Inversão de Amor: Conquistar o CEO romance Capítulo 50

Beatriz Souza estava pálida como cera.

Ela se lembrava, como se tivesse sido ontem, do dia em que deu à luz prematuramente, cinco anos atrás...

Ela recordava claramente de estar em uma clínica particular, onde as paredes brancas estavam descascadas e o quarto de parto era mal iluminado, com apenas um médico e uma enfermeira que não pareciam profissionais.

Deitada naquela maca gelada, se sentia humilhada.

Ela nem se importava mais com a dor do parto, mas nunca esqueceria a mãozinha inquieta de seu filho estendida para fora do lençol, que Omar segurava.

Era tão pequena... que nem chegava perto do tamanho de um dedo dela.

Ela quis se levantar para pegar seu filho de volta, mas ela sentia uma terrível dor na barriga.

O líquido amniótico já estava a acabar, e se não continuasse com o parto, o outro bebê dentro dela sufocaria...

Beatriz Souza se sentia sem ar, o que dava ela uma sensação cruel.

Ela havia escolhido a filha em detrimento do filho!

Durante anos, ligou inúmeras vezes para Omar Souza, implorando que ele devolvesse o menino, mas ele nunca o devolveu. No fundo, ela sempre teve aquele pressentimento.

Talvez seu filho já não estivesse mais vivo.

Senão, por que, mesmo depois da família Rodrigues concordar em desfazer o noivado, ele ainda recusava a falar sobre o paradeiro da criança? Esse era também o motivo que fez com que ela não procurasse Omar Souza assim que voltou ao país.

Ela tinha medo de ouvir o que não queria.

No entanto, ainda se agarrava a um fio de esperança.

Ela sabia que sua filha, a princesinha vaidosa e cheia de frescuras, de repente começou a comprar roupas de homem e às vezes até se passava por um menino, tudo para alegrá-la e aliviar a dor que ela sentia.

Ela olhava desolada para a filha aos prantos diante de si e, ao ouvir suas palavras, forçou um sorriso enquanto sua garganta se fechava: "Bellinha, você não precisa me enganar..."

Elton Pereira estava aterrorizado. O rapaz, sempre tão calmo e sereno, chorava bastante.

O rosto de sua mãe estava completamente pálido, e os olhos dela que sempre mostrava controle, transmitia desespero e vazio, com lágrimas correndo pelo seu rosto. Ela sorria tão amargamente, até parecia que iria morrer a qualquer momento...

Ele entrou em pânico.

Agarrando a mão de Beatriz Souza, ele gritou:

"Mãe, eu não te enganei! Sou o Elton! Elton Pereira, não sou a Bellinha! Não sou Bella Souza!"

"Mãe, me desculpe! Eu não deveria ter escondido isso de você!"

"Mãe, olha pra mim, eu sou o Elton Pereira!"

"É minha culpa, eu prometo que não vou fazer mais isso..."

Ele estava implorando tanto que fez com que sua mãe olhasse lentamente para ele, sua sanidade estava voltando aos poucos. Ela olhava para ele: "Você disse... o quê?"

Ela não conseguia acreditar, mas começou a lembrar das coisas estranhas que Bellinha começou a fazer ultimamente.

Como Bellinha de repente parou de jogar e começou a ler.

Ou como Bellinha que agora falava menos, estava ainda mais silenciosa.

E ainda, lá embaixo, quando Bellinha falava árabe com fluência...

Tudo parecia tão confuso diante dela, que por um momento ela não conseguia dizer se aquilo era um sonho ou realidade...

Ela estava confusa: "É sério?"

"Mãe, é verdade." Elton Pereira a abraçou pela cintura, olhando para cima com seu rostinho pequeno, "Eu e minha irmã somos idênticos, mas eu cresci na Cidade Imperial, eu sou o Elton Pereira, meu pai é Rodrigo Pereira!"

Mas, quando chegou à porta, o carro que Beatriz dirigia já tinha partido.

No carro.

Elton Pereira, pequenino, estava no banco do passageiro, com o cinto de segurança e o celular na mão, dando direções: "Vira à direita , depois à esquerda no terceiro cruzamento..."

Ele sabia que sua mãe estava desesperada, ela só ia se acalmar ver os dois filhos com seus próprios olhos.

Ele não podia mais esconder isso dela.

Beatriz Souza dirigia em silêncio, concentrada.

Meia hora depois, chegaram em um condomínio de casas de luxo.

O segurança, bem rigoroso, não queria deixar ela entrar, mas ao ver o rosto de Elton Pereira, mudou de postura e disse respeitosamente: "Jovem mestre Pereira, por favor, entre."

Jovem mestre Pereira...

Beatriz Souza estava séria, e olhando fixamente para frente.

Durante o trajeto, ela já tinha se acalmado e acreditado na maior parte do que Elton tinha dito. Mas o pânico de perder os filhos exigia que ela visse eles com seus próprios olhos pra ter certeza que os dois estão bem, assim ela podia relaxar.

Assim que o segurança liberou, ela dirigiu para dentro do condomínio.

"Mãe, é na casa 8."

Beatriz Souza obedeceu e estacionou em frente à casa número 8, saiu do carro e tocou a campainha.

O som da campainha ecoou e, segundos depois, a porta se abriu, mostrando a cabecinha fofa de Bella Souza: "Quem é... Mãe?!"

A voz de Rodrigo Pereira veio logo atrás: "Elton, quem é?"