Ficar ou correr? romance Capítulo 331

Deus, eu estava tão cega! Percebi a sua bondade como um amor genuíno por mim. Nunca pensei nisso. Se algo de ruim acontecesse com Rebeca, ele sempre a escolheria.

Vendo o meu silêncio, Suzana sabia que nenhum sermão me afetaria. Então, suspirou e foi para o quarto trocar de roupa.

Pensamentos me atormentavam por inteiro. Parei por um tempo antes de me levantar para sair, mas a Sra. Escobar se levantou para me impedir. “Letti, para onde está indo?”

“Para o hospital.”

Ela rapidamente bloqueou a porta. “Não, não! O Sr. Pedro e a família Leão provavelmente estão furiosos com você, então não é aconselhável ir lá agora. Venha! Vamos ficar aqui. Lidaremos com as coisas assim que todos se acalmarem.”

A pedido dela, fui para o sofá e enterrei o rosto nas palmas das mãos. A mansão estava em completo silêncio, exceto pelos sons latejantes na minha cabeça e batimentos do coração. Uma confusão sem fim pesava no ar ao meu redor.

Depois de um tempo, passos se aproximaram. “Dr. Cruz! Por que você não está no hospital?”, a Sra. Escobar perguntou.

Uma avalanche de sentimentos tomou conta de mim. Senti um arrepio na pele quando olhei para cima e vi João Cruz parado na minha frente, com uma carranca indiferente. Olhei para o sangue em minhas mãos e avisei: “Por favor, contrate um advogado se estiver aqui para me acusar do que aconteceu. Estou de muito mau humor agora, então não posso garantir se conseguirei me controlar para não agredir você.” João...

Ele olhou para mim impotente por alguns segundos e, finalmente, declarou: “Não há facas aqui. Como exatamente você planeja me atacar?”

Franzi os lábios em aborrecimento. Não havia mais nada a dizer a ele.

Então, ele se sentou ao meu lado enquanto a Sra. Escobar pegava um copo de água para ele. Ele tomou um gole em silêncio, sem intenção de continuar a nossa conversa. Virei-me e fiz uma careta. “Você não está aqui para me dar um sermão?”

Ele ergueu uma sobrancelha e questionou: “Por que deveria fazer isso? Afinal, não foi a minha filha que foi esfaqueada por você.”

Eu... “Então... Você está aqui para se divertir com a minha situação patética?”

Ele riu de modo enigmático. “Parece que não tenho nada melhor para fazer?”

Então ele está aqui apenas para ver como as coisas vão desenrolar...

Passos foram ouvidos no quintal. Não havia dúvida de quem era. Pedro está de volta. Ainda com as mãos sujas de sangue, ele entrou na mansão. A tristeza dele mostrava que ele não era alguém com quem poderia se mexer. “Vamos para o hospital!”, ele disse com indiferença.

“Não!”