Ficar ou correr? romance Capítulo 246

Não importou o quanto lutei, ele ignorou e me seduziu de uma forma quase dominadora. Cravei minhas unhas em sua pele, arranhando-o com força:

"Você é um filho da puta Pedro!"

"Sim, eu sou!"

Comecei a suspeitar de que ele não havia tocado em uma mulher durante aquele tempo, pois agia como um animal faminto, me devorando sem hesitação. Quando terminamos, ele se recostou na cabeceira da cama e acendeu um cigarro. Sob a luz fraca, pude ver as marcas de arranhões em seu peito robusto. Em alguns pontos havia até manchas de sangue. Queria me levantar e me lavar, mas seus braços me seguravam em um abraço apertado, forçando minha cabeça contra seu peito. O cheiro de tabaco impregnava o ar do quarto.

"Vamos marcar um dia e um horário. Vou acompanhá-la para uma consulta com um psiquiatra.” ele disse, quando terminou de fumar seu cigarro. Fiquei atônita por um momento, arqueando o pescoço para olhar para ele. Quando ele apagou o cigarro no cinzeiro, finalmente me recuperei do choque e franzi os lábios.

"Não!"

Além de notar minha falta de reação, não conseguia pensar em outra razão para ele sugerir algo assim logo depois de fazermos sexo. Nunca pensei em procurar tratamento depois da minha gravidez. Já havia tantos problemas com o meu corpo, mais um não faria diferença. Olhando-o diretamente nos olhos, falei com indiferença:

"Se minha falta de reação não te agrada, pode ir procurar algo que te agrade em outro lugar a partir de agora."

Ele franziu as sobrancelhas, virando-se na cama e se colocando sobre mim, me olhando com um olhar feroz.

"Procurar em outro lugar? Scarlett, você realmente não sabe quando parar, não é? Quero que se trate, porque não quero que se machuque mais. E agora, você não está bem física e emocionalmente.”

Fechei a cara, incomodada com a falta de distância entre nós.

“Meus problemas de saúde não são uma novidade para você. Na verdade, eu tenho tantos. Como vai tratar todos eles?” Desafiei em um tom suave.

Sem esperar que ele respondesse, me desvencilhei de seu abraço e fui ao banheiro. Quando voltei, ele estava sentado na cama com o cobertor cobrindo a parte inferior do corpo e o telefone na mão. Ele olhou para mim e disse:

"João está lá embaixo. Troque de roupa e desça para... receber ajuda.”

O quê?

Joguei a toalha de banho de lado e respondi friamente:

"Ele não pode me ajudar."

"Por que não? Ele é médico."

Encarei-o, estreitando meus olhos.

“Se eu disser ao Dr. Cruz que não estou reagindo, o que acha que ele vai dizer? Que eu sou o problema? Ou...", parei de falar.

Ele sabia muito bem o que eu estava insinuando. Notando a expressão em seu rosto, lembrei-lhe gentilmente:

"Só não reajo a você, então Sr. de Carvalho, sugiro que encontre algum tempo para se tratar."

Quando seu rosto ganhou uma expressão turva, imediatamente saí do quarto porque desafiar um homem tinha consequências que eu não era capaz de lidar. Como era de se esperar, no momento em que saí, ouvi um rugido furioso vindo de dentro do quarto.

"Scarlett!"

Em seguida, ouvi um som de vidro quebrando.

Certifiquei-me de fechar a porta atrás de mim, para que sua explosão não perturbasse os outros. Quando desci as escadas, vi João sentado na sala de estar. Sra. Espíndola preparou muitos lanches doces para ele, ainda intocados, tomando apenas alguns goles de chá.

Parando para pensar, os homens geralmente não gostam de comer doces.

Ao me ouvir chegar, ele olhou para trás. Ele ergueu as sobrancelhas sinalizando o seu espanto.

"Você perdeu peso!"

Bem... ele é muito bom em dar elogios.

"Não sabia que era tão bom em bajulação", respondi, sentando-me ao seu lado. As mulheres sempre gostam quando os outros diziam que haviam perdido peso.

Ele tomou um gole de chá, e disse:

"Parecia que eu estava te elogiando?"

"Aham!", continuei: “Pelo menos é isso que eu penso.”

Afinal, ninguém queria ser chamada de gorda. Ele não falou mais depois disso, talvez achando difícil continuar a conversa. Naquele momento, a Sra. Espíndola veio até mim e disse:

“Letti, fiz um pouco de comida. Venha comer um pouco antes de o Dr. Cruz te examinar.”

"Não precisa. Não estou com fome." Então, olhei para João e perguntei: "Pareço estar doente na sua opinião?"

Ele arqueou uma sobrancelha para mim. "Sim. Vá comer alguma coisa primeiro."

Não deveria ter perguntado...

Franzi a testa quando a Sra. Espíndola não saiu do lugar onde estava. “Sra. Espíndola, eu realmente não estou com fome. Você..."

“Isso significa que não precisa usar roupas se não estiver com frio? Vá comer alguma coisa."

Pedro desceu as escadas parecendo pensativo. Fechei a cara ao vê-lo. Bem, alguém parece ter melhorado suas réplicas. Ele está até fazendo analogias.

Estava prestes a retrucar quando meu telefone tocou. O identificador de chamadas exibido na tela mostrava o nome de Marcelo. Ao perceber que Pedro e João me encaravam, disse de maneira plácida:

“Com licença. Preciso atender esta ligação."

Pedro conseguiu ver de relance quem estava me ligando. Estreitando um pouco os olhos, disse: "Atenda aqui."

Que criancice!

Revirei os olhos e atendi.

"E aí Marcelo, tudo certo?"

“Pedro também parece estar interessado no projeto da OrbitTech. Estamos lutando em segredo há tanto tempo. Se desistir deste projeto, muito provavelmente vai cair nas mãos dele. O que precisa fazer agora é convencê-lo a desistir de adquirir a OrbitTech.” Marcelo não estava falando alto, mas devido ao silêncio na sala de estar e a pouca distância entre nós, Pedro e João conseguiram ouvir tudo o que ele disse.

Olhei para os dois antes de responder:

“Entendido. Vou desligar agora."

"Espere!”, ele disse apressadamente. “A notícia sobre o tio Luís tê-la tornado afilhada dele provavelmente se tornará o assunto do momento em Nova Itália nos próximos dias. Seria bom se você e Marcos ficassem longe um do outro. Além disso, deve retornar à Cidade de Augusta para resolver os assuntos relacionados à OrbitTech o mais rápido possível. Depois que tio Luís voltar de sua viagem, e oficialmente apresentá-la à família, você poderá prosseguir com seus planos.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ficar ou correr?