LUXÚRIA - trilogia romance Capítulo 114

“É nítido em nosso olhar, nos pertencemos como nunca havíamos pertencido a alguém antes.”

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6 meses antes...

Meu voo para Nova York foi ótimo, dormi durante todo o percurso e sequer despertei na pequena parada na África, pois gosto de dormir em meu acento.

Saí do aeroporto e fui para a entrada de modo a seguir para casa do meu irmão.

— Se bem conheço Jae, já deve estar acordado. — peguei um táxi e com meu inglês fluente passei minha localização.

O dia mal começou e já estou com dor de cabeça, ruas lotadas e buzinas para todo o lado.

— Que cidade barulhenta! — murmurei, com a certeza que terei péssimos meses aqui.

— Logo você se acostuma, sou da Indonésia e quando cheguei aqui foi um tormento, dores de cabeça sem fim, mas agora nem me incomoda mais. — o motorista compartilhou sua experiência.

— Pode se dizer que sim, mas pretendo voltar para Dubai, Nova York não é meu sonho… — decidi conversar com ele já que iniciou o diálogo — Na verdade, meu lugar é em casa com meus irmãos e minha cultura, nada contra mas a china sempre será meu lugar favorito em todo mundo! — desabafei.

— Concordo contigo, sinto muita falta de casa e da minha família, mas lá não tem trabalho e aqui consigo pagar as contas e mandar para minha esposa e filhos. — lhe ofertei um sorriso sincero — estamos juntando dinheiro para que em breve estejamos juntos novamente.

— Meu sonho! Meus irmãos e eu morando próximos e nós vendo sempre que der vontade. — olhei para o trânsito terrível em plenas seis da manhã — falta muito para conseguir trazer sua família?

— Não, estamos quase lá, já consegui a liberação para que venham morar aqui, já estamos com 80% do dinheiro. — respirei fundo sabendo que não vou poder ajudar muito já que não tenho muito dinheiro aqui comigo.

Trocamos mais algumas palavras e fiquei sabendo que está a dois anos longe do filho e da esposa e contei do casamento do meu irmão.

— O casamento quando é no tempo certo tudo flui melhor, tenho certeza que seu irmão será muito feliz. — fiquei calado sem ter o que dizer e o assunto morreu.

O resto da viagem fiquei pensando o quão fodido Jun estar, pois passei alguns dias em casa e vi que sua noiva e pirralha demais e a porra da voz é como derramar óleo quente nos ouvidos. — Coitado!

Estava divagando pensando nos problemas do meu irmão mais velho quando o táxi parou.

— Chegamos. — dei a ele dez vezes o valor da corrida e ao sair o vi agradecer a Deus.

Sorri para o gesto. — É impressionante como as pessoas têm esse lindo hábito de agradecer quando as coisas prosperam.

O carro ganhou velocidade e olhei para o luxuoso prédio de mais de vinte andares na minha frente.

— Vou morar com o Jun até comprar algo para mim. — declarei passando pela porta imensa.

Na recepção pedi para informar ao meu irmão Jae que eu havia chegadi e o mesmo liberou a minha entrada.

— Por favor, aperte o número 28 da cobertura, a do Sr. Jae é a 280 A — agradeci pela informação.

Segui para o elevador e quando começou a fechar as portas uma voz feminina pediu para segurar o mesmo e coloquei a mão no sensor.

— Obrigada. — acenei com a cabeça e fiquei no painel admirando os números passando — morador novo? — obviamente que a pergunta me forçou a olhar para mulher.

Cabelos loiros contidos em um rabo de cavalo bagunçado e roupa de academia tão justa que posso contar os buracos dos poros dessa mulher. Enfim, não faz meu tipo, muito nova.

— Sim! — resposta curta para não demonstrar interesse.

Finalmente as portas se abriram no 13° andar e era o dela.

— Quer tomar um café? Minha cafeteira é ótima. — neguei com a cabeça — vem, ele é forte e bem gostoso.

— Senhorita, não faço uso de cafeína, gosto de chá. — Informei e permaneceu impedindo o elevador de continuar subindo — poderia por favor soltar a porta!

— Então eu faço um chá muito gostoso. — informou alisando a pele suada.

Nada contra o suor, o que me enoja e como se oferece.

— Nada que possa me oferecer é do meu agrado, agora, com licença. — cuidadosamente retirei sua mão do sensor que impede as portas de se fecharem — tenha um ótimo dia.

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