Ficar ou correr? romance Capítulo 88

Ao falar, ele pareceu se lembrar de algo, quando acenou com a cabeça e estalou os dedos:

"Ah, eu quase esqueci! Ele deve estar com Rebeca agora, cuidando de sua amada. Duvido que ele tenha tempo para você.

Em seguida, ele se inclinou, seu hálito cheirando a tabaco me deixou ainda mais enojada, e disse, cuspindo as palavras: "Ei, Marcelo. Se eu morrer, eu finalmente estarei livre?"

Ele disse soturnamente: "Você pode tentar."

Como poderia? Ainda não era a hora certa. 'Mas, mesmo se fosse, acho que não seria uma coisa ruim, se pudesse levá-lo comigo.

Então, o pátio se iluminou com o farol de um segundo carro. Virando a cabeça, vi o jipe do Pedro se aproximar.. Olhei para o meu relógio. Era meia-noite. Fui pega de surpresa ao vê-lo voltar. Pedro podia ver com facilidade o carro de Marcelo. No entanto, ele não desceu imediatamente. Em vez disso, ele permaneceu lá dentro, acendeu um cigarro enquanto nos observava.

Marcelo, sendo o oportunista desprezível que era, aproximou-se de mim e riu no momento em que viu Pedro. "Eu me pergunto qual seria a reação dele se ele me visse beijando você?”

"Seu doente!” Gritei e tentei afastar-me dele, mas, infelizmente, não havia espaço suficiente no carro.

Lançando seu corpo para a frente, ele conseguiu me beijar antes de se sentar novamente. Lambendo os lábios de satisfação, ele deliberadamente olhou para Pedro com um olhar provocador no rosto.

"Marcelo, você perdeu o juízo?"

"Sim, perdi" Ele acenou com a cabeça quando Pedro saiu do carro.

Olhei para ele ferozmente e exigi: "Abra a porta agora!”

Ele me ignorou por completo. Ele estava ocupado observando Pedro, que acabara de sair do carro. Quando viu que ele estava indo direto para a mansão. Ele se virou para olhar para mim antes de rir: "Letti, ele não te ama mesmo. Ele não está nem aí para você!"

Marcelo sabia muito bem como atingir as suas vítimas, já que suas palavras me pegaram em cheio. Eu respondi: "E daí? Não tem nada a ver com você. Deixa-me sair..."

Bam!

Um ruído forte reverberou por todo o carro. Pode-se ouvir então o som de uma janela de carro sendo quebrada. Erguendo a cabeça, vi Pedro parado ao lado do carro. Seus olhos estavam frios. Ótimo, lá vai o outro.

De longe, todos pareciam ser boas pessoas. Mas, de perto, eram terrivelmente podres. Marcelo era podre. Eu não era melhor do que ele. E até mesmo Pedro podia ser desprezível às vezes. Escondido por trás de sua sofisticação fria e alta nobreza, havia uma alma feroz e sanguinária. E seu lado indomável, se libertou aquela noite. Ele trazia uma marreta nas mãos, deixada ali pelo pedreiro que consertara o nosso jardim alguns dias antes. Nunca que uma janela sobreviveria a pancada de uma marreta.

Marcelo encarou com frieza para o vidro quebrado da janela. Ele simplesmente observou Pedro estender a mão e abrir a porta do carro. Assim que a porta foi aberta, saí do carro em silêncio antes de olhar para os dois homens que se encaravam.

Marcelo foi o primeiro a piscar. Embora estivesse sentado, ele parecia ser tão ameaçador quanto Pedro, que se erguia sobre ele. "O que me diz de um duelo?"

Desde o início dos tempos, os homens sempre resolveram problemas usando os punhos. Uma luta parecia ser a maneira preferida de resolver quaisquer divergências para o sexo masculino. Talvez eles gostassem de se espancar, ou talvez aquele fosse o único jeito de extravasarem as suas emoções.

Os olhos de Pedro brilharam enquanto ele sorria: "Claro!"

A comoção foi suficiente para acordar a Sra. Espíndola, que morava no pátio exterior. Ela acendeu as luzes do pátio e saiu correndo. Ele olhou para Pedro e eu, antes de olhar para Marcelo. Ao ver um homem estranho no pátio, ela disse preocupada: "Devo chamar a polícia Sr. Pedro?"

Pedro, tirou o paletó. Seus olhos brilhavam quando ele respondeu: "Não precisa. Entre e pegue uma cadeira para a minha esposa, para que ela possa se sentar e assistir."

O quê?

A Sra. Espíndola acenou com a cabeça e entrou com pressa. Franzi as sobrancelhas. Chateada, olhei para Pedro e disse:

"Não vou ficar aqui para ver isso. Não vai fazer bem ao bebê. Apenas tenha cuidado e tente não se machucar. Esperarei por você em casa."

Minhas palavras pareciam animá-lo. Seu rosto pareceu se iluminar. Ele sorriu com confiança enquanto olhava para mim: "Entendido, volte e espere por mim então.”

Merda!

Por algum motivo, Marcelo ficou ainda mais nervoso ao presenciar nosso momento, e se lançou sobre Pedro. Eles imediatamente começaram a lutar. Não olhei para trás. Em vez disso, tampei os ouvidos, tentando não ouvir o barulho de socos sendo lançados. De volta à sala, Sra. Espíndola me perguntou com uma expressão preocupada:

"O que está acontecendo?"

"Está tudo bem. Não é nada demais", disse enquanto balançava a cabeça. Já que não tinha comido muito na festa, estava sentindo muita fome. Olhando para a Sra. Espíndola, mudei de assunto perguntando: "O que tem para comer?”

“Sim... Claro", ela afirmou antes de correr em direção à cozinha para trazer um prato de ovo mexido e uma panela de ensopado de frango.

Ao ver a comida que ela trouxera, não pude conter a minha surpresa: "Sra. Espíndola, você sabe que já são meia-noite, não é? Essa comida... Como você..."

O fato de a comida ainda estar quente, era ainda mais espantoso. Ela sorriu e revelou: "O Sr. Pedro ligou há algum tempo, dizendo que você não conseguira comer muito na festa e que estaria com fome ao chegar em casa.”

Ao ouvir aquilo, fiquei agradavelmente surpreendida e sem palavras.

Mas... Ele está preocupado comigo ou com a criança?

Enquanto me perdia em meus próprios pensamentos, pude ouvir grunhidos e gritos abafados vindos do pátio. Enquanto servia a minha comida, a Sra. Espíndola perguntou novamente:

"Por que não chamamos a polícia?”

Balançando a cabeça, concentrei-me em mastigar minha comida lentamente e murmurei: "Não será preciso.”

Ambos eram igualmente fortes, estava certa de que nenhum deles morreria.

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