“Rosa”
A viagem para o Castelo Black Rock leva cerca de dois dias. Viajamos de trem, eu e a escolta que o Rei Gene enviou para garantir que eu chegue ao castelo em segurança. Alguns dos grupos estão um pouco agitados com a forma como o Rei Gene escolheu os quatro Alfas para serem considerados como substitutos dele, e há a possibilidade de que eles possam estar dispostos a descontar sua indignação nas mulheres que estão chegando ao castelo.
Toda essa jornada é um pouco avassaladora, e eu ainda não consegui entender por que estou indo para o castelo. A última coisa que eu quero é ser uma Procriadora,nem mesmo para um Alfa, quanto mais para quatro estranhos.
Minhas mãos estão tremendo, e meu estômago está embrulhado enquanto engulo o vômito. Não consigo acreditar que estou aqui...
Meu ombro ainda dói de onde meu pai me empurrou para dentro do trem, antes da porta se fechar.
Este é o último lugar do mundo onde eu queria estar.
Mas aqui estou eu, sentada ao lado de Delta Sebastian, minha escolta, em um trem em direção ao castelo. Sei que há outras mulheres a bordo que estão indo com o mesmo propósito, mas ainda não conheci nenhuma delas. As escoltas acham que seria melhor esperarmos até chegarmos ao castelo para nos conhecermos.
Se tivermos a chance, afinal, apenas uma de nós ficará. Somos todas essencialmente concorrentes.
Ouço uma conversa entre dois passageiros na nossa frente.
— Suponho que algumas dessas garotas bonitas devem estar indo para o castelo para fazer teste para aquela terrível posição de Procriadora. — Diz a mulher.
O homem ao lado dela, que presumo ser seu marido, diz:
— Sim, esta é a terceira viagem de trem que faço este mês onde há um monte de jovens esperançosas prestes a ter seus sonhos despedaçados.
Isso é verdade. Meus sonhos serão realmente despedaçados se eu for selecionada.
Mas olho ao redor do trem e vejo muitas garotas aparentemente muito mais confiantes do que eu. Loiras descoloridas, ruivas ferozes, garotas com cabelos escuros acetinado,eu iria tão longe a ponto de dizer que elas são mais bonitas do que eu, e por causa disso, estou esperançosa de que uma delas seja escolhida, não eu.
Para ser justa, não sou feia, mas também não sou bonita. Pelo menos, ninguém nunca me disse que sou. Tenho cabelos loiros e lisos, olhos azuis e uma figura decente. Acho que meu nariz é um pouco longo para o meu rosto, e há um pequeno espaço entre meus dois dentes da frente. Quando olho para essas outras garotas, não vejo falhas.
Meus olhos pousam em uma ruiva de vestido verde. Ela sorri para mim, e eu consigo sorrir de volta, mas estou muito nervosa para continuar olhando para ela. Ela é muito mais bonita do que eu, o que me faz sentir um pouco melhor.
Todos os outros parecem felizes com essa possibilidade, embora algumas garotas pareçam um pouco nervosas, mas ninguém parece estar à beira de vomitar, como eu estou.
A ruiva é tão bonita, ela definitivamente conseguirá o emprego antes de mim, o que é reconfortante, porque, por mais que meus pais pareçam me odiar, pelo menos eu perderia legitimamente em vez de ter que fugir para evitar o concurso.
Mas então... talvez essa seja minha melhor opção. Olho ao redor do trem, imaginando se há alguma maneira de simplesmente me jogar por uma dessas janelas. Estamos indo rápido demais para isso. Isso não significa que eu não continuarei a considerar fugir se a chance se apresentar.
Seja o que for que esteja lá fora no mundo, tem que ser melhor do que isso.
Chegamos à estação de trem perto do castelo, e somos escoltadas para SUVs para fazer a viagem até a casa do rei, que podemos ver ao longe. Nossas escoltas ainda estão conosco, então tentamos manter a conversa mínima. Me vejo sentada ao lado da mesma ruiva. Ela parece simpática. Há uma garota com cabelos loiros cacheados em frente a mim, e ela não parece tão acolhedora.
O castelo cresce cada vez mais à medida que nos aproximamos. Mal posso acreditar em quão grande é.
Feito de pedra, ele se projeta do chão e deve ter pelo menos dez andares em alguns lugares. Com torres e passarelas no telhado, parece intimidante enquanto o sol reflete em sua superfície.
Passamos por um portão guardado, e o veículo para na frente. Espero minha vez de sair e depois sigo as outras garotas para dentro.
Somos levadas para uma sala de espera, a sala alinhada com cadeiras.
— Sentem-se. — Diz uma mulher de terno preto com um rosto sério — O rei entrevistará cada uma de vocês, e então vocês farão seu exame — Ela se vira e sai.
Meus olhos se arregalam. Exame? Há um teste?
Uma das loiras que vi no trem se inclina para uma morena e sussurra:
— Que tipo de teste temos que fazer?
A outra garota ri.
— Nossos exames médicos, boba. — Ela revira os olhos, e fico feliz por não ter feito a pergunta estúpida.
Nossas escoltas nos deixaram, então agora somos apenas as doze na área de espera. Podemos conversar livremente, mas não tenho certeza se quero. Não é como se todas nós fossemos ficar aqui. Apenas uma de nós conseguirá o emprego, e as outras partirão. Sem mencionar que nem mesmo somos o primeiro grupo, aparentemente. Então quem sabe se será alguém deste grupo?
— Estou tão nervosa. — A ruiva sussurra para mim — Acho que vou vomitar.
Penso no momento em que vomitei na estação de tratamento de esgoto.
— Sim, eu também.
— Quero dizer... fará uma diferença enorme para a minha família se eu conseguir isso. —Ela acrescenta.
Eu tento não encará-la. Eu realmente não me importo com o quanto isso vai ajudar minha família, eu não quero o emprego. Silenciosamente, espero que ela consiga.
A garota ao meu lado tem cabelos castanhos e olhos castanhos grandes.
— Eu sei! — Ela diz, como se a ruiva estivesse falando com ela — Só quero terminar essa parte logo e descobrir o que vai acontecer!
— Por que eles não escolhem quatro de nós de qualquer maneira, uma reprodutora para cada Alfa? — Pergunta a ruiva para quem estivesse ouvindo — Há muitas mulheres aqui para encontrar quatro reprodutoras adequadas.
— Isso não seria justo! — Diz a morena — E se uma fosse mais fértil do que as outras? Já que a primeira a procriar será a nova Rainha Alfa, é justo ter apenas uma mulher!
Todos entram em uma discussão até que a porta à nossa frente se abre, e eu percebo que uma de nós está prestes a ser chamada para encontrar o rei.
Olhando ao redor do grupo, tento adivinhar quem será.
—Rosa Forrest? — A mulher de terno preto chama.
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