Ficar ou correr? romance Capítulo 264

Marcos ficou em silêncio por alguns segundos antes de perguntar:

"Vai atrás da Márcia?" Fui pega de surpresa com sua pergunta repentina, então me lembrei que lhe contara sobre ela em uma de nossas conversas. Ele permaneceu em silêncio, aguardando pela minha resposta. Não muito depois, sondou mais uma vez com uma voz rouca, "Finalmente a encontrou?"

“Não, apesar de tentar muito, não consegui falar com ela. Leonardo foi o único que atendeu o telefone. Quero visitá-los e ver como estão, em pessoa.”

"Vou com você!"

Ao invés de uma sugestão, suas palavras soaram mais como um comando. Por isso recusei imediatamente sua ideia e disse:

“Não vai ser necessário, Leonardo está lá e vai cuidar de mim."

"Scarlett! Por que não liga para o Leonardo antes de ir? Receio que faça uma viagem inútil", ele me repreendeu em um tom insensível.

“Como pode saber disso quando não entrei em contato com Leonardo? Acho que vai dar tudo certo porque ele me disse que ficaria com Márcia para lhe fazer companhia."

“Não tire conclusões precipitadas! E se eles tiverem voltado para Augusta antes de você chegar? Talvez tenham ido para outro lugar! Não acha que deveria descobrir o paradeiro exato deles antes de ir?"

"Tá bem! Vou ligar para o Leonardo e saber onde estão antes de ir!" Cedi ao seu pedido, já que ele parecia tão desesperado. Assim que ouvi o som do motor vindo do pátio, continuei: “Tenho que cuidar de algumas coisas por aqui. Tenho que ir."

Quando encerrei a ligação, Pedro entrou na sala e notou a refeição embalada que estava na minha frente. Ele perguntou cheio de suspeitas:

"O que é isso e para quem é?"

Fiquei sem entender por um tempo, então o repreendi:

“Não! Vou sair em breve! Então pedi à empregada que preparasse uma comida para mim!"

"Onde está indo?" , Pedro perguntou.

"Vou procurar Márcia e Leonardo!"

Assim que lhe contei aonde estava indo, enfiei a refeição na minha bolsa, o que pareceu ser desnecessário. Poderia comer antes de sair, mas não podia mais voltar atrás, já que contei uma mentira contundente. Quando estava prestes a sair, ele me parou.

“Espere! Vou com você, deixa só eu pegar uma coisa no escritório antes."

"N-Não"

"Não saia daqui!"

Ele nem sequer me deu a oportunidade de detê-lo e começou a subir as escadas. Enquanto ele ia até o escritório, aproveitei a oportunidade e liguei para Leonardo. Demorou um pouco até que ele atendesse.

"Scarlett."

“Leonardo, pode me enviar a sua localização? Vou visitar vocês em breve."

Se eles estivessem no interior, teríamos que dirigir até lá. Caso contrário, teríamos dificuldade em nos locomovermos pela cidade, já que seria difícil encontrar um táxi.

"Você voltou para Augusta?"

Era evidente que ele estava surpreso ao saber que estávamos ali.

"Sim! Voltei por causa de um projeto. Já faz algum tempo desde a última vez que nos vimos, então queria visitar vocês dois!", contei a verdade sem esconder meu entusiasmo.

"Eu... No momento estamos longe de Augusta. Alguns dias atrás, trouxe a Márcia comigo, para Rotterdam. Voltaremos em breve. Assim que voltarmos, vou levá-la para Nova Itália e te faremos uma visita”, ele gaguejou.

Franzi as sobrancelhas devido ao seu tom suspeito. Ele parecia estar nervoso.

"Por que não me disse antes? Além disso, como pode levar um recém nascido para todos os lugares com você?"

"Não tem problema! O bebê já tem três meses e estava bem para viajar de avião! Até o final do ano estaremos em Nova Itália, está bem?"

Presumi que ele estava ocupado devido ao barulho no fundo. Depois de me dizer que precisava resolver algumas coisas, ele não demorou a desligar. Encostada no sofá fui engolida por uma sensação de insegurança, pois parecia que Leonardo estava me evitando.

"O que está te incomodando?" Pedro, que havia retornado com uma pasta, perguntou enquanto descia as escadas.

Olhei em sua direção e parei por alguns segundos.

"Pedro, o Dr. Cruz está em Rotterdam?"

“Sim, já que é o responsável pela expansão da empresa. O que houve?"

"Pode pedir a ele para me fazer um favor?"

Não conseguia ignorar o desaparecimento de Márcia, pois fazia alguns meses desde a última vez em que falara com ela. Toda vez que ligava, Leonardo tentava encerrar nossa conversa o mais rápido possível. Não conseguia saber como eles estavam.

"Ele se juntará a nós para um jantar hoje à noite. Por que não fala sobre isso na frente dele, na hora certa?" Ele fez uma pausa e olhou para mim com as sobrancelhas franzidas quando percebeu que minha bolsa estava na mesa de centro. “Qual o problema? Não vai sair mais?"

“Márcia e Leonardo foram para Rotterdam há alguns dias”, respondi.

“Tudo bem, se for esse o caso, vou sair porque tenho que resolver umas coisas. Voltarei para buscá-la para o jantar."

"Não precisa, posso dirigir!"

"Scarlett Machado, você se acostumou a dizer não para mim?"

Olhando para o seu rosto abatido, murmurei para mim mesma:

"N-Não... É-É porque..."

“Preste atenção na estrada!”

Depois de dar seu famoso aviso, ele saiu de casa com uma expressão séria. Ele parecia estar com raiva, mas não tinha certeza do motivo.

Minha cabeça zumbia depois da série de incidentes confusos que tive que lidar em apenas um dia.

Às sete da noite, depois que cheguei ao Hotel Imperial e estacionei meu carro, fui até a sala de jantar privada e entrei antes do horário marcado. Além de Pedro e João, haviam outras duas pessoas na sala de jantar espaçosa. Uma delas era Félix, com quem eu havia me encontrado não fazia muito tempo, e Tomás, o presidente da Crédito AC.

“Já faz algum tempo, Sra. de Carvalho.”

Podia considerar Tomás um conhecido próximo meu já que costumávamos nos esbarrar em diversas ocasiões devido ao trabalho. Depois de acenar com a cabeça e cumprimentar Tomás, dei uma olhada em Félix. Não fazia ideia da razão pela qual ele estava ali quando foi levado pela polícia há alguns dias. Portanto, não fazia sentido ele ser libertado tão rápido.

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