Ficar ou correr? romance Capítulo 216

Minhas lágrimas rolavam incontrolavelmente. Ele levantou os braços e me puxou para um abraço. “Não importa o que aconteça, você terá um lugar ao sol!” ele disse me consolando.

Eu assenti e continuei a chorar. Depois de um tempo, me afastei de seu abraço. Então, vi as manchas das minhas lágrimas e catarro em seu terno caro. Foi hilário.

"Suas roupas?" Falei, sem conseguir conter a minha risada, minha voz estava rouca.

Ele suspirou impotente, pegou um lenço de papel e passou para mim:

“Limpe a sua bagunça!”

Com o lenço em mãos limpei o que pude, mas ainda havia algumas manchas.

"Parece que não quer sair." Falei me desculpando, enquanto olhava para ele.

Ele ergueu as mãos e deu um peteleco na minha testa. E disse sorrindo:

"Vou ter que levar para a lavanderia."

Apenas balancei a cabeça concordando, afinal, era tudo o que podíamos fazer no momento. Depois do jantar e do passeio, meu humor melhorou.

Quando chegamos ao estacionamento do shopping, ele foi buscar o carro, e eu esperei por ele na saída. Estava entediada e encarava o vazio, com um olhar perdido. O sol de outono não era tão forte, mas ainda assim causaria uma dor de cabeça se alguém ficasse debaixo dele por muito tempo.

“Leonardo, você desaprendeu a dirigir? Você não está apenas dando ré? Por que você é tão ruim nisso?"

Ouvi uma voz particularmente familiar, e congelei enquanto me virava para ver quem era. A voz que ouvi logo atrás de mim era de Leonardo, que dizia:

"Você pode parar de falar? Fique quieta!"

"Não consigo!"

Enquanto os ouvia conversar, Marcos chegou com seu carro. Ele também avistou Leonardo e Márcia, e olhou para cima e se deparou com a minha expressão sombria. Ele franziu as sobrancelhas.

"Você quer ir até lá?"

"Vamos embora!" Falei, balançando a cabeça e entrando no carro.

Eu era praticamente uma morta-viva. Só os deixaria mais preocupados se falasse com eles. Poderia muito bem encontrá-los quando estivesse melhor. Ele parou por um momento e não disse mais nada. Ele dirigiu de volta para a mansão na área residencial.

Na estrada, as paisagens passaram num piscar de olhos. Olhei pela janela e me perdi em meus pensamentos. Ouvi um leve suspiro.

"Você tem que passar por isso sozinha."

Fiquei em silêncio. Sabia que tinha que passar por isso, e precisava fazer isso sozinha. Os dias seguintes foram tranquilos. Marcos era bom em cuidar dos outros. Mas não podia ficar ali para sempre e abusar da sua boa vontade.

Até aquele momento, vinha evitando todo mundo por dois meses. Não queria ver ninguém. Não chequei meu telefone, a televisão, nem as notícias. Os dias passavam com calma.

Marcos voltou cedo aquela noite. Ele me viu lendo na rede no pátio. Ele colocou um cobertor nas minhas pernas e disse:

“Está frio. Fique aquecida, não fique doente."

Fechei o livro e olhei para ele e disse com um sorriso fraco:

“Você quase como a minha avó!”

"Romeu e Julieta? Você parece estar lendo isso recentemente?"

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