Ficar ou correr? romance Capítulo 898

“Senhora Carvalho, você voltou da viagem”, cumprimentou-me Stella.

Fiquei tão encantada com sua mudança drástica que fiquei em silêncio por um momento. Depois de um tempo, sorri para ela e acenei com a cabeça. “Sim. A propósito, você está saindo com alguém? Você está linda.”

“Você está me elogiando, senhora Carvalho.” Ela corou. Nós duas rimos.

De repente, meu telefone tocou. Era a mãe da Sasha. Atendi a ligação, pois sabia que era a hora em que ela geralmente me pedia dinheiro para a quimioterapia da Rafaela.

Ao invés do habitual choro que eu esperava, a mulher soava calma do outro lado da linha. Em vez disso, forçou a calma em sua voz e disse: “Senhora Carvalho, você pode vir aqui? A Rafaela gostaria de vê-la e agradecer pessoalmente.”

Ela parecia um pouco incomum para mim, então perguntei confusa: “Sra. Brito, o que aconteceu?”

“Nada. É apenas que a Rafaela quer expressar sua gratidão pelo seu generoso apoio com as despesas médicas.”

Prometi que iria lá. Encerrando a ligação, me despedi de Stella e segui para o hospital.

Odiava o cheiro de hospital, então acelerei o passo até o quarto da Rafaela. Seus avós estavam com ela no quarto. Eles tinham envelhecido consideravelmente desde a última vez que os vi, há duas semanas. Agora, suas rugas estavam mais evidentes e eles pareciam desgastados.

A Sra. Brito levantou-se de seu assento quando me viu entrar no quarto. “Senhora Carvalho, obrigada por vir.”

Balancei a cabeça ligeiramente. Informaram-me que não tinham comido, então concordei em ficar e cuidar da Rafaela. Depois, eles se desculparam e foram para a cafeteria. A emoção que senti ao olhar para a criança era inexplicável.

Ela estava deitada na cama com um rosto pálido e magro. Era de partir o coração ver uma menina tão adorável terrivelmente emaciada devido aos ciclos de quimioterapia.

Sentei-me ao lado da cama enquanto ponderava seriamente se deveria pedir a ajuda do Pedro para os tratamentos dela. A Rafaela merecia o melhor especialista que pudesse curar sua doença. Era insuportável vê-la sofrer.

Quando estava prestes a enviar uma mensagem para ele, a Rafaela acordou e ficou surpresa ao me ver. “Sra. Machado...”, chamou meu nome com uma voz trêmula.

“Eu te acordei?”

Ela balançou a cabeça e me olhou. “Onde estão a vovó e o vovô?”, perguntou.

Sua resposta sincera de alguma forma me tocou. “Então está combinado!”

“Uhul!”, ela exclamou. Então, tirou um caderno de bolso de trás do travesseiro. “Sra. Machado, minha avó quer que você leve isso.” Ela me passou. “É o diário da minha mãe. E a vovó disse que eu devo te agradecer pela sua ajuda.”

Confusa, estendi a mão para pegar o diário. “O diário da sua mãe?”

Ela acenou com a cabeça. “Sim. Não sei o que ela escreveu porque não sei ler. A vovó disse que pode te ajudar. Agora, guarde na sua bolsa antes que alguns bandidos o vejam. Leia só quando chegar em casa.” Então, coloquei o caderno na minha bolsa.

Estávamos tendo uma conversa agradável quando seus avós retornaram do almoço. “Senhora Carvalho, muito obrigada”, disse a Sra. Brito com gratidão.

“Não mencione isso. Não se preocupe com as despesas hospitalares dela. Eu encontrarei outra maneira.”

“Senhora Carvalho, meu marido e eu fizemos o melhor que pudemos. Decidimos desistir do tratamento. A Rafaela passou por tanta coisa. Queremos que ela aproveite sua infância ao máximo.” Apesar do sorriso, ela parecia desesperada.