Ficar ou correr? romance Capítulo 224

"Ela está indo muito bem. Ela está de resguardo e está cuidando de sua filha. É por isso que ela provavelmente não teve tempo de te atender." Sentia que ele estava estranho, mas não conseguia descobrir o que era.

“Então, onde vocês estão agora?” eu respondi.

Podia ouvir vagamente a voz de uma criança chorando ao telefone. O choro trouxe lágrimas aos meus olhos, e meu coração se encolheu de dor.

“Ainda estamos no interior. Iremos visitá-la em Nova Itália assim que Márcia estiver se sentindo melhor.”

Assenti rapidamente, e não consegui conter a felicidade que brotava em mim. Pelo menos o bebê da Márcia está bem. Ele provavelmente estava ocupado cuidando do bebê. Por isso desligou com pressa depois de trocar mais algumas palavras. À medida que o inverno se aproximava, a temperatura em Nova Itália caía diariamente. Já sentia frio, embora só estivesse sentada do lado de fora por pouco tempo.

Após dar alguns passos, parei de andar quando vi um Jeep preto familiar com a placa do carro de número JA888C. Pedro.

O que ele está fazendo aqui?

Instintivamente, me virei e fui embora. No entanto, só consegui dar alguns passos quando ele me agarrou pelo braço.

"Quando você pensa em parar de se esconder de mim, Scarlett?"

Meu corpo se enrijeceu e comecei a me sentir sufocada.

"Vamos nos divorciar, Pedro."

Não só estava fugindo dos meus problemas, mas também estava me escondendo dele. Eu simplesmente não podia mais viver com aquele homem.

No início, conseguia aceitar o fato de que ele não me amava. Também podia tolerar o relacionamento complicado que ele tinha com Rebeca e a maneira como eles flertavam um com o outro. Contanto que eu tivesse meu filho, seria capaz de continuar. Mesmo que ele não me amasse, ele ainda amaria a criança, já que era dele. Mas agora, havia perdido o nosso filho, e não conseguia mais encontrar uma razão para ficar com ele. Não queria mentir para mim mesma, nem queria perder a cabeça sempre que visse ele e Rebeca juntos.

"Divórcio?" Um traço de mágoa cortou seu rosto quando ele continuou: "Tem que acabar assim, Scarlett?"

Balancei a cabeça, confirmando. Até aquele momento eu parecia estar calma, mas eu estava sofrendo por dentro.

"Não posso mais ficar com você, Pedro. Casei-me com você naquela época devido a minha gratidão para com Jorge, por ele ter cuidado da vovó e de mim. Eu estava disposta a retribuir a qualquer custo. Mas agora que passei por tanta coisa, já fiz a minha parte. Então me deixe ir."

Um sorriso frio apareceu em seus lábios ao ouvir minhas palavras.

"Então você se casou comigo por que queria retribuir a ajuda dele?"

"Sim", eu disse com um aceno de cabeça.

"Bem, já que você se casou comigo para retribuir ao vovô, deveria terminar o que começou ficando comigo pelo resto da vida. De qualquer forma, nunca planejei terminar ou deixar você.” Ele disse, fechando a cara.

Fiquei chocada diante de suas palavras e estava beirando um colapso nervoso.

"Porque eu te conheço muito bem." Ele riu.

Mordi os lábios enquanto continuava deitada na cama.

“Eu tomei meu remédio mais cedo. Agora estou cansada demais para me mexer."

"Por que fez isso?" Sua voz ficou séria.

"Vi o Pedro lá embaixo não faz muito um tempo" eu disse.

Já que eu estava mais estável, não precisava mais tomar meu remédio. Ele ficou em silêncio por um momento antes de dizer:

“Tem comida na geladeira. Coma pelo menos um pouco antes de dormir. Caso contrário, você não vai conseguir dormir.”

Assenti e dei uma olhada no relógio. Eram quase sete. Depois de pensar um pouco, suas palavras realmente faziam sentido. Se eu dormisse agora, não conseguiria voltar a dormir caso acordasse durante à noite.

Fui à cozinha buscar algo para comer quando desligamos o telefone. Marcos deve ter esperado que eu fosse muito preguiçosa para cozinhar. Por isso, ele preparou uma refeição para mim de antemão e a deixou na geladeira. Tudo o que eu precisava fazer era reaquecê-la.

O remédio começou a fazer efeito depois que eu dei algumas mordidas. Imediatamente fui para a cama e adormeci logo depois. Depois de algum tempo, fui acordada pelo som do trovão, tremendo de frio quando abri os olhos. Enquanto o trovão rugia do lado de fora, percebi que havia esquecido de fechar as janelas antes de me deitar, o que explicava como a chuva fria invadiu meu quarto. Tateando no escuro para pegar meu telefone, vi a hora e descobri que era apenas meia-noite. Não pude deixar de franzir o cenho. Agora que estava acordada, não conseguiria mais adormecer. Então, notei várias notificações de chamadas perdidas na tela do telefone. Mesmo que não houvesse um identificador de chamadas, eu sabia que os números familiares eram do Pedro.