“Rosa”
Seja o que for que eu tenha encontrado, é sólido como uma rocha e me empurra para trás, quase me fazendo cair de bruços no chão de pedra do castelo.
Mas no último momento, enquanto estou caindo para trás, uma mão se estende e agarra meu braço, me impedindo de tombar e me puxando de volta para os meus pés.
Com lágrimas ainda nos meus olhos, é difícil para mim ver o que está acontecendo. Eu as limpo com minha mão livre e olho para cima em um par de olhos azuis tão intensos, que penso que posso ter entrado em outro reino. Nunca vi um metamorfo com olhos como os dele antes.
— Você está bem?— Ele pergunta, mas não é ele quem está segurando em mim. Ao lado dele está outro homem com olhos castanhos-chocolate e uma expressão preocupada em seu belo rosto. Seus dedos estão envoltos em meu braço e sua outra mão está estendida, caso ele precise me ajudar a encontrar meu equilíbrio novamente, eu suponho.
Agora estou bem, porém. Apenas chocada.
— S-sim! — Consigo adizer, olhando de um para o outro. Nunca vi um homem tão bonito antes, e agora estou encarando dois deles.
Aquele com os olhos azuis é um pouco mais alto que o outro, com cabelos loiros arenosos e um olhar intenso. Ambos são musculosos, mas eu diria que ele é um pouco mais magro que o outro. Meu salvador de olhos castanhos tem cabelos escuros, uma barba e bigode bem aparados. Ele é um pouco mais baixo que o outro homem, mas seus ombros são mais largos.
Ambos são feitos de puro músculo e vestidos como realeza em calças de terno e camisas brancas. O loiro está usando um casaco preto combinando. Seus ternos provavelmente custam mais do que minha casa.
— Desculpe! — Diz o que eu esbarrei, o de olhos azuis.
— Tudo bem! —Eu respondo a ele. Ele é claramente um homem de poucas palavras. Ele parece simpático, porém. Estou surpresa com o quão simpáticas as pessoas são aqui, na maioria das vezes. Nem todos, porém.
Eles são mais simpáticos do que meus pais... até agora.
— Você precisa de ajuda com alguma coisa? — O outro pergunta. Ele me dá um sorriso educado, e por um momento, penso que ele pode estar me avaliando. Seus olhos descem para o meu peito e depois mais para baixo, chegando ao chão antes de subirem lentamente de volta.
— Uh... eu estou procurando a... sala de exame médico! — Eu gaguejo enquanto ele finalmente solta meu braço. Meu bíceps de repente sente frio sem seus dedos quentes ali, e consigo sentir pequenos pulsos de eletricidade restantes de seu toque.
— Ali embaixo.— Diz o dos olhos azuis, apontando por cima do ombro. Então eu não fui longe o suficiente.
— Obrigada! — Consigo dizer. Quero falar mais, mas não consigo dizer mais nada.
— Você parece perturbada! — O de cabelos escuros percebe — Algo está te incomodando, moça?
Ele é tão educado, que me pega de surpresa. Mesmo que meu pai seja um Alfa, não estou acostumada a ser tratada como se importasse.
— Oh, uh, estou bem! — Admito — Apenas... nervosa, eu acho.
— Você está aqui para a posição? — O loiro pergunta.
Ele não precisa especificar qual posição. Todos sabemos a que ele está se referindo. Eu balanço a cabeça.
— Legal. — O outro diz. Meus olhos vão para o seu rosto, e ele está sorrindo para mim. É um sorriso torto que pode parecer assustador em alguns caras, mas quando é alguém tão atraente usando essa expressão, é cativante.
Quero perguntar o que ele quer dizer com isso. Por que é legal? Por que ele se importa com o motivo de eu estar aqui? Ele parece ser alguém importante, mas não me atrevo a tentar adivinhar quem. Ele poderia ser um Beta ou um dos conselheiros do rei, pelo que sei.
— Peço desculpas por esbarrar em você, senhor. — Digo ao homem que provavelmente deixou uma marca de seu peito na minha testa.
Ele ri.
— Sem problemas. Eu sou o Mark.
— Mark? — Repito, como se minha boca nunca tivesse formado esses sons em uma sequência antes.
— Isso mesmo. Esse é o meu nome. — Ele ainda está sorrindo para mim, mas parece que algo que eu disse ou fiz o divertiu.
— E eu sou Tristan. — O outro diz.
— Oi. — Isso é tudo o que consigo falar. Sinto-me tonta, seja pela beleza deles ou porque bati minha cabeça momentos antes. Não consigo dizer. Talvez os dois.
Eles trocam expressões divertidas antes de Tristan me perguntar.
— Qual é o seu nome, querida?
Querida? Acho que ninguém nunca me chamou assim antes. Parece bom quando ele diz, porém.
— Uh…— Meu nome não quer sair da minha boca. É como se eu não tivesse um.
— Você tem um nome, não tem? — Tristan me pergunta, e ambos riem novamente.
— Sim! — finalmente consigo dizer — É Rosa. Eu sou a Rosa. — Consigo sentir meu rosto ficando da mesma cor que meu vestido. Como posso não lembrar do meu próprio nome estúpido? Meu pai está certo. Eu sou uma idiota.
— É um nome bonito. — Tristan diz — Como uma flor.
Eu arqueio uma sobrancelha. É exatamente isso, mas vou aceitar o elogio.
— Obrigada, senhor.
Seu sorriso se alarga.
— E você é tão educada também. Bem, Rosa, não vamos te segurar. Tenho certeza de que você está com pressa para terminar essa avaliação. Mas foi um prazer te conhecer.
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