Jogos de Sedução da lua: Despertar do Desejo romance Capítulo 4948

Pouco depois, Tânia lavou o cabelo de Zilda e, após secá-lo, levou-a até o quintal para cortar o cabelo.

Ao ver Tânia tirar do saco o avental de cortar cabelo e vários tipos de tesouras, Zilda arregalou os olhos, curiosa, e perguntou: "Foi você que comprou tudo isso?"

"Sim." Tânia respondeu com indiferença, fazendo sinal para que Zilda sentasse direito e começando a cortar seu cabelo.

"Corte!"

"Corte..."

Ela não teve nenhuma piedade: os longos cabelos que a menina deixara crescer durante anos caíram um a um no chão.

Afinal, Zilda era uma menina, sentiu muita pena e perguntou: "Por que você está cortando tudo?"

Tânia manteve a expressão inalterada e respondeu com voz calma: "Nessa idade em que você ainda não consegue se cuidar sozinha e não tem ninguém para pentear seu cabelo, o melhor é usar cabelo curto."

Nico, sentado num banquinho alimentando o fogo, ao ouvir isso virou-se para Tânia, olhando para o corte curto e prático que ela mesma usava.

Seria por esse motivo que ela também mantinha o cabelo curto?

Por outro lado, parecia improvável: sua família não tinha empregada?

Zilda pareceu ficar tocada pelas palavras de Tânia, franziu a testa e retrucou: "Minha vó cuida de mim. Ela só está muito ocupada, tem que catar recicláveis e ainda ajuda os outros a colher produtos do mato pra ganhar dinheiro."

"Com cabelo curto, você não vai ter mais esse tipo de problema!" Tânia não discutiu, apenas concluiu.

Zilda apertou as mãos com força, fechou os olhos, como se também tivesse tomado uma decisão, e deixou que Tânia cortasse seus cabelos.

Nico, enquanto olhava o fogo e ouvia as discussões ocasionais entre as duas, ficava torcendo para que Zilda fosse mais firme, mas no fim, Tânia sempre vencia.

O sol se punha no horizonte, o céu parecia inflamado, abraçando com seus últimos raios aquele pacato vilarejo. Tânia, com a tesoura fina nas mãos, estava concentrada; seus olhos brilhavam como estrelas e o rosto claro estava tingido pela cor do crepúsculo, com a luz reluzindo nas pestanas e na ponta do nariz, cintilando como Júlio.

Ela sempre passava a impressão de ser muito fria, fria como o gelo, mas também tão pura quanto ele.

"O fogo caiu!" A menina gritou de repente.

Nico se assustou e, sob o olhar de desaprovação da menina, rapidamente colocou a lenha que havia caído de volta no fogão, quase queimando a mão.

Na casa não havia chuveiro elétrico, o banho tinha que ser com água aquecida no fogão, difícil acreditar que ainda existissem famílias vivendo com condições tão simples.

Ainda bem que Nico já tinha esquentado a água.

Depois do banho, Zilda, enrolada numa toalha, sentou-se na cama e, olhando para Tânia, que estava ocupada ao lado, disse timidamente: "O que aconteceu ontem foi culpa minha. Será que você pode pedir desculpas àquele tio por mim?"

"Reconhecer o erro já é bom." Tânia respondeu.

Zilda abaixou a cabeça e contou: "Ontem eu queria ir até a mercearia ver se tinha papelão do lado de fora pra catar, acabei encontrando umas colegas. Elas disseram que eu era moleque e ainda zombaram dizendo que eu tinha mãe, mas não fui criada por ela."

"Fiquei muito brava e, justo nesse momento, vi aquele tio entrando na mercearia, então resolvi segui-lo."

Ela já tinha visto, na porta da pensão, outras pessoas acompanhando Nico e entrando no carro com ele, então sabia que Nico era um "grande chefe"!

Por isso quis se vingar, descontando a raiva!

"Hoje em dia, com tanta informação circulando, se sua mãe voltar, alguém vai avisá-la de que vocês estão morando aqui." Tânia não sabia confortar as pessoas, muito menos mentir, por isso sua fala soou um pouco dura.