Ficar ou correr? romance Capítulo 223

Ele assentiu com um suspiro.

"Você está a salvo. É isso que importa." Ele olhou para os meus pés ensanguentados. Ele fechou a cara. "Você andou até aqui?"

Assenti, minha cabeça baixa.

“Meu telefone não está comigo e eu não tinha dinheiro. Não consegui pegar um táxi!”

"Você não podia me ligar para te buscar?" Ele fechou os olhos frustrado e suspirou. “Deixa pra lá. Não pensei nisso."

Ele me levou até o sofá e foi buscar o kit de primeiros socorros. Então ele se ajoelhou no chão, colocou meu pé em seu joelho e começou a limpar o meu machucado. Quando o cotonete entrou em contato com a ferida, estremeci de dor e caí de volta no sofá. Ele suspirou alto.

"Vai acabar logo!"

Para diminuir a dor, ele soprou várias vezes enquanto aplicava a pomada. Acabei me distraindo vendo-o trabalhar. Não deveria ficar com ele. Suzana tinha razão. Se a notícia se espalhasse de que havia algo entre nós, os de Carvalho e a família Vasconcelos seriam criticados. O resultado seria muito pior do que imaginávamos.

"No que está pensando?" Ele disse, olhando para mim enquanto segurava o kit de primeiros socorros.

Eu retraí meus pés enquanto o observava guardar o kit. E então eu o observei se sentar ao meu lado e me servir um copo de água. Houve uma pausa antes que eu respondesse:

"Marcos, você... não precisa vir aqui de novo!"

Ele parou, seus olhos escuros me encarando.

"O que quer dizer?"

"Obrigada por cuidar de mim durante esse tempo. Se precisar de algo no futuro, não hesitarei em ajudá-lo. Mas, por enquanto, tia Suzana tem razão. Nós dois somos solteiros. Somos tão próximos... E se alguém com más intenções começar a espalhar rumores, tanto os de Carvalho quanto a família Vasconcelos serão arrastados para essa bagunça."

Não deveria ter dito aquilo. Não deveria ter sido tão franca.

Mas não podia retirar o que disse.

Seu rosto endureceu, ganhando uma aparência bastante sombria.

"Com o que está tão preocupada?"

Belisquei as palmas das mãos enquanto falava:

“Devo muito a você. Não podemos continuar assim!"

"Não me importo!" Ele exclamou enquanto olhava para mim num misto de emoções. “Scarlett, se você está preocupada com o que as outras pessoas vão dizer, então posso ficar longe de você. Mas saiba que você só tem uma outra opção, e é voltar para o Pedro. Caso contrário, não posso deixá-la sozinha aqui."

Trabalhar em projetos era diferente de outros trabalhos. Era quase impossível ter horários fixos, porque eu tinha acabado de começar. Por isso, geralmente me mantinha ocupada até tarde da noite. Benjamin havia sido internado no hospital por causa de um derrame, então Marcos pediu que meu assistente me levasse para casa. Hoje em dia, conseguia ficar bem sozinha. Ele não se preocupava tanto comigo. Luana, minha assistente, me deixou na entrada do prédio. Antes de sair, ela me disse:

“Sra. Machado, o Sr. Vasconcelos queria que eu lhe desse isso. Ele também pediu que eu lhe dissesse para comer bem.”

Assenti enquanto pegava os documentos e saía do carro. Era apenas uma caminhada de cinco minutos da entrada até o edifício residencial. Andei devagar, pensando no novo projeto ao longo do caminho. Marcos já tinha uma empresa no exterior, mas, por enquanto, ele pode preferir se desenvolver internamente. Ambas eram empresas de tecnologia, o que me fez pensar na OrbitTech em Augusta. Tinham técnicos excelentes. A qualidade de seus produtos também era garantida. A única coisa que me preocupava era o problema de gestão deles. O Grupo Vasconcelos era uma empresa cotada. Seria uma escolha sábia se a empresa pudesse adquirir a OrbitTech.

Estava perdida em pensamentos quando o telefone tocou. Era o Leonardo. Ligava para ele quase todos os dias há algum tempo, mas nunca conseguia encontrá-lo. Márcia devia entrar em trabalho de parto em breve. Imaginava como eles estavam indo.

Agora que ele finalmente retornou a ligação, eu rapidamente atendi.

“Leonardo, como está a Márcia? Como vocês estão? Ela deu à luz o bebê?

Do outro lado do telefone, Leonardo foi provavelmente pego de surpresa quando ouviu minha voz. Houve uma longa pausa antes que ele voltasse a falar.

"Ela está bem. O bebê está bem. É uma menina. Então... onde você está? Como está seu bebê?"

Meu coração apertou. Estava começando a me sentir mal. Fiz um desvio para o banco mais próximo e me sentei.

"Estou bem. Onde você está? Por que não posso entrar em contato com você? Onde está a Márcia? Por que não consigo falar com ela?"