Laços Implacáveis romance Capítulo 6

Celia foi recebida por uma criada ao entrar na mansão. A mulher arregalou os olhos ao vê-la. Fazia meses desde a última vez que Celia estivera ali, e agora, prestes a dar à luz, seu corpo havia mudado.

— Senhora, deseja algo?

Celia assentiu, sua voz fraca.

— Só quero descansar.

A criada fez um gesto para que ela se acomodasse.

Enquanto isso, no escritório, Hugo tentava se concentrar no trabalho que havia deixado de lado durante os meses de busca por Celia. Agora que finalmente a tinha em casa, esperava poder colocar a cabeça no lugar, mas algo o perturbava.

A criança.

Ele não estava pronto para aceitá-la.

A filha da mulher que destruiu minha família não tem o direito de ter meu filho. Esse bebê carrega os genes da pessoa que mais odeio. Nunca poderei amá-lo.

Celia, por outro lado, terminou a refeição e subiu para tomar banho. Oito meses de gravidez a deixavam mais sonolenta do que o normal, e descansar parecia ser a única forma de aliviar o peso do cansaço.

À noite, Hugo desceu para jantar, mas a criada informou que Celia não desceria. Ele olhou para a mesa repleta de pratos sofisticados, mas seu apetite havia desaparecido.

Irritado, pegou as chaves do carro e saiu. Precisava de um tempo para clarear sua mente.

Mas ele já sabia a resposta. O bebê já estava formado. Já tinha vida.

Se ao menos tivesse feito ela abortar no momento em que a trouxe de volta…

Seu carro rugiu pela estrada como um animal selvagem. Seus pensamentos se agitavam, e a frustração crescia dentro dele.

Sem perceber, chegou ao seu refúgio habitual — um bar de alto padrão.

Os seguranças o reconheceram de imediato. Um deles abriu a porta para Hugo, que saiu do carro com sua presença imponente.

Vestido de preto, ele parecia ainda mais perigoso sob as luzes do bar. Seu rosto marcado por traços perfeitos exalava poder e frieza.

No balcão, uma mulher o observava com interesse.

Ela estava acostumada a frequentar bares atrás de homens ricos, e Hugo era um verdadeiro prêmio.

Esta é minha noite de sorte.

Rebolando, aproximou-se.

— Ei, bonitão. Sozinho?

Ela se inclinou, deixando o decote exposto. Nenhum homem resistiria.

Nenhum, exceto Hugo.

Ele pegou seu copo e franziu a testa.

— Saia.

A mulher sorriu, fingindo não perceber o desprezo em sua voz.

— Ah, não seja assim. Podemos tomar uma bebida juntos.

Quando Hugo colocou o copo sobre a mesa, ela viu sua chance. Fingindo ajustar o cabelo, rapidamente despejou um líquido incolor na bebida dele.

Isso deve bastar.

Mas, antes que pudesse comemorar, a força de Hugo a pegou de surpresa.

Num movimento ágil, ele a segurou pelo pescoço e a empurrou contra o sofá.

Seus olhos estavam gelados.

— Eu disse para sair. Não ouviu?

Ela empalideceu, a mão trêmula segurando o pulso dele.

— D-Desculpe!

Soltando-a com desprezo, Hugo se afastou. Ele não tinha paciência para joguinhos.

A mulher pegou sua bolsa e saiu correndo, humilhada.

Ele me rejeitou?

Ele está cego?!

Mas então, um sorriso cruel surgiu em seus lábios.

Ele tomou a bebida. Agora, veremos quem ele vai procurar quando o efeito começar.

Hugo terminou o último gole do copo, sem perceber que algo estava errado.

Sua mente já estava cheia de imagens de uma única mulher.

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