Ficar ou correr? romance Capítulo 26

Os três homens que saíram da sala de reuniões desviaram o olhar para mim. Com um leve erguer de sobrancelhas e uma curvar seus lábios finos, João murmurou algo para Júlio, fazendo com que ele olhasse para mim antes de se despedir.

O olhar de Pedro se tornou sombrio enquanto ele me encarava. Tive a sensação de que ele estava prestes a jogar sua ira sobre mim.

Levantei-me apressadamente ao pensar em Calebe. "Estou mais do que disposta a compensar todas as perdas sofridas nos últimos dois dias, Sr. de Carvalho."

Pedro franziu a testa enquanto permanecia em silêncio. Em vez disso, foi Armando quem começou a causar um rebuliço. "Você é incrível, Sra. Machado. Este é um projeto que vale alguns bilhões, e você conseguiu incorrer em uma perda de mais de dez milhões para seu próprio marido em apenas dois dias! Você está sendo muito generosa!"

Suas palavras estavam cheias de sarcasmo.

Ao ver Pedro permanecer em silêncio com um olhar sombrio em seu rosto, revirei os olhos para Armando. "Você com certeza é um intrometido, Sr. Queiroz."

“Pfft” João abafou o riso. Com as mãos nos bolsos, ele observava com um olhar inocente como se não estivesse envolvido.

Armando lançou-lhe um olhar severo antes de se virar para mim, carrancudo. "O que faz você pensar que pode falar comigo assim, Scarlett Machado?"

Eu realmente não tinha intenção de desperdiçar meu oxigênio conversando com ele. Ele nunca tinha nada de bom para me dizer por que ele acreditava que eu sempre ficava entre Pedro e Rebeca.

Ainda assim, nos conhecíamos há muito tempo, então optei por não meditar minhas palavras. “Você é um rei que viajou no tempo para o futuro, Sr. Queiroz? Se assim for, temo que apenas pessoas como Alexandre, o Grande e Júlio César teriam o privilégio de falar com você. Afinal, você também é daquela época.”

Seu rosto ficou vermelho de raiva e ele não conteve mais suas palavras. “Até um homem morto tem mais direito de falar comigo do que você! E pensar que você foi perversa o suficiente para matar seu próprio filho...”

“Armando,” João cortou o homem com rispidez “Pedro e a Sra. Machado têm alguns assuntos para discutir. Fiz uma reserva para o almoço, então vamos até lá e esperar por eles.”

Ele se voltou para mim. "Acredito que você também não almoçou, Sra. Machado. Por que você e Pedro não se juntam a nós mais tarde?"

Antes que eu pudesse recusar sua oferta, ele saiu, arrastando Armando consigo.

Apenas Pedro e eu permanecemos dentro do grande escritório. Sem saber como ele pretendia lidar com o assunto relacionado a Calebe, decidi quebrar o gelo. “Eu sou responsável pelo que aconteceu. Fiquei em casa para me recuperar após a cirurgia e não conseguia parar de pensar na criança, então esqueci completamente o Dr. Linhares.”

Ele permaneceu triste e silencioso, então continuei: “Sei que causei perdas inimagináveis à empresa. Estou mais do que disposta a renunciar..."

Não sabia o que ele queria dizer, mas com certeza entendi que não era um elogio.

“Bem, já que você já se livrou da criança, tudo bem. Nós só vamos ter outro."

Com isso, ele se afastou. Fiquei congelada no lugar, olhando para ele atordoada. Talvez essas fossem palavras de encorajamento se viessem de um marido amoroso, mas vindo dele, não eram nada além de grosserias.

"O que você está esperando? Vamos,” ele disse friamente, voltando-se para olhar para mim.

Em um momento de confusão, eu apenas grunhi uma resposta e fui até ele.

Ele me levou a um enorme pátio com um restaurante dentro. Ao entrarmos no pátio, uma mulher com um vestido extravagante caminhou em nossa direção. "Por aqui, por favor, Sr. de Carvalho."

Então, ela nos guiou do pátio até uma sala. Lá, vi João e Armando conversando enquanto bebiam chá.