Ficar ou correr? romance Capítulo 305

Meu peito arfou rapidamente.

“Eu não deveria ter voltado. Vocês Carvalhos são criaturas frias e sem coração. Suzana matou a família Vasconcelos, enquanto você matou seu próprio filho e partiu o coração de sua própria esposa! Vocês são todos bestas em pele humana, capazes de uma crueldade além da compreensão. São ainda piores do que Carmen. Desprezíveis e revoltantes!”

Pedro apertou os lábios enquanto seu olhar se tornava mais frio do que o tempo lá fora.

Mesmo com o aquecedor ligado, um arrepio ainda percorria meu corpo.

Ele apertou meu pulso e gritou: “Então os Carvalhos são tão inúteis aos seus olhos? Por quê? Está sentindo pena da família Vasconcelos e seu final trágico? Você me transformou em seu saco de pancadas pelo Marcos. Tenho que admitir, estou impressionado! Ele deixou este mundo com força, visto que ainda influencia nossas vidas após sua morte!”

Olhei em seus olhos, mas não tinha mais forças para discutir.

Suprimindo a dor em meu coração, eu disse sem emoção: “Não quero te ver.”

Quando me lembrei de como Suzana me usou de escudo nos últimos dias, minha culpa se intensificou.

Ela sabia desde o início que Marcos a odiava. Temendo que ele pudesse fazer algo contra sua vida, ela se certificou de que eu ficasse na residência dos Vasconcelos.

Essa mulher sabia que estaria segura comigo por perto porque Marcos jamais me machucaria, seja emocional ou fisicamente.

Mesmo no último segundo, ele desviou o carro para me proteger.

Eu nunca quis machucar ninguém, mas parece que essa é a única coisa em que sou boa.

Pedro me olhou de forma insondável.

Após um tempo, ele soltou um suspiro suave e disse: “Sei que se sente culpada pela morte de Marcos, mas Scarlet, ninguém o matou. Foi ele quem bateu o próprio carro.”

A raiva acendeu em mim.

Tirei meus saltos e os joguei na direção dele. “Saia! Não quero mais vê-lo!”

Como ele pode dizer que ninguém o matou? Isso foi tudo obra de Suzana! Ela forçou Clara ao suicídio e, em seguida, alvejou Marcos. Foi tudo um plano dessa mulher perversa! Ela matou tantas pessoas… Como essa d*sgraçada se atreve a fingir inocência?

Surpreendentemente, Pedro continuou paciente.

Mesmo que eu tivesse descontado minha raiva em cima dele, além de seu olhar se tornar frio, ele não mostrou outra reação e apenas me pegou em seus braços e tentou me acalmar: “Terminou? Tome um banho agora antes que fique doente.”

Senti como se estivesse dando um soco em um travesseiro. Nada do que eu disse ou fiz conseguiu provocar uma resposta dele.

Meu coração, por outro lado, estava ainda mais cheio de angústia.

Quando Pedro estendeu a mão para tirar minhas roupas, me encolhi e o empurrei para o lado. “Sai!”

A expressão dele se tornou sombria. “Por quanto tempo mais você continuará com isso? Minha paciência tem limite!”

E daí?