Ficar ou correr? romance Capítulo 60

Heitor tivera o azar de esbarrar em mim naquele dia, já que eu ainda estava me sentindo indignada com o mal-entendido que acontecera antes. Suprimi minha raiva e fui direto para o apartamento.

Sem que eu soubesse, ele me seguiu o caminho todo. De repente, ele agarrou minha mão e perguntou com raiva estampada em seu rosto:

“Você ainda está me tratando como uma criança?”

‘Merda! Não consigo me livrar dele!’

“Sim! Você é muito irritante. Eu... Ahhh!” Nesse momento, ele passou os braços em volta das minhas coxas e me jogou por cima do ombro antes que eu pudesse terminar de falar.

"Ah, sério? Esse garoto vai te mostrar do que ele é capaz!”, ele rosnou, ficando cada vez mais nervoso. Depois disso, levantou a mão e bateu na minha bunda duas vezes.

Fiquei sem palavras. Devido minha gravidez, e à pressão exercida na minha barriga pelo ombro largo dele, comecei a me sentir tonta. Enquanto ele se afastava apressado, eu não aguentei mais e gritei:

“Heitor, me coloque no chão! Isso é perigoso. Eu estou grávida.”

Ouvindo meu apelo, ele parou abruptamente e me colocou no chão. Ele então olhou para mim com intensa curiosidade.

"Desde quando?"

Ainda me sentindo tonta, olhei para ele sem forças.

"Estou grávida de dois meses, então mantenha suas palhaçadas para si e fique longe de mim!"

‘Droga!’

"Pedro é o pai do bebê?"

Tentei conter minha raiva e olhei para ele solenemente.

"Claro! Eu sou a esposa dele. Quem mais poderia ser? Por favor, deixe-me em paz!"

No entanto, ele perdeu a paciência e ficou no meu caminho. Então perguntou me olhando atentamente:

"Ele sabe?"

Exasperado com sua pergunta, respondi:

“Dãã, ele é o pai do bebê”.

Ele murchou ao ouvir aquilo, mas eu estava realmente chateada e exausta, então terminei a conversa e entrei no apartamento.

Como esperado, Márcia estava dormindo profundamente no quarto. Imaginei que ela não tivesse dormido bem na prisão. Fazia um bom tempo desde a minha última visita ali, e o lugar estava uma bagunça. Depois de limpar, preparei algumas frutas e peguei meu telefone na sala enquanto esperava Márcia acordar.

Inesperadamente, adormeci também. Quando acordei, percebi que ela havia deixado um bilhete na mesinha de centro, dizendo que tinha saído para fazer compras.

Era quase meia-noite. Assim, decidi ir para casa, já que meu apartamento ficava ao lado do dela.

Quando cheguei em casa, já eram onze da noite. Naquele momento, meu telefone vibrou algumas vezes. Sua tela exibia uma série de números desconhecidos e eu não queria atender a chamada. No entanto, como a pessoa continuou ligando não tive outra escolha a não ser responder:

“Olá!”

"Scarlett!" A voz era parecida com a de Armando...

‘Por que ele está me ligando a essa hora?’

"Alguma coisa?"

"Pedro não foi para casa, certo?" Ele parecia estar feliz, e continuou: “Você pensou que seria tratada de maneira diferente depois que engravidasse, não é? Honestamente, eu realmente sinto pena de você. Seu marido está dormindo com outra mulher agora, enquanto você está sozinha em casa. Você está chateada?"

Belisquei meu braço e respondi com impaciência:

“Sr. Queiroz, você está com raiva porque Pedro e Rebeca estão transando, e te deixaram para trás? É por isso que está me ligando a esta hora para me tratar como seu saco de pancadas, não é?" Depois de uma pausa, continuei: “Não me ligue para desabafar sua raiva! Se realmente gosta de Rebeca, pode discutir isso com Pedro. Pode haver uma possibilidade de vocês três poderem...”

"Vai se ferrar, sua..." encerrei a ligação antes que ele pudesse terminar a frase. Aquele fora um dia terrível, problemas de trabalho e relacionamento por todos os lados.

Meu apartamento era de aproximadamente cem metros quadrados. Não era espaçoso, mas era grande o suficiente para viver confortavelmente.

Sentindo-me irritada depois de ter um dia ruim, pretendia dormir e esquecer as minhas preocupações. Mas depois de tirar aquela soneca curta mais cedo, não conseguia mais adormecer, então liguei meu computador para estudar alguns dados.

Ao fazer login na minha conta de e-mail, fiquei surpresa com aquele e-mail suspeito na minha caixa de entrada. Eu tinha me esquecido. A H&H Financeira deveria lidar com todas as auditorias da Corporação Carvalho. No entanto, eu não esperava que H&H armasse para mim. Não tive outra escolha a não ser pedir a Marcelo uma cópia do relatório interno da Crédito AC ao longo dos anos. Aquele relatório iria remediar o problema causado por eles. No entanto, o documento tornou-se inútil, pois a auditoria da Grupo Queiroz seria realizada pela AC, em vez da H&H.

Devido a isso, decidi ignorar o e-mail. Na verdade, nem teria pedido a ajuda de Marcelo se houvesse um plano alternativo. Senti que deveria deixar o passado para trás.

De repente, a campainha tocou. Supondo que Márcia tivesse retornado das compras de supermercado, tentei me levantar, mas acabei me sentindo tonta, possivelmente devido a longas horas sentada. Logo depois de abrir a porta, me abaixei para pegar um par de chinelos para ela.

"Você ficou fora por muito tempo. O que você comprou?" Eu ainda estava me sentindo tonta.

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