Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 3812

Hospital

O pulso de Noemia já estava enfaixado. Devido à grande perda de sangue, seu rosto exibia um tom pálido e doente, enquanto ela olhava, sem forças, para o homem ao lado da cama. "Osvaldo foi preso, você também não me quer mais. Se me deixasse ir de vez, não estaria realizando o desejo de vocês? Por que ainda quis me salvar?"

André respondeu em tom grave: "Por que agir assim? Osvaldo ainda vai voltar. Você quer que ele cresça sem mãe?"

Noemia chorava em silêncio, os olhos cheios de desespero. "Mesmo que Osvaldo saia, a vida dele já está destruída. Além disso, sem mim como mãe, talvez o futuro dele fosse mais fácil, talvez ele não tivesse que ouvir as pessoas apontando e dizendo que é filho ilegítimo."

O rosto de André expressava arrependimento. "A culpa foi minha. Depois que me casei com Tatiana, nós dois deveríamos ter cortado todo contato, nunca mais nos ver."

Noemia olhou para ele, incrédula, com os olhos cheios de lágrimas. "É isso o que você lamenta? Não deveria se arrepender de ter se casado com a Uiara?"

O olhar de André se perdeu no horizonte. "Não. O que lamento foi ter mantido esse laço com você depois, o que causou trinta anos de ressentimento e conflitos entre nós três. Eu falhei com você, e mais ainda com Tatiana."

"Trinta anos já se passaram. Tempo demais. Está na hora de acabar com esse erro."

Noemia olhou para André com mágoa. "Quando foi que você se apaixonou por Uiara?"

André balançou a cabeça lentamente. "Eu também não sei."

Talvez tenha começado quando sentiu culpa em relação a ela; talvez ao vê-la à noite, sentada no escritório copiando escrituras, sentiu compaixão; talvez, em algum momento, tenha percebido que Uiara ocupava um espaço maior em seu coração do que Noemia...

De qualquer forma, ele se sentira cada vez mais atraído pela serenidade e elegância discreta daquela mulher, e se arrependia profundamente de, após o casamento, ainda ter procurado Noemia.

Mas, ao engravidar Noemia de Osvaldo, sentiu-se obrigado a assumir a responsabilidade.

Agora, com Osvaldo adulto e Noemia cada vez mais obcecada nessa relação doentia, realmente era o momento de pôr um fim naquilo.

Ele estava cansado, exausto!

André levantou-se lentamente. "Quando você se recuperar, vou providenciar para que te levem embora de Cidade Costeira. O dinheiro que vou te dar será suficiente para garantir o seu sustento pelo resto da vida. Contanto que não volte para Cidade Costeira, você pode ir para onde quiser, não vou me importar. Vamos encerrar por aqui."

Noemia não esperava que nem mesmo a tentativa de suicídio trouxesse André de volta. Lembrando das palavras de Marta, sentiu-se ainda mais desolada, tomada de desespero e tristeza. "Você fazendo isso, teria sido melhor não me salvar. Deixar que eu morresse e tudo se resolveria."

André levantou-se e disse: "Saia de Cidade Costeira, não me importarei mais."

André voltou para a casa da Sra. Felipe. Ao ver a mulher sentada à escrivaninha copiando escrituras, não pôde mais esconder o amor que sentia.

"Tatiana, voltei. Espero que não seja tarde demais."

Trinta anos atrás, ele era rebelde, cheio de vida; depois, entre seus dois filhos, Bosque foi quem mais se parecia com ele.

Lembrava-se perfeitamente: era um sábado de abril, quando foi à Escola de Belas Artes de Cidade Costeira procurar um colega. Naquele dia, havia uma apresentação no auditório da escola.

Do lado de fora, ouviu um som suave de violino, e parou imediatamente.

Naquela época, o espírito artístico da juventude foi despertado, e ele se sentiu irresistivelmente atraído ao auditório.

Mas, ao entrar, a apresentação já havia terminado. Só conseguiu ver de longe a silhueta de uma jovem em um vestido branco, parecendo uma flor de magnólia branca caindo sobre um lago tranquilo.

Ele perguntou ao colega: quem era a moça que tinha acabado de tocar?