Ficar ou correr? romance Capítulo 623

Olhando para as batatas douradas, eu estava tão cheia que não conseguia comer mais, mas isso trouxe de volta as memórias da minha infância.

A terra em Passo Largo era cultivável. Todo ano, durante a primavera, minha avó plantava dois acres de milho. Desde a preparação do solo até a semeadura, adubação e irrigação, tinha que estar lá para ajudá-la. No caminho de volta, cavávamos algumas batatas para fazer batatas fritas.

Às vezes, assávamos as batatas na fogueira. Quando estavam cozidas, a pele escura e queimada era descascada e as batatas douradas exalavam um aroma delicioso. Com o molho caseiro da vovó, eram a comida mais saborosa que eu já tinha comido.

Naquela época, ela costumava limpar as cinzas da ponta do meu nariz e rir. “Quando Letti se casar, vou ajudar a cuidar do seu bebê e alimentar o pequeno com batata assada também.”

Meus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar. Um transeunte viu as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Ele me entregou um pacote de lenços e me consolou com simpatia.

“Ei, não sei o que você está passando. Mas você ainda é jovem e tem muito tempo pela frente. Não importa qual seja o problema que você esteja enfrentando, aguente firme e não desista. Eventualmente, tudo vai passar. Chore o quanto precisar, depois recomece.”

Pegando o lenço, assenti agradecida. Com um leve sorriso, dei a ele as batatas fritas em retribuição. “Obrigada.”

Depois de me recompor, caminhei pela rua em vez de chamar um táxi.

De repente, meu telefone tocou com uma ligação de Pedro. “Vamos almoçar juntos?”

Olhando para o céu, senti que o clima em Nova Itália estava esquentando. Levantando a mão para proteger os olhos do sol ofuscante, olhei para as folhas de uma árvore, perdida em pensamentos.

“Vou visitar a tia Suzana.”

Após uma breve pausa, ele disse: “A Flora me contou que você não dirigiu quando saiu de casa. Tome cuidado por onde anda.”

“Tá bom”, respondi enquanto acenava com a cabeça antes de desligar.

Já passava do meio-dia. Chamei um táxi e segui para o Sul.

A casa de Suzana não era muito longe. Quando entrei no quintal, ela estava prestes a almoçar.

A mulher ficou surpresa ao me ver. “Que sorte! Você chegou bem na hora do almoço.”

Dizendo isso, se levantou e pegou mais um conjunto de talheres para mim.

“Vamos comer juntas”, disse, olhando para mim.

Sorri e sentei-me à mesa. “Parece delicioso.”

Depois do almoço, Suzana quis dar uma volta, então me levou para passear.