Érika parou de brincar e lhe entregou um convite para o memorial da morte:
- Recebi este nesta manhã, e seu pai mandou alguém enviá-lo.
- O que é? - Andreia pegou o convite de forma desconfiada.
Érika disse com desdém:
- Convite para você participar do funeral de Judite.
Ao ouvir isso, Andreia se sentiu infeliz, e depois ela disse com ironia:
- Ele sabia que Judite e eu não nos dávamos bem. Por que ele me convidou mesmo assim? Ele não tem medo de que eu acabe causando problemas no funeral?
- Sei lá! O pai dela é imprevisível, não tem como saber o que se passa na cabeça dele. - Érika encolheu os ombros e disse.
Andreia jogou o cartão de convite sobre a mesa e disse:
- Ok, já que ele me convidou, então eu vou.
Érika puxou a cadeira e sentou-se:
- Andy, parece que Fagner confirmou que foi realmente Judite que pulou do prédio, por isso ele enviou o convite para você.
- Eu sabia, foi Judite que cometeu suicídio, porque o policial já havia me informado. - Andreia falou sobre a conversa com o Oficial Ramiro, enquanto ligava o computador.
Érika suspirou de emoção:
- Bem, já que ela está realmente morta, eu vou perdoar ela. Não tenho sido tacanha o suficiente para odiar uma pessoa morta.
- Verdade, eu também. - Andreia acenou.
Como se costuma dizer, as pessoas sempre devem perdoar aqueles que já morreram, então ela nunca mais odiaria Judite.
- Ok, agora preciso ir trabalhar. Não se esqueça do banquete de celebração à noite. - Érika levantou-se segurando a mesa.
Andreia concordou e disse com um sorriso:
- Não se preocupe, não esquecerei.
O banquete de celebração tinha sido planejado na noite passada, mas como Judite pulou do prédio, então, ninguém estava com humor para o banquete.
Por isso o banquete foi adiado para esta noite.
- Ok, então eu vou embora. - Érika se virou e saiu.
Depois que ela saiu, Andreia pegou o livro de design e começou a trabalhar.
À tarde, ela se espreguiçou, parou o lápis na mão, colocou o livro de design de volta na gaveta e trancou a gaveta enquanto procurava o celular para ligar para Raviel.
Logo o telefonema foi conectado e Raviel disse com a voz profunda e doce:
- Oi!
- Ravi, a mudança de casa pode ser adiada para amanhã? - Andreia recostou-se na cadeira e falou com Raviel do outro lado da linha no tom de negociação.
Ao ouvir, ele torceu as sobrancelhas e disse:
- Por quê?
- Esqueci de dizer ontem que hoje haveria um banquete de comemoração do meu estúdio - Andreia disse envergonhada.
Ele afrouxou as sobrancelhas e disse:
- De jeito nenhum, vamos nos mudar hoje! Já pedi para Saymon arrumar as roupas e as necessidades diárias. Você não precisa se preocupar em arrumar nada. Pode levar algumas coisas importantes mais tarde.
- Já está tudo pronto? - Andreia ficou pasma e disse.
Raviel acenou com a cabeça e disse:
- É.
Andreia tocava na sua testa enquanto disse:
- Você realmente pensou em tudo por mim. Se isso continuar, mais cedo ou mais tarde, me tornarei totalmente dependente de você.
- Há algo errado em depender de mim? Quanto mais você depende de mim, mais você precisará de mim no futuro. - Raviel curvou os lábios e disse de forma dominadora.
Andreia se sentiu meio embaraçosa por essa fala dele e então disse:
- Bem, preciso desligar agora.
- Espera aí um momento - Raviel disse para impedir que ela desligasse.
Andreia colocou o celular de volta no ouvido:
- Qual é o problema?
- Onde é o banquete de Celebração? - Raviel ajustou sua postura ao sentar e perguntou.
- Le Casa Sekai - Andreia disse o endereço e perguntou -, você vem?
Le Casa Sekai era um lugar famoso em Bela Costa.
Lá havia todo tipo de diversão. Na celebração desta noite, eles iriam comer primeiro e cantar depois.
- Acho que não, vocês podem se divertir - Raviel disse balançando a cabeça.
Ele não gostava de lugares como esse, onde estavam sempre cheios de pessoas.
- Ok - Andreia disse encolhendo os ombros.
Na verdade, ela só tinha perguntado por educação, e não tinha a intenção de levá-lo até lá.
Além disso, se ele fosse, outras pessoas poderiam se sentir incomodadas. Felizmente ele não queria participar, caso contrário, ela não saberia como recusar.
- Quando acabar, me liga e vou te buscar - Raviel bateu levemente no braço da cadeira do escritório com os dedos.
Andreia não recusou, acenou e concordou, depois desligou a chamada.
Érika empurrou a porta, enfiou a cabeça para dentro e perguntou:
- Andy, já está pronta?
- Pronta, sim, vamos lá. - Andreia pegou a bolsa, levantou-se e saiu com ela.
As duas trouxeram uma dúzia de pessoas do estúdio para Le Casa Sekai para comer um bufê de frutos do mar.
Quando o bufê terminou, já passava das nove horas da noite. E depois, eles foram a karaokê.
Todo mundo estava animado, pedindo músicas, jogando, e o quarto de karaokê estava muito movimentado.
Andreia estava sentindo-se um pouco entediada depois de se divertir. Então, ela avisou a Érika e saiu para tomar ar fresco do lado de fora do camarote.
Assim que ela saiu da sala, alguém chamou seu nome:
- Andreia, é você?
Andreia se virou para olhar, e viu uma mulher alta e sexy a poucos metros dela, olhando para ela mesma surpresa.
Confusa, Andreia olhou para a mulher; sentia que ela era familiar, mas não conseguia se lembrar de onde a conhecia, então ela teve que sorrir educadamente e disse:
- Olá, como se chama?
O rosto da mulher ficou meio amarrado imediatamente, e ela caminhou na frente de Andreia com quase dez centímetros de salto alto e disse com estranheza:
- Os nobres se esquecem das coisas facilmente. Éramos colegas de dormitório na Universidade Municipal da Bela Costa, e a gente estava um ano juntas. Não lembra?
“Uma colega de quarto da Universidade Municipal da Bela Costa?", Andreia baixou os olhos e pensou por um momento, e depois com seus olhos brilhantes, ela disse:
- Você é Nina!
A mulher, Nina Fonseca, ergueu os braços com arrogância e respondeu:
- Lembrou?!
Andreia sorriu sem sinceridade, depois disse com a voz alienada e educada:
- Sim, agora você me lembrou. Nossa, você mudou muito!
Ela olhava para a mulher à sua frente, que era sua colega de quarto do primeiro ano na Universidade Municipal da Bela Costa (UMBC) no departamento de arte, há sete anos. Mas o relacionamento delas não era bom, porque as condições da família de Nina não eram boas, e por isso ela se sentia infeliz e inferior e não gostou de ninguém no quarto.
Ela também não gostou nenhum pouco de Andreia, e brigava com ela sem motivo. Mas apesar disso, Nina tomou a iniciativa em cumprimentá-la, o que surpreendeu Andreia.
- Sim, agora sou modelo e ganhei um pouco de fama. É normal que eu tenha mudado bastante, não acha?! - Nina sorriu com arrogância.
Andreia percebeu o exibicionismo em seu tom mas ainda disse com delicadeza:
- Entendo. Você leva jeito para ser modelo, sua estatura e biotipo te favorecem. Parabéns!
- Obrigada. - Nina tocou sua bolsa com os braços casualmente. - E você? O que você está fazendo agora, ainda trabalhando como uma estilista?
- É. - Andreia acenou.
Nina cobriu os lábios e sorriu com desdém:
- Parece que você não tem muito sucesso, não é mesmo?
Andreia ergueu as sobrancelhas e perguntou:
- Por que diz assim?
- Você não é famosa, estou no círculo da moda e nunca ouvi ninguém falar de você.
Nina arrodeou Andreia enquanto a olhava com arrogância e disse:
- Você era uma gênia, muito famosa no departamento de design de moda na Universidade Municipal da Bela Costa. Como é que você pode se encontrar em um estado tão deplorável? Se você me implorar até que eu me sinta satisfeita, eu arrumarei um designer famoso pra te ensinar. O que acha?
Depois de falar, ela olhou para Andreia, esperando que Andreia respondesse.
Se Andreia respondesse, Nina poderia ter a chance de derrubar Andreia que costumava a ser famosa no passado.
Andreia sabia o que Nina estava planejando, que queria aprontar com ela, então seus olhos se tornaram frios. Quando Andreia estava prestes a rebater, Érika de repente saiu na frente com um olhar zangado e bloqueou Andreia atrás dela:
- Que ridículo! Como uma modelo que nem é famosa ousa falar isso?!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Mais do que paquera
Meu Jesus, me desculpe a autora mas a Andréia é muito negligente como mãe. Como deixar duas crianças de menos de 05 anos sozinhas??? E isso está ocorrendo desde o início do livro Ela ainda queria ficar no hospital deixando as crianças com fome Que mãe é essa em!...
O livro parece interessante mas os desencontros está ficando cansativo...