Ficar ou correr? romance Capítulo 63

João ficou em silêncio por um momento antes de responder:

"Bem, você deve ter se esforçado nos primeiros dois meses. Vou lhe receitar um remédio. Lembre-se de tomá-los e descansar bem.”

Murmurei em resposta e esparramei-me sobre a mesa, infeliz. "Se eu soubesse que estar grávida era tão cansativo, eu não teria engravidado pra começo de conversa!"

Ele riu. "Que besteira é essa? Vou acompanhá-la na sua viagem dentro de alguns dias. Posso cuidar de você."

Sem saber o que dizer, perguntei timidamente: "Você está vindo por que se importa? Ou..."

"Não é isso. Tenho um compromisso também."

"Tudo bem. Eu te ligo então!", respondi, sentindo-me tranquilizada. João era um grande amigo, atencioso e cuidadoso. Depois de desligar, continuei esparramada sobre a mesa, totalmente esgotada. Já estava grávida de dois meses. Acreditava que estaria divorciada, e deixaria a Cidade de Augusta depois de terminar meu trabalho. Infelizmente, a vida era inesperada. O que deveria fazer agora? Se Pedro gostasse do nosso bebê, eu poderia ficar. Já suportara a existência de Rebeca durante dois anos. Com o meu filho, as coisas não podiam piorar, certo? Em comparação com a possibilidade do meu filho crescer sem um pai, as minhas preocupações eram pequenas.

A chuva continuou a cair sem trégua nos dias seguintes. Algumas áreas da Cidade de Augusta ficavam debaixo d'água durante a estação chuvosa. A empresa teve a gentileza de nos deixar sair antes do horário habitual. Sabia que Pedro passaria esse tempo com Rebeca, uma vez que ela tinha medo de tempestades. Não voltei para a mansão e permaneci no apart-hotel com Márcia. Ela parou de ir até o bar por causa do incidente com as drogas. E começou a se dedicar a aprender a cozinhar em casa. Fiquei feliz por passar mais tempo com ela.

Depois de pensar bem, parei de me apegar à esperança de que Pedro aparecesse para me visitar. No entanto, às vezes eu olhava fixamente para a porta.

Às vezes, meus braços e pernas ficavam dormente, se eu passasse muito tempo sentada. João me dera muitos medicamentos, e tentava me lembrar de tomá-los, mas acabava me esquecendo de fazê-lo. Márcia, então, tinha que fazer isso por mim.

Depois de uma semana de chuvas torrenciais, o céu finalmente clareou. O sol começou a aparecer na Cidade de Augusta. O processo de auditoria da Corporação Carvalho tinha começado e eu estava ocupada com a HiTech. Márcia, por outro lado, me disse que queria viajar sozinha por alguns dias. Eu sabia que ela estava frustrada por ter sido injustamente acusada de porte de drogas. Se Cordeiro não tivesse ajudado a tirá-la da prisão, ela ainda estaria detida. Ela estava desiludida porque não podia fazer nada. Por mais que soubéssemos que Rebeca estava por detrás de tudo, Pedro ainda a protegia. Por isso, conseguia entender o porquê de ela querer sair de férias.

Já que ela não estaria por perto, não via motivos em continuar a ficar no apartamento. Então, voltei para a mansão. Com a Sra. Espíndola lá, não ficaria sozinha. Depois do trabalho, voltei para a mansão. Coincidentemente, esbarrei em Rebeca na entrada da casa. Ela vestia um vestido azul longo e fluido, parecendo uma deusa grega, parada ao lado do jipe preto do Pedro.

"Como ela é bonita!" Não consegui conter meu elogio em voz alta. Ao mesmo tempo, meu coração se partiu em um milhão de pedaços, liberando raiva e ódio dentro de mim. Deveria ter diminuído a velocidade, mas pisei no acelerador, indo em direção a Rebeca. O meu lado mal estava se revelando. Contanto que ela estivesse morta, não teria de me preocupar se Pedro ficaria ou partiria. Quando acelerei em direção a ela, honestamente queria que ela morresse. De repente, Pedro apareceu e se colocou entre o carro e Rebeca. Sua expressão dura. Imediatamente pisei no freio, aturdida. Por um breve momento, eu realmente quis que ela estivesse morta. Ele caminhou até o meu carro, e me puxou para fora com brusquidão.

"Scarlett, o que você está fazendo?"

Desabei lentamente no chão. Ele me segurou e me colocou de pé, enquanto um lampejo de raiva passava pelo seu olhar. Com lágrimas nos olhos, olhei para ele.

"Pedro, peça que ela vá embora, por favor." Puxando sua mão, implorei: "Pedro, eu te amo mais do que você pode imaginar. Vê-la aqui está me enlouquecendo. Por favor, peça-lhe para ir embora, ou então, não sei o que sou capaz de fazer."

Sim, eu já não conseguia conter as minhas emoções. Abrir meu coração, mostrando-lhe a minha crueldade, o meu egoísmo e tudo o mais que havia dentro de mim. Quando nossos olhos se encontraram, Pedro repuxou os lábios enquanto seu olhar se suavizava. Ele estendeu a mão e me puxou para si. Pressionando o nariz contra o meu, ele disse com aspereza: "Que idiota!"

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