria polícia haviam chegado ao local.

A família Martins inteira se fez presente, assim como o Sr. Luciano e a Sra. Lorena. Assim que entenderam a gravidade do ocorrido, antes mesmo que pudessem questioná-la, Letícia tomou a dianteira para se explicar.

— Em resumo, foi a Vitória quem drogou o Renato, tentando se aproveitar dele... — Disse com firmeza. — Eu cheguei primeiro. Notei algo estranho no quarto ao lado e resolvi dar uma olhada.

— Por que não chamou logo a segurança ou me avisou? Como pôde entrar assim, de qualquer jeito? — Eduardo, com a expressão carregada, não deixou passar.

— Eu não imaginei que fosse a Vitória... — Justificou-se Letícia, balançando a cabeça. — E também não tinha certeza se realmente havia algo errado. Só pensei em verificar rapidamente.

Mas quem diria... Tinha acabado se tornando vítima de uma armadilha dessas.