— Naquela época, você ainda estava no nono ano, prestes a entrar no ensino médio. Eu jurei que aquela mulher jamais pisaria nesta casa. Fiz de tudo pra proteger o seu lugar como neto legítimo, o herdeiro da família Pereira, e impedir que o bastardo da amante do seu pai fosse reconhecido no nosso clã. — A voz do Sr. Henrique era firme, cada palavra carregada de lembrança e decepção. — E você? Cresceu... E virou exatamente igual ao seu pai. Igualzinho. Tinha que ser... Tal pai, tal filho!
As palavras não traziam um único palavrão, mas para Gabriel soavam mais sujas, mais dolorosas do que qualquer insulto vulgar. Era como se cada sílaba cortasse sua pele e sangrasse direto no coração.
— Desculpa, vô... — Murmurou Gabriel, quase num sussurro. — O hotel da Vi foi cercado por paparazzi... Levaram a bolsa dela. Sem documentos, ela não conseguiu se hospedar em lugar nenhum.
— E aí você achou uma boa ideia levar ela para sua casa? Todo esse coração caridoso... Por que não pega uns cachorros de rua pra cuidar também, hein? — Retrucou o avô, com sarcasmo e desprezo.
Gabriel ficou sem palavras. Engoliu seco. O silêncio dele dizia tudo.
— Há quanto tempo ela tá lá? — O velho perguntou, com os olhos semicerrados.
Gabriel hesitou. Pensou em mentir. Só um pouco. Mas antes mesmo de abrir a boca, a bengala desceu mais uma vez.
— Nem pense em me enrolar! Quer que eu ligue para Bia pra perguntar, é isso? — A voz do Sr. Henrique era cortante, gelada.
— Vinte e poucos dias. — Respondeu Gabriel, vencido.
Os olhos do avô se arregalaram de fúria. Dessa vez não foi uma, nem duas: ele desferiu mais alguns golpes com a bengala, como se a raiva não coubesse no corpo.
— Vinte dias! Você deixou a Bia ser humilhada por todo esse tempo! Pra começo de conversa, com que direito você acolheu essa mulher? E mais, quer dizer que você, Gabriel Pereira, não conseguiu arranjar outro lugar para ela ficar? Me poupe! Isso não é compaixão, isso é recaída!
Gabriel levantou a cabeça, pronto para rebater... Mas ao cruzar o olhar com o avô, congelou. Foi silenciado por um simples olhar.
— As fofocas sobre vocês dois já estouraram duas vezes! Uma, quando você saiu carregando ela do evento. Outra, quando deu um colar de noventa milhões pra ela! Gabriel, me diz agora, o que mais tem para justificar?!
O punho de Gabriel se fechou com força. Os dentes cerrados.
Ele... Não tinha nada a dizer.
Porque tudo aquilo...
tudo aquilo era verdade.
Tudo isso... Ele realmente fez. E muita gente viu. E muita gente sabia.
— Não... Não pode ser! Eu juro, eu nunca assinei isso!
Ele se levantou, num impulso, tentando pegar o papel, mas o mordomo se esquivou com agilidade.
— O original, ele não pode tocar. Vai que, no surto, rasga tudo... Aí complica. — Comentou o Sr. Henrique, em tom gélido.
Sem conseguir encostar no documento, Gabriel voltou-se novamente ao avô, tentando apelar com palavras. Mas o Sr. Henrique manteve a mesma expressão fria, sem ceder um milímetro.
A mesa do café já estava posta. O Sr. Henrique começou a comer com calma.
Já Gabriel...
Não sentia a menor fome. Sentado ali, estava como um vegetal murchando. A cabeça girava, em loop, tentando entender.
Quando, afinal, foi que ele assinou aquele maldito papel...
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle
O que está acontecendo???? Está parado faz muito tempo!!!! Desbloqueia!!!...
Desbloqueia!!! Já está no capítulo 740 há muito tempo...
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Desbloqueia quero pagar pra ler!!!!!...
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Eu estou pagando para ler os capítulos e vcs não desbloqueiam para que eu possa ler. O que acontece????...
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