Ficar ou correr? romance Capítulo 116

Não consegui encontrar a caixa. Enquanto isso, Pedro me observava de braços cruzados. Ao olhar para ele de relance, falei: "Vá em frente, pode tomar um banho primeiro. Vou continuar procurando."

Ele ficou quieto por um tempo. "Você sabe o que está dentro da caixa que o vovô lhe deu?”

Balancei a cabeça. "Não. Sra. Espíndola me contou que poderia te dar a caixa caso você quisesse se divorciar de mim. Não sei o que o vovô pôs ali. Talvez ele estivesse planejando impedir você de se divorciar de mim, usando a empresa."

Ele, bufou. "Que ridículo."

Não rebati as suas palavras. Depois do que parecia uma eternidade, ainda não consegui encontrar a caixa. Àquela altura, comecei a me irritar. "O vovô deu a caixa para você. Você viu a caixa?"

Ele olhou para mim. "Você está sem dinheiro?"

Pega de surpresa pelas suas palavras, respondi: "Não."

"Então não faz sentido procurar a caixa. O dinheiro que ele deixou para você está lá. Tenho certeza de que ele achava que você morreria de fome se você me deixasse."

Franzindo minhas sobrancelhas, senti uma pontada de raiva. "Você abriu?”

Ele acenou com a cabeça com sinceridade.

"Pedro de Carvalho!", gritei. "A caixa é minha! Que direito você tinha de abri-la sem a minha autorização?”

Não era a primeira vez que ele fazia aquele tipo de coisa. Da última vez, ele me levou até a casa da Carmen, e sem o meu consentimento pediu que ela pegasse alguns fios de cabelo para fazer um teste de DNA. E agora ele abriu a caixa sem me perguntar primeiro. Ele estava olhando para mim, mas não conseguia decifrar seus pensamentos.

"Não tenho planos de me divorciar de você, então essa caixa é inútil.”

"E daí?” Aproximei-me dele. "Pedro, você acha que tenho que deixar você fazer o que quiser porque sou casada com você? Não mereço o seu respeito?”

"Sinto muito", ele se desculpou. Então, ele endireitou as costas e disse com um suspiro: "Foi errado não falar sobre isso com você. Não voltarei a fazê-lo.”

"Ha!” Soltei uma risada seca. "Como você é engraçado, né? Está tentando mudar de assunto? Você acha que eu sou igual a essa caixa inútil? Faria o mesmo com a Rebeca? Você a desrespeitaria pegando suas coisas sem pedir permissão?"

"Scarlett, isso é entre mim e você.” Ele tinha uma expressão séria no rosto, e não parecia estar contente com as minhas palavras. "Somos um casal. Por que você tem de envolver outra pessoa nas nossas vidas?"

Rindo, perguntei: "Somos um casal?”

Com essa observação, ele ficou em silêncio.

Levantando a cabeça para olhar seu rosto bonito, não pude conter a minha risada. "Pedro, parece que não somos um casal para você. Somos apenas um casal por causa dos seus pais. Você ama outra pessoa, não tem espaço para mim no seu coração. É óbvio que você não vai me respeitar. É por isso que pode fazer o que quiser com as minhas coisas, e é por isso que pode decidir se fico ou saio.”

Muitas coisas se acumularam nos últimos dias, e aquela foi a gota d'água. Sabia que não podia mais ignorar seu relacionamento com Rebeca. Talvez ele não quisesse discutir isso comigo, pois me disse placidamente: "Scarlett, você é minha esposa e eu te respeito. Pedi desculpa pela caixa e não sou eu quem decide se você fica ou vai embora. Está ficando tarde. Vamos voltar para o nosso quarto.”

"Pedro, vamos nos divorciar.” Não sabia como estava falando, mas sentia que dizia tudo com calma. Guardei aquilo no meu coração por muito tempo. E aquele era o momento de colocar tudo para fora. Pedro ficou, paralisado, com seus olhos escuros presos em mim. Não conseguia decifrar suas emoções, mas tinha certeza de que ele não estava se sentindo particularmente feliz.

"Você já pensou nisso?”

Assenti. “Sim.”

"O que você quer?” Ele continuou a olhar para mim com uma expressão apática. Na verdade, senti que ele estava acompanhando a minha explosão.

Depois de parar por um tempo, continuei: "Não quero nada. Só espero que o meu filho não tenha nada a ver com você a partir de agora.”

Se eu cortasse os laços com ele, teria de fazer isso por completo.

Estreitando os olhos, ele questionou: "Você não tem nada. Como você vai criar seu filho? Vai pedir ajuda ao Heitor? Ou para o Marcelo?"

Olhei para ele decepcionada. "Pedro, você acha que eu sou igual a você? Pare de usar sua maneira de pensar para me definir!”

"Que tipo de pessoa sou eu?” Ele se aproximou de mim, abaixando a voz. "Eu já expliquei um milhão de vezes sobre a minha relação entre mim e Rebeca. E quanto a você e Marcelo, você estava planejando não me contar nada?"

Contraí meus lábios, sem saber o que ele quis dizer. "Do que você está falando?"

Pedro levantou as sobrancelhas. "Durante a festa de aniversário da Carmen, você me rejeitou, mas estava de mãos dadas com ele segundos depois. Você me deu algum tipo de explicação?"

Abri a boca, mas as palavras não vieram. Ele conseguia ser muito controlado. Olhando para mim de relance, ele continuou: "Eu não perguntei nada porque esperava que você me falasse sobre isso por vontade própria. Scarlett, nem todo tipo de amor tem que ser na forma de um 'eu te amo'.

"Marcelo e eu..." Parei de falar, sem saber como explicar o que acontecera, enquanto sentia um aperto no peito. Não queria explicar nada para ele, não queria falar sobre aquilo de forma alguma.

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