Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 10

"Não, algo me atrasou."

Jorge respondeu com uma voz fraca, levando Samara pela porta.

Sob a luz brilhante, Valéria, que estava observando Jorge atentamente, notou que seu lábio inferior estava machucado.

Parecia claramente uma mordida.

O sorriso no canto da boca de Valéria congelou por um momento.

Será que o "algo" que Jorge mencionou foi Naiara usando o corpo para fazê-lo ficar?

...

Oito e meia era a hora que Samara dormia todas as noites.

Valéria ajudou-a a tomar banho e a colocou na cama.

Jorge pegou a história para dormir e sentou-se na beirada da cama, pronto para embalá-la.

A garotinha entrou em seus braços e o abraçou pelo pescoço, fazendo-lhe um carinho suave: "Papai, você pode ficar hoje à noite e dormir com a Samara e a mamãe?"

Valéria, que estava saindo do banheiro, ouviu isso e imediatamente franziu a testa, repreendendo a filha: "Samara, não faça isso."

Ao ser repreendida pela mãe, Samara ficou ofendida.

Lágrimas rapidamente encheram seus olhos, e ela, com olhos marejados, olhou para Valéria, lamentando: "Samara não estava fazendo bagunça, Samara só quer dormir com o papai e a mamãe."

Enquanto ela dizia isso, as lágrimas caíam por seu rosto.

Foi de partir o coração.

Entre soluços, ela perguntou: "Outras crianças podem dormir com o papai e a mamãe, por que a Samara não pode?"

Vendo a filha chorar assim, o coração de Valéria ficou apertado.

Vestida com as roupas molhadas que acabara de ajudar Samara a tomar banho, ela rapidamente foi até a cama e se inclinou para confortar a filha.

Era um ângulo que Jorge podia ver claramente.

Valéria tinha um corpo que facilmente atraía os olhares dos homens.

Curvas perfeitas, uma silhueta impressionante.

Valéria estava alheia ao fato de que sua atenção parecia estar voltada para a filha que chorava.

Com o olhar cheio de preocupação, ela falava suavemente enquanto tentava consolar Samara, que não parava de chorar: "Samara, seja boazinha, não chore mais, ok? O doutor disse ontem que você não pode ficar muito agitada, lembra?"

Chegou conforme o combinado.

Assim que entrou no café, Valéria levantou a mão com um sorriso radiante, cumprimentando-a naturalmente: "Naiara, aqui."

Como se não fosse ela quem havia levado vários tapas de Naiara no hospital dias atrás.

Ela era boa em fingir.

Naiara levou seus passos até ela com uma atitude fria.

No momento em que ela se sentou, as palavras de Valéria com uma faca macia soaram em seus ouvidos: "Naiara, pedi um cappuccino para você, achei que você poderia precisar de algo doce, afinal, a vida tem sido tão amarga..."

"Diga logo o que quer."

Naiara interrompeu friamente as palavras de Valéria.

Ela não estava ali para ouvir baboseiras.

Valéria não se incomodou, sorrindo levemente ao pegar uma sacola de compras.

Abriu-a e colocou na frente de Naiara, com um sorriso nos lábios: "Essas são as roupas que Jorge esqueceu na minha casa ontem à noite, trouxe para você."