Ficar ou correr? romance Capítulo 117

Olhando para ele, falei: "Rebeca tem Fábio e Carmen, mas você não consegue deixá-la ir, consegue? Marcelo e eu somos apenas amigos. Nada mais."

Aquelas palavras estavam revestidas de culpa. Quando terminei de falar, não conseguia esconder meu desconforto. A atmosfera era tensa, e eu sabia que Pedro estava furioso. Cheia de culpa, continuei: "Sou diferente da Rebeca. No momento em que ela chora, Carmen, Fábio, Armando e você se sentem mal, e a confortam. Eu não tenho ninguém. Só tenho a mim mesma. Marcelo é um pesadelo na minha vida, e somos apenas amigos."

Um pouco mais calmo, Pedro estendeu a mão para mim. "Vem aqui."

Sentei-me na cama com a cabeça baixa, murmurando: "Não posso."

Confuso, ele veio até mim e se agachou ao meu lado. "Você não pode porque se sente culpada?”

Fiquei em silêncio. O que ouvi a seguir foi sua risada exasperada. "Foi errado pegar a sua caixa. O vovô te deu a caixa, esperando que você a usasse para nos manter juntos. Mas Scarlett, nós dois sabemos que o casamento não vai funcionar enquanto estivermos unidos contra a nossa vontade. Foi por isso que joguei a caixa fora. Vou cuidar de você e do bebê. Estamos casados, então vamos passar o resto de nossos dias em paz, está bem?"

Não me sentia segura em relação ao nosso casamento. Não conseguia saber o que era verdade e o que era mentira. Além disso, não podia ter certeza de que ele realmente deixaria Rebeca. No entanto, havia algo de que tinha a certeza—queria passar o resto da minha vida com ele. Casar com alguém que eu amava era uma bênção. Estarmos juntos também era uma bênção. Por isso que não queria ir embora, a menos que fosse a minha última opção. Este casamento não era só por mim, era também para o meu filho. Se pudesse, queria passar o resto da minha vida em paz com ele.

Olhando para ele, acenei com a cabeça. "Tudo bem."

Ele sorriu para mim com doçura. "Não fale mais em divórcio."

Eu acenei com a cabeça mais uma, sentindo-me impotente. Em seguida, ele me pegou no colo e me levou até o solário. Ao me deitar na cama, ele colocou a palma da mão no meu estômago e disse: "Vou levá-lo à visita pré-natal amanhã. Durma cedo hoje à noite.” Assenti. Teria esquecido sobre esse compromisso se ele não tivesse me lembrado.

Como estava ficando tarde, ele foi ao banheiro tomar banho. Deitada na cama, me perdi em pensamentos.

Não é bom continuar a me sentir insegura. Nunca conseguirei confiar nele ou em mim mesma. Não gosto de agir assim.

"No que está pensando?" Ele tinha saído do banho, e estava secando o cabelo enquanto me olhava.

Voltando a realidade, sentei-me e o abracei. Sua pele ainda estava úmida. Já que ele não estava usando pijamas, encostei a cabeça no seu abdômen sólido, e fiquei calada. Ao notar meu silêncio, ele jogou a toalha na cama e me abraçou. Deixando que eu repousasse minha cabeça em seu ombro, ele sussurrou: "Não guarde tantas coisas para si. Vai ficar esgotada."

Eu assenti lentamente. Com uma voz triste murmurei: "Pedro, você pode não falar mais com a Rebeca?" Então, continuei: "Ela não está mais sozinha. Ela vai ficar bem sem você, mas eu não. Eu só tenho você."

Eu..

Que engraçado. Ela podia fingir, mas eu não podia?

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