Ficar ou correr? romance Capítulo 87

Com a estrela da noite indo embora, o que se seguiu foi a repercussão do seu acidente. Todos olhavam para mim à medida que começavam a comentar o incidente.

"A Sra. de Carvalho, nunca gostou da Sra. Lopes. Já que Rebeca agora oficialmente faz parte da família, ela provavelmente a empurrou por ciúmes."

"Acho que não. Já trabalhei com a Sra. de Carvalho antes. Ela é uma mulher de ações rápidas e decisões resolutas. Ela sabe o que faz e o faz bem. Ela não é do tipo que machucaria alguém em uma ocasião como essa."

"No fim das contas, este é um assunto entre um marido e uma mulher. Não viu como Sr. de Carvalho olhou para ela ainda a pouco? Ele estava claramente preocupado com a Sra. Lopes. Se você fosse a esposa dele, como se sentiria ao vê-lo se portar assim com outra mulher?"

"É, você tem razão, eu acho. Já que a Sra. Lopes reencontrou sua verdadeira família, agora como uma pessoa poderosa, ela pode forçar que a Sra. de Carvalho a se divorciar do Sr. de Carvalho no futuro."

"Parece que a Sra. de Carvalho terá uma vida difícil daqui para frente.”

Eu fiquei simplesmente parada ali, e ouvi suas conversas em silêncio. Então, Armando apareceu do nada para tirar vantagem do meu sofrimento. Ele estava observando todo o fiasco e agora estava completamente eufórico. Ele se inclinou e zombou:

"Ei, Scarlett, você não consegue esconder o seu ciúme? Acho que você não pode evitar. Afinal, Rebeca está muito acima de você em termos de beleza, posição e linhagem. Ela agora é definitivamente digna de Pedro, enquanto você...”

Ele não terminou de falar. No entanto, o seu desprezo e desdém para comigo não passaram despercebidos, ele estava claramente insinuando que eu não era a esposa adequada para Pedro.

Erguendo meu olhar para encará-lo, dei de ombros e sorri: "Sim, talvez você tenha razão, mas pelo menos eu não tenho absolutamente nada a esconder!"

“Você...”

Mais uma vez, ele foi derrotado em seu próprio jogo. Vencido pela frustração e sem saber o que dizer, ele bufou antes de se afastar. Os convidados começaram a se dispersar. Após presenciar em primeira mão o emocionante espetáculo, e lidado com as fofocas e conversas paralelas, saí do salão com a cabeça erguida. Marcelo estava sentado em um balanço no pátio. Ao ver que eu me aproximava, ele sorriu. Ao vê-lo, deixei escapar:

"Nunca pensei que gostasse de dramas da vida real.” Em seguida fui embora.

Todos estavam fadados a mudança. Há cinco anos, Marcelo era o tipo de pessoa que gostava de torturar suas vítimas diretamente. Agora, parecia gostar de colocá-las em situações comprometedoras. Ainda pensando no assunto, ele sempre gostou de prolongar a sua sessão de tortura, para espremer até o último grito e lamento de suas vítimas. Ao sair da mansão, percebi que estávamos longe da cidade. Como era uma área residencial, não havia táxis disponíveis. Além disso, a menos fossem autorizados, ninguém poderia entrar ali de carro. Então, teria que sair dali para conseguir um táxi. Ia ser uma longa caminhada. Tirei meus sapatos e caminhei ao longo da estrada junto ao campo de golfe. Depois de algum tempo, um carro surgiu atrás de mim e deliberadamente começou a me seguir em baixa velocidade. Não precisei adivinhar quem era. Em vez de parar, comecei a andar mais rápido. Após caminhar um pouco, e ver que o carro ainda seguia atrás de mim, decidi parar e sentei-me no campo de golfe. Um minuto depois, alguém se sentou a meu lado. Ele soltou um suspiro longo antes de começar a falar com uma voz triste: "Letti, você não acredita que uma pessoa má possa mudar?"

Respondi à sua pergunta com outra: "Por que você voltou desta vez?”

Pelo que eu me lembrava, Marcelo sempre foi uma alma gentil. Contudo, ele causou a morte dos pais de Márcia, deteriorou a saúde de vovó causando a sua morte, e tentou contra a minha vida e a de Márcia. Cinco anos era muito pouco tempo para esquecer tudo o que ele fez. Ao deitar-se no chão, com as mãos atrás da cabeça, ele olhou para o céu escuro.

"Estava me sentindo sozinho, então pensei em voltar e viver uma boa vida com você."

Se aquelas palavras fossem ditas por um parente perdido durante um reencontro, eu definitivamente ficaria tocada. Entretanto, não havia afeição entre nós, apenas uma enorme e indiscutível distância.

"Tenho de morrer para me ver livre de você?" Pensava enquanto olhava para a rua iluminada. Eu estava triste.

Rindo soturnamente, ele respondeu: "Eu não vou deixar você morrer. Ainda tem um longo futuro pela frente. Sem você, não posso continuar.”

Decidi parar de falar. Afinal, a vida não podia parar. Não havia espaço para o medo.

"Deixe o Pedro. Vamos viver uma boa vida juntos. Ainda podemos ser tão felizes como quando éramos jovens. Ele não te merece."

Inclinei a cabeça, sentindo vontade de rir. Tantas pessoas achavam que eu não era digna de Pedro, contudo, ele, de todas as pessoas, pensava que Pedro não me merecia.

"As coisas jamais serão como antes. Vovó se foi, e a velha amoreira na porta da frente foi cortada. Marcelo, por favor, não venha atrás de mim. Pare de acabar com a minha vida, está bem?"

Embora soubesse que as minhas palavras não surtiriam efeito algum, falei mesmo assim. Ele continuou a olhar para o céu, seus olhos eram distantes e sombrios. Depois de muito tempo, ele deixou escapar:

"Eu tentei. Mas é inútil.”

Suspirei, sentindo-me exausta de repente. Para o inferno com isso! Percebendo que não fazia sentido continuar a nossa conversa, levantei-me e pedi-lhe que me levasse de volta. Naquele momento, percebi que, se ele quisesse me fazer mal, não teria despendido tanto tempo e esforço para me trazer até ali. Sabia que ele queria ver meu medo e impotência, para satisfazer o seu desejo egoísta. Afinal, ele era um caçador e, sem uma presa para entretê-lo, ele se sentiria desconfortável.

Com esse raciocínio em mente, eu tinha certeza de que ele não me machucaria - pelo menos por enquanto. Ele obedientemente me levou de volta para o Palace. Contudo, antes que pudesse sair do carro, ele de repente trancou a porta e olhou para mim:

"Você não vai me dar um beijo de boa noite?”

'Droga!'

Olhando para ele sem expressão, murmurei: "Apenas abra a porta.”

Seu lado maligno mostrou-se mais uma vez, quando ergueu as sobrancelhas, encostou-se no banco e disse:

"Como você acha que Pedro se sentiria se a visse em um carro com outro homem por tanto tempo?”

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