Laranjeiras em Flor: O Desabrochar de Lília romance Capítulo 112

Ela voltou para casa, e tudo continuou como antes. Benício Freitas não disse nada.

Lília Laranjeira, com o corpo tenso, deitou-se sobre as pernas dele. Ela fechou os olhos, permitindo que Benício colocasse uma compressa de gelo sobre eles. O frescor do gelo trouxe alívio para seus olhos. Seus lábios eram vermelhos vivos, e alguns fios de cabelo adornavam o delicado pescoço de cisne. Benício Freitas deslizou os dedos sobre as bochechas dela, arrumando seu cabelo longo, antes de fechar os olhos para descansar. Ele não disse nada, o que surpreendeu Lília Laranjeira.

Ela estava preparada para suas zombarias habituais. Estava pronta até para implorar que a deixasse voltar. Mas ele não apenas se manteve em silêncio, como também parecia calmo, como se nada tivesse acontecido. Ainda assim, muita coisa aconteceu.

Durante a viagem de volta, ela pensou muito. Eles precisavam ter uma conversa séria para poderem continuar a vida de forma tranquila. Pablo Neto os deixou em casa e partiu. Após a compressa, os olhos dela pareciam menos inchados. Ela estava mais lúcida.

Entrando na mansão, ela seguiu Benício Freitas até a sala de estar. Depois de tanto tempo fora, havia uma estranha sensação de desconforto e distância entre eles na sala familiar. Benício Freitas nunca foi bom em iniciar conversas. Normalmente, era ela quem tomava a iniciativa. Ele se virou para olhar para Lília, que parecia perdida.

"Vamos contratar uma empregada", ela sugeriu, iniciando o diálogo. Ela sabia que Benício não gostava de estranhos em casa, então explicou, "Eu posso precisar ir ao hospital visitar Enzo Laranjeira a qualquer momento, além disso, consegui um emprego. Não quero mais ser dona de casa em tempo integral; quero trabalhar."

Quando a água fervia, ele se lembrou de pegar alface no refrigerador. Ao preparar os vegetais, o macarrão já estava cozido demais e se partia facilmente. Lília Laranjeira, observando de longe, teve uma ilusão de que eram um casal apaixonado. Ele cozinhava macarrão para confortá-la em um momento difícil com sua família.

Naquele instante, ela quase desejou desabafar com Benício Freitas sobre as coisas que não conseguia dizer para Leonardo Barbosa. Ela se aproximou e puxou suavemente a manga de sua camisa. "Enzo Laranjeira ele..."

Ela mal tinha dito três palavras quando o celular de Benício Freitas começou a tocar. Ele se inclinou para pegar o telefone, e a manga escorregou dos dedos dela. "Marina." Benício Freitas nem sequer percebeu que ela queria falar. Do outro lado da linha, a voz de Marina Andrade estava carregada de soluços. Sua expressão imediatamente se fechou, "Estou indo agora mesmo!"