Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4860

Ao retornar ao próprio quarto, Iván a colocou na cama e puxou o edredom para cobri-la.

Quando ele se levantou, a manga de sua camisa foi subitamente agarrada. Leocádia, com o canto dos olhos levemente ruborizado, olhou para ele com um olhar enevoado e murmurou baixinho: "Não vá embora!"

A dependência em seus olhos era a mesma de antes, delicada a ponto de despertar compaixão e fazer o coração do homem se apertar, tornando-se ao mesmo tempo macio.

"Eu não vou." Iván sentou-se na beira da cama, inclinou-se e depositou um beijo suave em sua testa, respondendo com a voz rouca e aveludada: "Vou ficar com você o tempo todo, pode dormir tranquila!"

Os longos cílios de Leocádia tremeram levemente antes de ela fechar os olhos devagar; sua mão escorregou e logo ela mergulhou em sono profundo.

Iván ergueu a mão e acariciou o rosto delicado e claro dela, deixando a ponta dos dedos deslizar suavemente por suas sobrancelhas e olhos. O rosto dela era tão pequeno que mal cabia na palma da mão dele, delicado e macio, despertando-lhe uma forte vontade de protegê-la.

Quem queria protegê-la era ele, mas quem sempre a feriu também foi ele!

Iván a olhou por muito tempo. Depois que ela adormeceu profundamente, levantou-se para fechar as cortinas, deixando o ambiente mais escuro, para que ela pudesse descansar melhor.

*

Leocádia nunca tinha bebido tanto antes. Dormiu profundamente, sem saber quanto tempo se passou. Quando abriu os olhos, tudo ao redor estava escuro, mas o que viu diante de si foi o rosto sereno do homem, com os olhos fechados.

Ela o fitou em silêncio, como se ainda não estivesse desperta, permanecendo imóvel por um longo tempo.

O vento entrou, agitando as cortinas. Os últimos raios do pôr do sol atravessavam as frestas, lançando sombras douradas que dançavam pelo quarto, criando uma atmosfera quase onírica.

O coração de Leocádia se tornou macio como as nuvens sob o entardecer. Olhando para o rosto do homem tão próximo, sentindo o cheiro familiar, sentiu dentro de si uma paz tranquila, como se tudo tivesse voltado ao passado.

Após um longo tempo, os longos cílios do homem tremeram antes que ele abrisse os olhos lentamente. As pupilas escuras imediatamente captaram a imagem suave e delicada da garota.

O quarto ficou ainda mais escuro e sereno. As cortinas continuavam a ondular, refletindo no chão as sombras das flores de ipê recém-florescidas no quintal, projetando silhuetas esparsas e um perfume suave no ar.

Muito tempo depois, Leocádia, aninhada no peito de Iván, respirou suavemente.

Iván a envolveu pela cintura delicada, apoiando o queixo no topo de sua cabeça, fechando os olhos, e também permaneceu em silêncio por muito tempo.

Talvez fosse a serenidade desse crepúsculo acolhedor que os impedia de falar, ou talvez fosse gratidão: depois de uma dolorosa separação, ele ainda podia tê-la em seus braços.

Toda a dor e sofrimento daquele tempo pareciam se dissipar naquele instante.

O quarto mergulhou completamente na escuridão. No andar de cima e no de baixo, tudo estava silencioso, como se na Família Castro só restassem os dois.