Ficar ou correr? romance Capítulo 263

Pedro soltou uma risada zombeteira e beliscou minha bochecha.

"Espero que esteja dizendo a verdade."

Assim que ele saiu, planejei tirar outra soneca antes de começar meu dia, mas meu telefone, que estava na mesa de cabeceira, começou a tocar. Olhei para a tela e vi que se tratava de um número anônimo. A primeira ligação chamou até cair, uma vez que não tinha intenção de atendê-la. Depois de várias chamadas consecutivas, atendi e ouvi a voz rouca de um homem.

“Estou aqui fora!”

“Marcelo?”, perguntei surpresa.

“Está me evitando?, retrucou, irritado.

"N-Não! Não estou em Nova Itália! Estou na Cidade de Augusta no momento!"

Ele ficou nervoso de repente e gritou:

“Pare com isso! Estou no Palace! Vai abrir a porta ou não?”

Finalmente entendi a razão por trás de sua frustração, ele estava literalmente do lado de fora da minha casa e ainda assim me recusei a atender o telefone. Depois de me trocar e descer as escadas, notei que a empregada havia preparado o café da manhã. Pedi que me trouxesse outra porção e a embalasse para mim. Quando cheguei à entrada, vi o Bugatti que estava estacionado em frente ao portão. Marcelo baixou a janela e gritou:

"Entre no carro!"

Assim que entrei, senti um cheiro agradável, cuja fonte poderia ser o purificador de ar, usado para esconder o terrível cheiro de cigarro. Marcelo ajustou o banco para mim e disse com o rosto pálido e abatido enquanto dava mais uma tragada:

"Por que me bloqueou?"

“Hã? Quando fiz isso?", perguntei confusa.

"Passou a noite com o Pedro de novo?", ele perguntou com uma risada sarcástica. Assenti, respondendo a sua pergunta, enquanto ele falava com desdém, "Humph! Deve ter sido ele então!"

Quer dizer que foi Pedro quem bloqueou o número do Marcelo? Mas por que ele implicaria com o Marcelo do nada?

"Você me ligou ontem à noite?"

Ele assentiu e me contou que ligou por volta das três da manhã.

"Às três da manhã? Bem, deveria saber o que ia acontecer!" pensei em voz alta. Afinal, ninguém normal ligaria àquela hora.

"Rebeca foi levada às pressas para o hospital ontem à noite, e não acho que o bebê vai sobreviver.", ele respondeu de mau humor.

Fiquei assustada com sua declaração e me lembrei da conversa entre Carmen e Pedro durante a madrugada.

"O que mandou para ela?"

Ele apertou os olhos e bocejou como se não tivesse dormido o suficiente na noite anterior.

“Mandei fotos de todos os tipos de crianças e mandei uma lembrancinha especial.”

"Tipo o quê…?"

"Já ouviu falar em boneca de vodu?", perguntou com uma expressão estranha que dificultava a leitura de seus verdadeiros sentimentos.

Levei alguns segundos para entender do que ele estava falando. No final, encarei-o incrédula com os olhos arregalados.

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