Mais do que paquera romance Capítulo 302

Raviel não ficou surpreso pelo fato que ela adivinhou a ideia dele e acenou a cabeça, segurando o celular:

- Bia foi levada à UTI. Vou lá dar uma olhada.

- Pode não ir? - Andreia olhou para o homem com as mãos apertadas.

Raviel franziu as sobrancelhas ligeiramente:

- Desculpe, eu tenho que ir. Senão, eu não ficarei tranquilo.

- Mas hoje é o primeiro dia do nosso casamento. - Andreia também se levantou.

Raviel afrouxou as sobrancelhas, com uma expressão culpada surgida nos olhos:

- Eu sei, mas volto rápido.

Com isso, Andreia não falou mais nada. Abaixando as pálpebras, ninguém sabia o que ela estava pensando.

Ela respirou fundo após uns segundos e voltou a olhar o homem:

- Entendi. Seja o que eu disser, você vai lá, enfim. Tá bom, vá. Eu não vou te impedir, mas isso será a única vez.

- Hum? - Raviel ergueu o canto de olhos.

Andreia explicou:

- Eu ouvi a vossa conversa pelo telefone. A Srta. Bia ficou bêbada justamente pelo que tomou conhecimento do nosso casamento. Mas se ela fizer a mesma coisa sabendo que nós temos crianças, ou vamos ao encontro, será que você vai me deixar de lado e a visitar todas as vezes?

Perante esse questionamento dela, Raviel contraiu as pupilas. Ele percebeu que estava um pouco impulsivo, que se precipitava a visitar Bia logo que ouviu esse episódio.

Raviel estendeu os braços e pegou Andreia ao colo, a fim de dar uma sensação segura à mulher, além de fazer uma promessa:

- Não, eu vou esclarecer tudo com ela, pedindo para que ela não faça isso mais uma vez.

- Oxalá ela possa te ouvir. - Andreia fez uma zombaria.

Na opinião dela, Bia não iria evitar fazer isso.

Bia fez felicitações para ela e Raviel, mas qual é o resultado? Uma vez que tomou conhecimento do casamento entre ela e Raviel, bebeu tanto que entrou na UTI. Esse ato foi por causa de tristeza, ou com o motivo de atrapalhar a noite de núpcias dela de propósito? Provavelmente só Bia sabia claramente.

- Tá, vá lá rápido e volte cedo. - Andreia suspirou e se retirou do colo do homem.

Olhando a mulher, Raviel deu mais um beijo na testa dela. Depois, pegou o casaco na cadeira e caminhou para fora.

Andreia o seguiu até fora da mansão. Depois que o homem desapareceu na visão dirigindo, ela voltou à mansão sozinha.

A mansão estava vazia e silenciosa. Mesmo com as decorações festejadoras, ela não sentia nenhuma alegria, só uma frieza. O bom humor que tinha antes também foi dissipado completamente.

Andreia voltou à sala de estar esfregando os braços e se sentou de novo. Olhando os 2 bifes, que nem foram mexidos, ela fez um sorriso amargo:

- O marido deixou de lado a esposa na noite de núpcias para ver a outra mulher. Que diabo é isso!

Ela pegou o talher e mexeu o bife no prato fracamente.

Ela podia entender o ato de Raviel, que foi visitar Bia. Afinal, com o bom relacionamento desde a infância, se ele não fosse dar uma olhada, seria muito implacável.

Mas ela ainda se sentiu um pouco triste, porque hoje era a noite de núpcias dela. Esse resultado foi realmente inesperado.

Andreia comeu o bife com angústia e foi lavar os pratos na cozinha.

Depois, ela subiu, tomou duche e foi para cama, aguardando Raviel enquanto fazia desenhos.

Porém, Raviel não regressou até à 1h de madrugada, o que deixou Andreia um pouco aborrecida, com inúmeros bocejos.

- Disse que voltaria rápido, mas já passou 4 ou 5 horas. - sussurrando, Andreia ligou para Raviel para perguntar quando é que ele ia voltar.

Inesperadamente, o celular dele até estava desligado.

Sem jeito, Andreia tinha que deixou o celular. Esfregando as têmporas, ela se deitou e fixou o olhar no teto, imaginando o que Raviel estava fazendo nesse momento.

Em breve, com a visão que foi se tornando vaga, ela adormeceu por fim.

No entanto, logo depois que ela adormeceu, veio o som de motor de carro fora da mansão.

A porta do quarto foi aberta logo. Uma figura alta entrou, perante a luz lunar projetada no chão pela janela francesa. Sem ligar a luz, o homem foi à cama diretamente.

O homem parou ao lado da cama, observou um pouco a mulher dormida e beijou o rosto dela. Depois, ele foi ao banheiro.

Quando Andreia acordou no dia seguinte, descobriu que havia um braço na cintura dela, que estava a abraçando apertadamente.

Ela ficou confusa. Depois de ficar totalmente acordada, ela virou a cabeça para o lado.

Ao ver o homem deitado ao lado de olhos fechados, ela arregalou os olhos de surpresa:

- Voltou!

Ele não voltou antes que ela adormeceu ontem à noite.

Ela achava que o homem não ia voltar, mas inesperadamente, ele regressou por fim, só que não sabia a que horas ele voltou.

Olhando as sobrancelhas franzidas e as olheiras do homem, Andreia entendia que ele estava muito cansado nesse momento. Caso contrário, ele não iria dormir tão profundamente.

Normalmente, ele acordava facilmente mesmo com um movimento ínfimo dela.

Não sabia o que ele fez por Bia ontem à noite, que o deixou exausto de tal maneira.

Andreia sentia inveja por um momento.

Afinal, ninguém ficaria contente ao ver o próprio marido dedicar-se por conta de uma outra mulher.

Ela queria mesmo acordá-lo, para que ele confessasse tudo o que aconteceu ontem à noite.

Mas por fim, Andreia abandonou essa ideia, pois também sentia muito pelo cansaço dele.

Ponderando, Andreia suspirou e tirou o braço de Raviel da cintura dela levemente. Descendo da cama, ela caminhou ao banheiro tranquilamente para se lavar, trocou a roupa e saiu do quarto.

Quando foi embaixo, Cláudia já voltou e estava limpando a mesa e tirando as decorações na sala de estar. Ao ouvir as pegadas, ela olhou para as escadas:

- Senhora, você acordou.

Andreia ainda não se acostumou a esse tratamento "senhora". Apesar de ter o visto no jornal, ainda era muito diferente chamar afora, em comparação com a escrita.

Portanto, ao ouvir Cláudia chamá-la de senhora, Andreia estava um pouco nervosa e envergonhada, mas ainda acenou a cabeça e retornou:

- Bom dia, Cláudia.

Afinal, ela já se casou com Raviel e é dona da Família D'Angelo de fato.

- Bom dia, senhora - Cláudia enxugou a mão no avental e olhou para atrás de Andreia. - O senhor ainda não se levantou?

Andreia abanou a cabeça:

- Não. Ele está exausto e ainda está dormindo.

Ouvindo isso, Cláudia desatou a rir e disse tapando os lábios, com essa insinuação significativa:

- Deve dormir de fato, KKK.

Ao ver essa expressão de Cláudia, Andreia percebeu que Cláudia entendeu mal, achando que o sexo entre ela e Raviel era excitante demais.

Mas Andreia só forçou uma risada e não explicou o fato de que nada aconteceu entre ela e Raviel ontem à noite.

Afinal, não faz sentido revelar isso. É melhor ficar calada.

- Cláudia, tem algo para comer? - Andreia tocou a barriga e desviou o tópico. - Eu tenho fome.

- Tem sim - Cláudia acenou a cabeça apressadamente, largou o pano e caminhou à cozinha. - Eu comprei uma galinha especialmente quando regressei. Agora a canja deve estar pronta. Senhora, me aguarde na sala de jantar.

- OK - Andreia concordou sorrindo.

Após poucos minutos, Cláudia serviu a canja de galinha e o café da manhã.

Andreia fechou os olhos ao sentir esse aroma.

Cláudia serviu uma tigela de canja para ela:

- Senhora, tome essa sopa, que ainda está quente. Quando ficar fria, o sabor ficará mau.

- Obrigada, Cláudia. - Depois de a agradecer, Andreia tomou a sopa e ficou com os olhos brilhantes.

- Senhora, que te parece o sabor? - Cláudia perguntou, fixando o olhar nela.

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