Irmã Adotiva romance Capítulo 20

Mais uma vez os meus pais foram trabalhar a noite, e era como se o destino tivesse conspirando ao nosso favor, não que os meus pais não tivessem o costume de trabalharem nesse horário, mas estava mais frequente, e os horários deles sempre coincidiam.

A noite chegou, trazendo com ela a ansiedade e a oportunidade de ficar mais uma vez a sós com o Gustavo.

Eu fui tomar um banho, depois passei creme na minha pele, e escolhi uma saia curtíssima, e não coloquei nenhuma calcinha, vesti uma blusinha que mostrava a minha barriga, escovei os meus cabelos, passei um perfume e deitei na minha cama.

Fiquei mexendo no celular enquanto esperava a hora que ele iria me proucurar, eu poderia muito bem ir procurá-lo, mas eu não queria fazê-lo pensar que tudo o que eu queria era dar pra ele, apesar de ser exatamente isso mesmo.

Eu não havia merendado e nem jantado, e a fome já estava batendo, mas eu tentei segurar a fome até onde pude, mas infelizmente foi maior do que eu.

Fui até a cozinha e a minha mãe tinha deixado comida pronta, jantei e estranhei o fato de o Gustavo não ter aparecido ainda, nem ter me procurado.

- Ele deve está tendo o mesmo pensamento que eu, ele quer que eu vá atrás dele, mas eu não vou dar esse gostinho, pensei.

Terminei de jantar e voltei pro meu quarto, escovei os meus dentes e voltei a deitar na cama, totalmente incomodada por não ter sido procurada ainda.

O tempo passou, e quando olhei o relógio já passava de meia noite.

- Quer saber, eu vou é dormir, não tenho tempo pra ficar perdendo com joguinhos, falei.

Desliguei a luz, e fui dormir.

No dia seguinte, a primeira coisa que pensei ao abrir os olhos, foi que o Gustavo não havia me procurado de nenhuma forma, e isso me deixou frustrada.

- O que tá acontecendo com ele? será se ele se assustou quando eu disse que não conseguia ignorar os meus sentimentos? será se ele pensou que eu fosse emocionada? que droga, pra quê eu fui abrir a porra da minha boca e falar algo tão meloso? mas eu também não vou ficar me humilhando, exigindo atenção, ou algum tipo de retorno sentimental, afinal eu nunca fui assim com ninguém, e não vai ser com ele que eu vou mudar.

Falar comigo mesma, se tornou uma rotina, afinal eu não poderia falar pra ninguém o que estava acontecendo entre eu e o Gustavo, e o Caio está sempre trabalhando, então eu não tenho com quem conversar sobre esse assunto, além de mim mesma.

Tirei a roupa que eu havia colocado especialmente pro Gustavo, e coloquei uma vestido soltinho e fui fazer o café da manhã, ninguém apareceu pra merendar, os meus pais eu sabia que estavam cansados, mas e o Gustavo? eu não tinha palavras pra expressar o quanto a ausência dele estava me afetando.

Depois do café da manhã, tomei um banho, me arrumei, e fui pra fábrica pegar mais mercadoria pros novos pedidos, parecia que a minha cabeça estava no mundo da lua, pois eu acabei esquecendo de levar o cartão pra pagar pelas mercadorias, ainda bem que a dona me conhecia muito bem e deixou eu levar a mercadoria mesmo assim.

Quando cheguei em casa, encontrei o Gustavo na sala, ele olhou pra mim, e viu a minha afobação com as sacolas e se levantou do sofá pra me ajudar.

Gustavo: Nossa, que tanto de coisa.

Eu me mantive calada, não interagi e fiquei indiferente.

Ele levou tudo pro meu quarto, e ficou parado me olhando.

- Obrigada Gustavo.

Gustavo: O que você tem que está tão calada?

Eu tive vontade de chamá-lo de descarado, sinico e tudo mais.

- Não estou calada, só não tenho assunto.

Ele pareceu não ter gostado da minha resposta, mas também não disse mais nada, deu as costas e saiu.

- Ele queria o quê? que eu agarrasse no pescoço dele e dissesse o quanto estou apaixonada? ele pode é esperar sentado.

Falei, enquanto organizava tudo no meu quarto.

Na hora do almoço peguei o meu celular e liguei pro Caio marcando dele dormir comigo novamente.

Caio: Dessa vez vou levar a roupa do trabalho Mia, não quero ter que voltar em casa pra me arrumar.

- Ótimo, fica melhor assim.

Caio: E o Gustavo? já sabe que vou dormir aí novamente?

- Não, mas vou falar na hora do almoço.

Caio: E aconteceu mais alguma coisa entre vocês dois?

- Sim, mas vou te contar tudo só mais tarde quando você vim.

Caio: Combinado, as 21:00hrs chego por aí.

Quando eu encerrei a ligação, fui atrás de comprar comida e voltei meia hora depois, organizei tudo na mesa e fui chamar os meus pais pra almoçar e eles já estavam acordados.

Alguns minutos depois eles chegaram na cozinha.

Mãe: Cadê o Gustavo filha? ele não vai comer?

- Não sei mãe, desculpa, eu não quero ser grossa e nem faltar com respeito com a senhora, não é isso, mas na hora que o Gustavo sentir fome, ele vai vim atrás de comida.

Pai: Vocês já se desentenderam novamente?

- Não pai, eu só não gosto de me sentir babá de ninguém.

Mãe: Minha filha, chamá-lo pra almoçar não é ser babá, é só um gesto de gentileza.

- Tá bom mãe, vamos mudar de assunto, o Caio vem dormir aqui hoje, como vocês sabem, amanhã é dia de enviar minhas mercadorias, e ele sempre me ajuda.

Gustavo: Deixa que eu te ajudo Mia, não precisa pedir pra ele vim.

Ele falou assim que entrou na cozinha.

- Obrigada Gustavo, mas eu prefiro a companhia do meu namorado.

Ele parou e ficou me encarando, como se tivesse sido atingido em cheio.

Pai: Não vão brigar novamente vocês dois né? sente-se e coma Gustavo.

Ele sentou, mas continuou me encarando com raiva.

Mãe: Que horas ele vai vim filha?

- Ele vem as 21:00hrs mãe.

Pai: Nessa hora nós já vamos ter ido trabalhar, sua mãe vai sair as 19:00 e eu vou as 20:00, mas diga a ele que mandei um abraço, esse fim de semana que vem vamos marcar um churrasco pra sair um pouco da nossa rotina, daí você já avisa pra ele vim.

- Tudo bem pai.

Gustavo: Sempre foi assim?

Todos nós olhamos pro Gustavo que estava tentando manter o controle.

Pai: Assim como?

Gustavo: Vocês sempre trataram esse cara como se ele fosse parte importante dessa família?

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