Mais do que paquera romance Capítulo 300

- Eu sei. Não vamos ao jardim infantil - Raviel respondeu inclinando a cabeça para Andreia, enquanto aguardando o sinal vermelho.

Andreia ficou confusa:

- Quem leva as crianças, se nós não vamos ao jardim infantil?

- A mãe me ligou dizendo que ela vai buscá-las e nos pedindo para voltar à mansão diretamente - Raviel girou o volante.

Ouvindo esse tratamento “mãe”, Andreia ficou um pouco chocada.

Após somente uma noite, ele já chamou a sogra como mãe tão naturalmente.

- O que está pensando? - Raviel perguntou de repente.

Andreia parou de ponderar e sacudiu a cabeça:

- Nada especial. Só estou pensando...

Antes de terminar as palavras, o celular tocou subitamente e interrompeu a fala dela.

Sem jeito, ela tinha que pegar o celular da bolsa. Ao ver o identificador da chamada, ela franziu as sobrancelhas:

- Ravi, é o Sr. Eduardo.

- Eduardo? - Raviel semicerrou os olhos.

Andreia acenou a cabeça:

- Não sei porque ele me ligou. Preciso de atender?

Ela perguntou ao homem.

Raviel ergueu o queixo:

- Atenda.

Ele também queria saber o motivo de Eduardo.

Com essa resposta de Raviel, Andreia não hesitou mais e ligou a viva-voz:

- Sr. Eduardo, tem algo para falar comigo?

Veio a voz brincalhona de Eduardo:

- Ouvi dizer que você e Ravi se casaram. Parabéns!

Andreia olhou para Raviel, forçando uma risada no canto da boca:

- Obrigada, Sr. Eduardo.

- Ainda me chama de Sr. Eduardo? Você deveria mudar de tratamento agora, me chamando de irmão! - Eduardo brincou.

Franzindo a testa, Raviel se viu aparentemente descontente.

Andreia enxergou isso, ciente da discordância entre eles, pois o marido nunca chamou Eduardo de irmão.

Se ela chamá-lo de tal maneira, significa que ela reconhece Eduardo como o irmão de Raviel.

Portanto, Andreia fingiu não ouvir essa frase de Eduardo, com um sorriso distante:

- Sr. Eduardo, seria melhor dizer diretamente o que é que você quer falar comigo.

- KKK, que aborrecimento. - Eduardo também entendeu que Andreia não tinha vontade de o chamar de irmão. Apesar do suspiro deliberado, ele não manifestou nenhuma tristeza no rosto e disse empurrando os óculos:

- Você está com Ravi agora?

Andreia olhou para o marido.

Raviel sacudiu a cabeça ligeiramente.

Andreia entendeu e respondeu:

- Não. Estou dirigindo para buscar as crianças. O que aconteceu?

- Ótimo. - Eduardo não duvidou das palavras dela. Fixando o olhar no mapa do computador, ele semicerrou os olhos:

- Sobre o testamento... Tem alguma novidade?

Em um instante, Andreia apertou a mão que estava segurando o celular:

- O testamento... Eu ainda não comecei a investigar.

- Ainda não? - Eduardo franziu as sobrancelhas, obviamente insatisfeito à resposta dela. - Já passou tanto tempo. O que é que você está fazendo?

O tom dele estava um pouco ansioso, revelando a grande importância dada para esse testamento.

Raviel abaixou as pálpebras.

Parece que Raviel realmente sabe o conteúdo do testamento do avô.

- Sr. Eduardo, peço mil desculpas - Andreia respirou fundo. - Mas eu também não tenho jeito. Eu não consigo encontrar oportunidade para perguntar a Ravi sobre o testamento. Se eu perguntasse casualmente, ele ia suspeitar de mim certamente.

Eduardo também não tinha como negar isso, pois ela tinha razão de fato.

Raviel é uma pessoa desconfiada originalmente.

Se ela mencionasse o testamento na frente de Raviel, ele ia investigar definitivamente.

- Entendi. Antigamente você era namorada de Ravi e realmente tinha dificuldade de tomar ação. Mas agora já se casaram e você se mudou para casa de Raviel. Assim deveria ter mais oportunidades né? - Se viu um brilho afiado nos olhos de Eduardo.

Andreia olhou para o marido.

Raviel acenou a cabeça para ela.

Andreia mordeu o lábio:

- Sim, o que você disse é certo. Vou me esforçar para localizar o testamento do Sr. Ernesto.

- Tá bom - Raviel olhou a data no canto inferior da tela e curvou o canto de lábios de forma insidiosa. - Eu te dei dois meses no início e agora ainda restou um. Se você não me entregar o testamento em 1 mês...

- O que é que você quer fazer? - Andreia segurou o celular, com todos os nervos apertados.

Semicerrando os olhos, Raviel até aumentou a força da mão no volante.

De repente, Eduardo mudou o tom e riu:

- Tudo bem, não fique tão nervosa. Eu só estava te assustando.

- Me assustar? - Andreia zombou. - Sr. Eduardo, você acha que eu vou acreditar?

- Tá bom, eu sei que você não vai acreditar. - Eduardo soltou o rato e espalmou as mãos. A seguir, a expressão dele voltou a ser apavorante:

- Porém, Andy, já que você sabe que eu não estou te assustando, não me deixe desiludido, pois eu também não posso garantir o que vou fazer, se não tiver acesso ao testamento.

Depois disso, ele cortou a chamada.

Andreia só sentiu um cansaço completo. Esfregando a testa, ela encostou no assento:

- Ele está me ameaçando.

- Eu sei - Raviel continuava olhando para frente. - Fique tranquila. Eu não vou lhe dar a oportunidade. Vou cortar mãos e pés dele antes de ele lançar o ataque.

- Eu confio em você - Andreia sorriu, abaixou um pouco o vidro, enfrentando o vento frio. - Afinal, qual é o conteúdo do testamento do seu avô, que é tão importante para ele?

Em vez de ocultar, Raviel disse a verdade:

- São evidências que possam derrotar a família de Raimundo, mas também não sei quais são essas provas.

- Evidências que possam derrotar a família de Raimundo? - Andreia tocou o queixo. - Então, a família de Eduardo fez algo muito maldoso no passado? Caso contrário, porque houve as provas? Ravi, o que é que essa família dele fez antigamente?

Ela olhou para ele, cheia de curiosidade.

No entanto, Raviel franziu fortemente as sobrancelhas e sacudiu a cabeça levemente:

- Não. O casal Raimundo não fez nada ruim, tirando o disparate de duas vezes. A única pessoa que cometeu culpa é Eduardo, que tentou envenenar-me 5 anos atrás. Mas naquela altura o avô já faleceu. Portanto, também é excluída essa possibilidade...

- Que estranho - Andreia espalmou as mãos.

Raviel comprimiu os lábios:

- Sim. Eu também estou procurando o testamento para saber o que a família de Raimundo fez, afinal. Mas o testamento do avô é realmente bem escondido, do qual eu não encontrei nenhuma pista até agora.

- Não se preocupe. Vamos procurando. - Andreia colocou uma mão no braço dele.

Raviel deu uma olhada e afrouxou um pouco as sobrancelhas, que estavam fortemente franzidas:

- Eu sei. Porém, eu vou encontrar o testamento definitivamente, por conta de você e de mim próprio.

Raviel vai tirar vingança com certeza, com a sua capacidade reprodutiva destruída por Raimundo.

Andreia não estava ciente do ódio de Raviel. Ouvindo as palavras “por conta de você”, ela estavam realmente comovida.

Depois, eles não conversaram mais, até que voltaram à mansão silenciosamente.

Descendo do carro, Andreia parou na entrada da mansão e sentiu uma estranheza, sem motivo.

Raviel estacionou o carro, saiu da garagem e viu a esposa parada ao portão. Ele ergueu as sobrancelhas:

- Algum problema?

- Eu sinto alguma estranheza na mansão - Andreia apontou para o portão.

Raviel semicerrou os olhos de forma desconfiada:

- Qual é a estranheza?

- Não sei. Está silenciosa demais - Andreia encolheu os ombros.

Quando voltavam antigamente, a luz na mansão estava sempre ligada. Mas agora, toda a iluminação estava apagada, com um pleno silêncio na mansão, como se ninguém estivesse aqui.

- Será que é isso a surpresa que Cláudia disse? - Andreia adivinhou ousadamente.

Existe esse roteiro na televisão: se alguém quer dar uma surpresa ao outro, aguarde a volta da pessoa tranquilamente. E quando a pessoa acha que está sozinha, vai aparecer um grupo de pessoas de repente, queimando fogos de artifício e oferecendo bolos.

Será que Cláudia também vai usar esse roteiro tão vulgar?

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