Ficar ou correr? romance Capítulo 64

Pegando-me no colo, ele olhou para a Sra. Espíndola, que saíra correndo após ouvir a comoção. "Peça um taxi para a Srta. Lopes!" A Sra. Espíndola assentiu imediatamente.

Rebeca tinha acabado de se recuperar do choque. Ela olhava para nós, seu rosto pálido. "Pê", ela implorou.

"Volte para casa!” Ele mandou, antes de entrar na mansão comigo. Atrás de nós, ouvi a Sra. Espíndola dizer: "Srta. Lopes, aqui está o seu táxi.”

De volta ao quarto, Pedro me colocou na cama suavemente. Ele olhou para mim e beijou-me com leveza. "Não aja mais de forma imprudente. Senão..." Ele não terminou de falar. Quando seus lábios frios pousaram em meu ombro, deixando sua marca ali com uma mordida, enruguei a testa ligeiramente, mas não disse nada. Depois de me cobrir, seu telefone começou a tocar na mesa de cabeceira. Espiei a tela do telefone e vi que era Rebeca. Pedro olhou de relance, mas não atendeu a sua ligação. Depois de algumas chamadas perdidas, ela lhe mandou uma mensagem de texto.

A mensagem dizia: Pedro, por favor, não me deixe sozinha. Depois de perder meu irmão, eu só tenho você.

Queria rir, mas um nó na minha garganta me impedia. Pedro também viu a mensagem. Ele não respondeu. Em vez disso, ele acendeu um cigarro e foi para a varanda fumar, em silêncio. Talvez eu estivesse cansada depois do incidente, pois não demorei muito a adormecer. Podia ouvir o som alto de trovões quando finalmente acordei. Pensei que o céu estaria limpo, mas ainda chovia com força à meia-noite. Antes, eu não tinha medo, já que estava com Márcia. Mas naquela noite, o quarto estava vazio. O relâmpago cortava o céus durante a noite, e era assustador no quarto escuro. Acendi a luz e olhei a minha volta. Pedro não estava por perto. Havia várias bitucas de cigarro na varanda. Como ele não estava no quarto, saí descalça, esperando encontrá-lo em seu escritório.

Ai de mim, como eu era ingênua.

Rebeca estava parada, sem querer arredar o pé na sala de estar no andar de baixo, completamente molhada. Seu olhar fixo em Pedro.

"Volte para casa!", disse Pedro exasperado.

"Não!" Os lábios de Rebeca se curavam em um sorriso inocente. "Você sabe que tenho medo de trovões.”

Ela parecia frágil e delicada, principalmente porque estava encharcada, com o cabelo bagunçado. Depois de um longo silêncio, ele cedeu:

"Vá tomar um banho."

Ela assentiu. "Mas eu não tenho o que vestir", ela disse

"As roupas que você trouxe mais cedo ainda estão no quarto de hóspedes."

Fiquei no topo da escada em silêncio e entreouvi a conversa deles. Rebeca entrou no quarto de hóspedes. Quando ainda estava vivo, Jorge comprara a mansão, por considerá-la espaçosa. Acomodaria Pedro e eu caso tivéssemos filhos. Mais tarde, percebi que aquele dia poderia nunca chegar. Nem sabia quantas roupas ela guardara no quarto de hóspedes. Que ridículo!

"Ah!” Um grito soou do quarto de hóspedes. Parecia que ela tinha escorregado. Pedro, com as sobrancelhas vincadas, foi em direção ao quarto. De repente, ele parou no meio do caminho e olhou para cima, encontrando meu olhar. "Você está acordada?”

Acenei com a cabeça, sentindo uma pontada no coração. "Ela está machucada. Você deveria ir ver como ela está."

"Scarlett!"

Eu insisti: "Vá!"

Não conseguia fazer com que ele me amasse, mas não poderia impedi-lo de amar outra pessoa, poderia? Imediatamente, voltei para o quarto. A chuva salpicava ruidosamente na varanda. Fui até a varanda e fiquei ali, permitindo que a chuva encharcasse meu corpo por completo. Lentamente, fiquei entorpecida. Caindo de joelhos, apertei meus braços com força contra meu corpo. Enterrando minha cabeça entre meus joelhos, minhas lágrimas escorreram incontrolavelmente. Os contos de fadas não existiam no mundo real. Ninguém conseguia me ajudar, nem era dever de ninguém. Tive que cerrar meus dentes, e me controlar. Não tinha certeza se foi porque fiquei na chuva por muito tempo, mas sentia minha cabeça pesada. Já não sentia mais nada. Eu tremia de frio. Passos soaram do quarto. Olhando para cima, vi Pedro parar ao meu lado. Era claro que ele estava com raiva.

"É divertido me torturar?"

Confusa, respondi: "Você está feliz?"

Ele levantou-me com desgosto. "Scarlett, existem coisas das quais não posso fugir. Não me torture usando a si mesma e ao nosso bebê, está bem?"

Abaixei a cabeça enquanto as lágrimas escorriam. "Eu não estava tentando torturar você. A tristeza foi demais para eu suportar.” Eu estava pingando quando ele me levou para o banheiro. Ligando o chuveiro, ele me despiu sem dizer uma palavra.

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