Perante as palavras dele, Andreia riu de raiva com mais lágrimas nos olhos:
- Raviel, você ainda não percebeu? O que eu quero é sua franqueza e sinceridade! Eu não tenho ideia do que eu fiz errado, para que você me tratasse de tal maneira. Se você me achar imperdoável, me diga lá e até pode se divorciar comigo. Não tem necessidade de usar essa violência silenciosa. Você sabe…
Ela chorou sufocada:
- Você sabe que essa maneira de tratar me fez angustiada? Eu até prefiro que você peça o divórcio diretamente do que me tratar com apatia.
- Eu não vou divorciar-me. - Ao ouvir essa palavra “divórcio”, Raviel contraiu as pupilas e jogou essa frase devagar em voz rouca.
No entanto, essa declaração não confortou Andreia. Ela respirou fundo:
- Se não quiser o divórcio, você quer continuar com essa situação?
Raviel abaixou as pálpebras, sem retorno.
Andreia fechou os olhos:
- Entendi. Não vou falar mais nada.
Depois, ela cortou a chamada e subiu ao piso superior, cheia de cansaço. Ela se trancou no quarto, nem desceu para jantar.
Cláudia, que se encontrava muito preocupada, subiu e bateu na porta, mas Andreia não atendeu, dizendo que nada aconteceu.
Porém, ouvindo a voz chorosa dela, como é que Cláudia acreditava nesse pretexto dela? Sem capacidade de a persuadir, Cláudia só podia ir embora sacudindo a cabeça.
Nos 2 dias seguintes, Andreia andava desanimada e errou várias vezes nos desenhos feitos para os clientes.
Caso Érika não descobrisse tempestivamente e pegasse os desenhos de volta, seria um desastre.
Ao ver a imagem arrasada de Andreia, Érika sentiu pena e raiva ao mesmo tempo. Finalmente, ela não podia aguentar mais e empurrou a porta do gabinete da amiga:
- Andy, veja a sua produtividade nesses 2 dias!
Érika jogou os desenhos na mesa de Andreia:
- Não modificou o que deve modificar, não desenhou o que deve desenhar, nem grampeou onde deve grampear, até não assinou documentos dados pela fábrica! Com esse trabalho totalmente bagunçado, você ainda é aquela Andy do passado, que fazia tudo rápida e perfeitamente?
Fixando o olhar nos desenhos na mesa, Andreia abaixou a cabeça, ciente dos erros próprios, sem palavras.
Érika suavizou a postura de imediato:
- Andy, veja como está você agora! Você estava muito sofisticada antigamente, mas agora se encontra completamente pessimista, nem cuida da sua imagem. É só por causa de um homem né? Porque se tortura de tal maneira?
Andreia tapou o rosto:
- Eri, você não entende…
- O que não entendo? Eu também tive sofrimentos no amor. Para amar Gil, eu experimentei toda a amargura. Mas eu tampouco agi como você, que se torturou até tal ponto. Pelo menos, eu tenho sido muito forte - Érika interrompeu a amiga em voz fria.
Andreia mexeu os lábios e ainda queria dizer algo, mas não falou nada por fim.
Érika tem razão. Apesar de toda a angústia, ela nunca ficou tão arrasada.
Nesse sentido, ela realmente não se compara com Érika.
- Andy, reajuste a sua atitude já. - Érika abraçou Andreia e a confortou em voz gentil. - Você era tão brilhante no passado, mas agora, até eu não posso aceitar a sua imagem. Eu sei que você ama muito o presidente Raviel. Ele te machucou, mas você não pode torturar-se. Quem deve ser torturado é o presidente Raviel.
- Tortular Ravi?
Andreia levantou a cabeça.
Érika acenou a cabeça fortemente:
- Isso mesmo. Ele te deixou triste e porque não castiga esse homem? Não vale a pena castigar você própria, que também não é um ato inteligente. Além disso, há tantos homens nesse mundo. Se o presidente Raviel continuar a tratar você dessa forma, você ainda pode divorciar-se com ele e procurar um outro.
Andreia riu da fala dela:
- Você acha isso tão fácil?
- Porquê não? Afinal, com essa situação entre você e Raviel, provavelmente já não têm como voltar para o passado. Então, é melhor separar-se o mais cedo possível. Se continuar a enrolar-se, quem sofre será você. Mesmo que não leve você própria em consideração, ainda precisa de pensar nas 2 crianças né?
- Crianças… - Andreia piscou os olhos.
Érika acenou a cabeça:
- Sim, não pode deixar as 2 crianças viverem sob a sombra da vossa discordância, pois não? Isso não faz bem ao crescimento delas. E mais, quando você ainda não se casou com o presidente Raviel, as crianças viviam sem o pai mas ainda estavam bastante alegres né?
É verdade.
Andreia não tinha como rebater.
O que Érika disse é certo. Se ela não conseguir reconciliar-se com Raviel, essa atmosfera pesada da família levará um grande impacto às crianças.
Ela não podia continuar com essa situação, por conta das 2 crianças.
Mas se separar com Raviel…
Surgiu uma dor abrupta no coração de Andreia. Ela pressionou a mão no peito, com uma expressão cheia de saudades.
Honestamente, ela realmente não conseguia fazer isso.
Érika, que parecia enxergar o pensamento de Andreia, bateu nos ombros dela:
- Aliás, você está prestes a fazer mais uma identificação de DNA entre o presidente Raviel e as 2 crianças, não é?
Andreia acenou a cabeça:
- Estou planejando, só que ele não está na mansão e não tenho como pegar a amostra genética dele.
- Não faz mal. Vamos fazendo esse trabalho. - Érika encolheu os ombros e acrescentou:
- Quando pegar a amostra genética do presidente Raviel, faça a identificação rápido. Se o resultado indicar que as 2 crianças são dele, volte a negociar com ele. Senão, pode se separar com ele, além de…
- O quê? - Andreia fixou o olhar nela.
Érika sorriu:
- Eu sei que você se casou com o presidente Raviel não só por causa do seu amor por ele. O mais importante é que ele é o pai das 2 crianças e tem responsabilidade de as criar. Mas se essas 2 crianças não forem descendentes dele, você ainda tem razão de mandar o presidente Raviel criá-las?
Andreia mudou de cara ligeiramente e abanou a cabeça em seguida:
- Claro que não.
Ela optou por se casar com Raviel com base nesses 2 fatos.
Mas se as 2 crianças não forem dele, ela não tem como mandar Raviel sustentá-las. Ela não é tão desavergonhada.
- Portanto, analise bem. Vou à fábrica primeiro. - Depois, Érika saiu do gabinete.
Abaixando as pálpebras, Andreia realmente começou a ponderar o futuro da relação entre ela e Raviel.
Depois de sair da empresa, Érika não foi à fábrica como ela disse.
Ela dirigiu ao Grupo Barisque Royale.
Ela realmente não podia aguentar mais a imagem atual de Andreia e queria repreender Raviel pela amiga.
Ao chegar ao Grupo Barisque Royale, Érika caminhou rumo ao elevador exclusivo diretamente, ao invés de se registrar na recepção.
A recepcionista foi pegada de surpresa e foi impedi-la imediatamente:
- Senhora, você não pode usar aquele elevador, que é exclusivo para o presidente. Se você quiser subir, pode usar esses elevadores comuns.
Érika pausou os passos:
- Os elevadores comuns podem subir ao piso superior?
A recepcionista ficou confusa com a pergunta dela e sacudiu a cabeça:
- Não.
- Então, é isso mesmo. Eu quero subir ao piso superior e claro que vou usar esse elevador exclusivo. Eu não errei.
Ao falar, Érika estava prestes a pressionar o botão.
A recepcionista a impediu novamente segurando o braço dela e forçou uma risada:
- Senhora, o gabinete do presidente fica no piso superior e você não pode ir lá.
- Eu vim aqui justamente para procurar o vosso presidente, porque não posso ir? Me largue! - Érika tentou se livrar da mão da recepcionista.
Mas a recepcionista insistiu, sem a soltar.
Com a fúria provocada, Érika estava para dizer algo, mas a porta do elevador exclusivo se abriu de repente, onde saíram duas pessoas, Bia e Saymon.
Ambos dois ficaram surpreendidos ao ver Érika em disputa com a recepcionista.
- Srta. Érika, porque é que você está aqui? - Bia perguntou primeiro.
Érika pausou os olhos nela e franziu as sobrancelhas:
- Isso não tem a ver com você. E porque é que você está aqui?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Mais do que paquera
Meu Jesus, me desculpe a autora mas a Andréia é muito negligente como mãe. Como deixar duas crianças de menos de 05 anos sozinhas??? E isso está ocorrendo desde o início do livro Ela ainda queria ficar no hospital deixando as crianças com fome Que mãe é essa em!...
O livro parece interessante mas os desencontros está ficando cansativo...