Ficar ou correr? romance Capítulo 290

Sabia que ele estava perguntando sobre a mãe, então escondi minha tristeza e respondi:

“Ela foi enviada para a funerária."

Embora não tenha testemunhado seu momento final, ouvi a conversa deles. Por ter caído de uma altura considerável, o relatório final dizia que os traumas a deixaram irreconhecível. Por um breve momento, pude vê-la na minha cabeça. Ele assentiu, um olhar estranhamente distante em seus olhos.

"Você só tem sopa?", perguntou quando viu a sopa que eu trouxe.

Parei, não estava acostumada com sua calma depois de passar por uma tragédia como aquela. Então assenti.

"O que quer comer? Compro agora mesmo."

"Está tudo bem. Quero a sopa."

Ele pegou a sopa e começou a comer como normalmente faria. Era como se ele não tivesse passado por uma tragédia horas atrás. Sua reação incomum me preocupou, mas não sabia como consolá-lo.

"O que mais quer comer? Posso comprar para você."

Ele fez uma pausa e balançou a cabeça. Então, seu olhar pousou em mim. "Você comeu?"

Enrijeci, mas balancei a cabeça.

"Não estou com fome."

Ele largou a tigela antes de se levantar e pegar sua jaqueta. Olhando para mim, disse:

“Vamos. Vamos comer alguma coisa e dar uma caminhada."

Quando me arrastou para fora do hospital, olhei para sua figura imponente, incapaz de detectar algo diferente nele além do habitual. No entanto, havia uma coisa diferente, seus olhos. Ele tinha um olhar assassino, algo que não lhe era natural. Era um ódio profundo. Fiquei chocada.

De onde isso surgiu?

Depois de entrar no carro, pensei por um tempo antes de sugerir:

“Marcos, vamos ao Parque das Flores. Vou fazer o que quiser comer em casa."

Se fôssemos a algum lugar lotado, tinha certeza de que ele ficaria ainda mais chateado. Com as mãos no volante visivelmente tensas, ele olhou para mim.

"Por que não vamos para a casa do meu pai?"

“Tem muitas empregadas lá, e não precisarei cozinhar quando estiver lá."

"Quer voltar para lá?", perguntei hesitante.

Olhando para baixo por um segundo, começou a ir em direção ao Parque das Flores.

"Não."

O hospital não ficava longe do Parque das Flores, então não demoramos a chegar. Como fazia muito tempo desde que estivera ali, a geladeira estava praticamente vazia. Logo depois de ver o estado da geladeira, disse:

"Me dê um momento. Vou comprar algumas coisas no supermercado lá embaixo."

"Vou com você."

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