Mãe por acaso romance Capítulo 2

# James

Meu relacionamento com Rebecca estava indo de mal a pior. Ela se negava a me dar um filho, mesmo sabendo que sempre sonhei em ter um herdeiro. Não consigo me lembrar da melhor noite da minha vida. A única coisa que lembro é que, depois de tomar um copo de uísque duplo, junto com uma mulher muito bonita da qual não me lembrava, acabei me deitando com ela e foi algo diferente. Seu olhar inocente naquela noite aqueceu meu coração, mas no dia seguinte, acordei com Rebecca nua ao meu lado. Então, imaginei que tudo não passou de um sonho.

Rebecca engravidou e eu casei com ela.

Durante a gravidez, não tivemos relações sexuais.

Nove meses depois, eu precisei fazer uma viagem muito importante e inadiável a trabalho, o que fez com que eu perdesse o parto da nossa filha, Dulcie. Poucos meses depois, Rebecca foi embora e nunca mais voltou.

Tempos atuais

Eu me sinto como um fantasma, só vagando pela vida, sem ninguém para me entender. A solidão é uma prisão que me prende em meus próprios pensamentos sombrios. É como se eu estivesse aprisionado em um labirinto interminável de tristeza e desespero.

A raiva e o rancor começaram a crescer dentro de mim como uma fera faminta. Eu me sinto traído, abandonado por todos aqueles que eu já amei. Essa dor se transformou em um furacão de emoções violentas, alimentando meu ódio e alimentando meu desejo de vingança.

Eu me sinto amargurado e indignado com a injustiça do mundo. A vida se tornou uma sequência interminável de decepções e desilusões. Cada vez que eu tento me aproximar de alguém, acabo sendo rejeitado ou ignorado.

A solidão fez com que eu me tornasse uma pessoa amarga e fria. Eu me afasto das pessoas, afundando cada vez mais em minha própria dor. A tristeza se transformou em um companheiro constante, me consumindo por dentro.

Sinto-me como se estivesse em um oceano de angústia, lutando para sobreviver. Não há nenhuma mão para me puxar para fora dessa escuridão, ninguém para ouvir meus gritos silenciosos, a única pessoa que me faz feliz é a minha filha Dulcie por ela eu luto diariamente.

A raiva e o rancor se tornaram minhas únicas armas de defesa. Eu me agarro a eles, porque é tudo o que me resta. Não há mais espaço para alegria ou esperança, para mim todas as mulheres são enteresseiras e superficiais.

Eu me tornei um prisioneiro da minha própria tristeza e solidão.

Mas, no fundo, há uma parte de mim que ainda deseja ser resgatada, tenho a esperança de encontrar uma mulher que esteja disposta a juntar os meus cacos. Uma pequena chama de esperança queima dentro de mim, mesmo que esteja quase apagada. Talvez um dia alguém possa enxergar além da minha máscara de raiva e rancor, e me ajudar a encontrar a luz novamente. Até lá, continuarei a vagar neste mar de tristeza e solidão.

Estou prestes a inaugurar uma nova filial da minha empresa, a maior indústria de perfumes do mundo.

O nome dela é Chanely Williams e a nova sede está localizada em Austin, capital do Texas. Precisamos recrutar mais de mil funcionárias, todas mulheres, pois minha empresa só contrata pessoas desse gênero. Hoje em particular, preciso contratar uma assistente pessoal e uma babá, na verdade, uma mãe em tempo integral. Minha atual namorada, Dafne Taylor, é uma atriz famosa e americana que mora em Los Angeles e detesta cidades do interior. Ela também não gosta de crianças e acha que nossa filha deveria estar em um colégio interno na Europa.

Estou distraído assinando contratos importantes e pensando nas 5 entrevistas que fiz esta manhã. Infelizmente, nenhuma delas se encaixa no perfil que estou procurando.

Minha atual assistente pessoal vai sair da licença maternidade e não pretende voltar ao cargo.

Ela abriu a porta, tirando-me dos meus pensamentos, e anunciou a nova candidata, Natalie Jones, de 25 anos. Não precisei de muito tempo para perceber que a mulher era desastrada. Ela tropeçou em seu salto alto e, antes de cair, consegui segurá-la.

Senti seu perfume natural vindo de sua pele invadir meu nariz. Por um breve momento, senti raiva, pois aquela desconhecida mexeu com meus instintos, causou arrepios em meu corpo e despertou em mim uma vontade absurda de beijá-la.

Ela me empurrou e peguei o currículo de suas mãos. Olhei rapidamente para a folha e falei de forma ríspida:

— Senhorita Jones, na minha empresa, você não serve nem para ser faxineira... Tão desastrada assim e sem nenhuma formação acadêmica. Vá embora agora e saia da minha frente! Sua presença insignificante me irrita!

Ela abaixou a cabeça e saiu da minha sala, deixando a porta aberta. Minha filha, que estava do lado de fora me esperando, acabou trombando com a mulher e, para minha surpresa, a abraçou, chamando-a de mamãe. Olhando melhor, essa mulher é muito bonita, pena que é uma pobre coitada!

Capítulo 2 ( Mãe por acaso ) 1

Capítulo 2 ( Mãe por acaso ) 2

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Mãe por acaso