Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 205

"Ah?" Cecília fingiu surpresa ao falar.

"Era um casamento arranjado, daqueles antigos, que acabou há dois meses, logo antes de nos conhecermos." A voz de Rodrigo era firme e calma, indiferente como se falasse de alguém que não fosse ele. Uma outra pessoa.

Cecília moveu levemente os olhos. "Foi logo depois que começamos a sair juntos? Por que acabou? Você não gostava da sua esposa?"

Era estranho para Rodrigo falar sobre isso com Cecília, e ele não queria entrar em detalhes. Respondeu apenas com um tom sereno: "Eu nem sequer conheci a pessoa com quem me casei."

Cecília deu de ombros. "Parece uma história bem triste."

Rodrigo olhou para ela, despreocupado. "Por que seria triste? A família Ortega queria um casamento de conveniência para superar uma crise nos negócios com o apoio da nossa família, os Navarra. Esse era o objetivo. Eu e a Srta. Ortega éramos apenas um meio para um fim. Não havia amor entre nós, e tenho certeza de que ela também sabia que isso terminaria cedo ou tarde."

Cecília pensou por um momento e então assentiu lentamente. "Você tá certo, você e a Srta. Ortega tinham um destino, mas não estavam destinados a ficar juntos."

Com um sorriso suave em seus lábios, Rodrigo acrescentou: "Além do mais, eu nunca quis me casar."

"Por quê? Seus pais não têm um bom relacionamento?" Cecília perguntou, pensando que geralmente as pessoas que têm uma visão negativa do casamento são aquelas com traumas familiares.

Rodrigo olhou para o horizonte com um olhar profundo e balançou a cabeça lentamente. "Não, meu pai não ama minha mãe."

Cecília mostrou-se confusa; na última vez que visitou a família Navarra, o Sr. Navarra, apesar de sério e reservado, tratava a Sra. Navarra com respeito. E a Sra. Navarra, com sua aparência gentil e personalidade suave, não parecia de forma alguma uma mulher negligenciada pelo marido.

No entanto, Rodrigo não parecia querer falar mais sobre seus pais. Bebeu um gole de chá e, com um brilho suave em seus olhos, sorriu para Cecília. "Então, não é bom continuar como estamos?"

Cecília olhou para ele com serenidade e perguntou: "E se um dia você encontrar alguém de quem goste?"

O que ela realmente queria perguntar era: "E se um dia aquela mulher chamada Lúcia voltar?"

Rodrigo baixou os olhos e, com o dedo indicador, acariciou a borda da xícara, dizendo calmamente: "Gostar de alguém não necessariamente significa que você tem que se casar com essa pessoa."

O olhar de Cecília se tornou mais suave e ela olhou para o céu. As videiras de folhas roxas eram densas e apenas através de uma pequena fenda se podia ver as estrelas. Ela brincou: "Então você devia agradecer ao seu irmão mais velho e à sua cunhada por terem o Vicente. Graças a ele, sua mãe não te persegue para se casar."

Rodrigo riu com uma leve gargalhada. "Você não tá assistido muita novela mexicana?"

Cecília arqueou uma sobrancelha. "Pelo jeito, você também já assistiu?"

Rodrigo fez uma cara de resignação. "Minha mãe gosta de assistir, então às vezes acabo vendo um pouco com ela."

Cecília mal conseguia conter o riso, especialmente ao pensar na Sra. Navarra, uma fã de novelas mexicanas.

Ela pensou que, apesar dos segredos da família Navarra, eles tinham uma boa tradição familiar. Por exemplo, Rodrigo e seu irmão mais velho tinham um ótimo relacionamento. Um se dedicava à pesquisa e o outro cuidava dos negócios da família, sem haver aquelas típicas lutas sangrentas pela herança. A família parecia viver em harmonia.

Depois de conversarem um pouco mais, Rodrigo olhou para o relógio. Já eram dez horas, mas as flores de Epífilo ainda não haviam desabrochado.

Cecília também achou estranho e se agachou diante dos vasos para inspecionar. Normalmente as Epífilos floresciam por volta das nove da noite, por que ainda não tinham aberto?

Rodrigo disse: "Vai dormir, eu fico aqui esperando."

Ele sabia que Cecília adorava dormir; se eles não passassem a noite juntos, ela iria para a cama às dez da noite todos os dias.

Cecília queria dizer que não estava com sono, seus olhos brilharam por um instante, e ela se virou com um sorriso, "Tudo bem, então. Vou tirar um cochilo e depois volto para te dar uma folga."

"Eu consigo ficar sozinho, já que ficamos, acho que o Sr. Nortiz não vai mais nos incomodar," disse Rodrigo, passando a mão na cabeça dela, "Dorme tranquila!"

Cecília assentiu com a cabeça, "Então, estou indo!"

"Boa noite!" Rodrigo se inclinou e deu um beijo suave na bochecha dela.

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