Estava à noite lá no estrangeiro. Andreia não sabia se Luiz estava dormindo ou não, de maneira que já tinha uma preparação psicológica para o não atendimento dele.
Para a surpresa dela, porém, Luiz, que estava acordado, atendeu o telefone:
- Andy?
- Luiz, estou te incomodando? - Andreia perguntou gentilmente.
Após o falecimento da mãe, Luiz é o único consanguíneo dela, além das 2 crianças.
- Não, eu acabei de voltar da exposição lá no museu. O que aconteceu? - Luiz perguntou, tossindo.
Andreia notou isso e ficou nervosa em um instante:
- Luiz, você está doente?
- Peguei um resfriadinho, mas nada grave. Não se preocupe, Andy - Luiz sorriu, de rosto meio pálido.
Como é que Andreia pode deixar de se preocupar?
Mas ela não tinha jeito. Luiz estava no exterior e ela não tinha como ir lá para cuidar dele.
- Consultou o médico? - Andreia perguntou, sentindo pena pelo irmão.
Luiz acenou a cabeça:
- Consultei e tomei remédio. Hoje já me melhorei bastante e amanhã vou me recuperar completamente.
- Tá bem - Andreia mexeu o canto de lábios.
Luiz perguntou:
- Andy, tem algo para falar comigo?
- Nada especial. Só queria te perguntar: quando a mãe cuidava de você em casa antigamente, ela procurava muito o Sr. Ernesto? - Andreia perguntou.
Luiz inclinou a cabeça com dúvidas:
- Você está referindo o avô do seu marido?
- Sim - Andreia disse.
Luiz acenou a cabeça:
- Sim, ela tinha muito contato com o Sr. Ernesto. Ouvi a mãe dizer que ela é filha nominal dele.
- E quando a mãe foi com o Sr. Ernesto, você notou alguma estranheza com ela? - Andreia continuou perguntando.
Luiz franziu as sobrancelhas ligeiramente:
- O que significa essa estranheza?
Mexendo os lábios, Andreia tampouco sabia como explicar.
Érika, que estava ao lado, não podia esperar mais. Ela pegou o celular impetuosamente:
- Luiz, sou eu.
- Érika - Luiz a saudou sorrindo.
- Bom menino! - Érika respondeu com satisfação e disse:
- É assim: o seu cunhado está louco nesses dias e lançou uma guerra fria com a sua irmã. Quanto ao porquê, talvez a Sra. Virgínia fizesse algo que prejudicasse a Família D'Angelo, por isso o seu cunhado abafou a raiva na sua irmã.
- O quê? - a risada de Luiz ficou congelada em um segundo. - Ele até tratou a minha irmã de tal maneira? Andy está bem agora?
- A saúde está OK, o espírito não. Mas já se sentiu melhor um pouco após o meu conforto. Por isso, nós queremos justamente apurar o que a Sra. Virgínia fez, a fim de resolver o problema entre a sua irmã e o seu cunhado. Caso contrário, eles vão se divorciar definitivamente - disse Érika.
Luiz franziu a testa fortemente:
- Eu não tenho ideia do que a mãe fez que ofendesse a Família D'Angelo. Não tenho nenhuma impressão disso.
- Pense minuciosamente. A Sra. Virgínia tomava conta de você no passado, sendo você que tinha mais contato com ela. Talvez você saiba algo, só que ignorou - Érika não queria desistir.
Para apurar a verdade, elas só podiam obter informação com Luiz.
Afinal, ambos Raviel e Saymon são extremamente capazes de guardar segredos e de nenhum jeito vão revelar nada.
- OK, vou pensar então - Luiz concordou seriamente.
Por conta da irmã, ele precisava de recordar atenciosamente.
Enquanto Luiz estava restaurando a memória, Érika devolveu o celular a Andreia.
Andreia suspirou:
- Por ventura Luiz realmente não saiba.
- De qualquer maneira, vamos aguardar. Se realmente não tivermos jeito, você pode comprar hipnóticos ou simplesmente deixar bêbado o presidente Raviel para obter informações com ele. O que acha? - Érika a olhava.
Andreia achou engraçado, prestes a perguntar porque é que ela tinha tantos truques na cabeça, enquanto soava a voz de Luiz no telefone:
- Andy, eu recordei uma coisa!
Andreia se entreolhou com Érika.
Elas pensavam que não resultaria nada, mas inesperadamente, tinha algum retorno de fato.
Érika ficou orgulhosa:
- Veja! Eu digo aguardar.
- Puxa - Andreia rolou os olhos a ela e colocou o celular ao ouvido. - Luiz, você recordou? A mãe realmente fez algo que prejudicasse a Família D'Angelo?
- Eu também não tenho certeza do que a mãe fez. Há 9 anos, no dia… - Luiz bateu na testa. - Parece que era no dia 9 de outubro. A mãe chorou bêbada logo que voltou para casa, dizendo repetidamente “desculpa”, “oxalá pudesse passar por lá mais cedo”, etc..
- Passar por lá mais cedo? - Andreia ficou confusa.
O que significa isso?
Luiz esfregou o cabelo:
- Naquele dia, a mãe acabou de voltar depois de visitar o Sr. Ernesto. Será que aconteceu algo entre a mãe e o Sr. Ernesto?
Sem responder, Andreia comprimiu os lábios, ponderando.
Érika a empurrou:
- Qual é o problema?
- O dia 9 de outubro, me parece uma data muito familiar - Andreia franziu fortemente as sobrancelhas.
Luiz acrescentou:
- Aliás, Andy, você me lembrou. A partir de que eu tinha 3 anos, a mãe foi afora todos os anos nesse dia e sempre voltou tristemente. Porém, como a mãe nunca ficou tão colapsada como naquele dia há 9 anos, eu não levei a sério.
Provavelmente o dia 9 de outubro tem algum significado importante.
- Espere. A partir de que Luiz tinha 3 anos, a Sra. Virgínia sempre estava de mau humor no dia 9 de outubro. E Luiz também disse que a Sra. Virgínia deveria ter algum conflito com o Sr. Ernesto 9 anos atrás. Parece que essas 2 coisas estão relacionadas uma com a outra, pois ambas aconteceram no dia 9 de outubro…
Érika engoliu as palavras seguintes, mas Andreia entendeu o que ela queria dizer.
Andreia semicerrou os olhos:
- Provavelmente, a mãe não teve qualquer conflito com o Sr. Ernesto 9 anos atrás. A razão verdadeira seria datada no dia 9 de outubro do ano em que Luiz completou 3 anos. Talvez ocorresse algo que envolvesse a Família D'Angelo, mas nós não sabemos.
- É possível assim! - Érika arregalou os olhos.
Andreia esfregou a testa:
- Portanto, o que precisamos de saber agora é: o que aconteceu no dia 9 de outubro do ano em que Luiz completou 3 anos? Se conseguimos verificar isso, provavelmente será resolvido o problema entre eu e Ravi.
Érika e Luiz acenaram a cabeça.
Érika ponderou um pouco:
- Vamos procurar na Internet. No caso de famílias nobres como a D'Angelo, há notícias na Internet sobre grandes acontecimentos.
- Boa ideia. Eri, por favor. - Andreia bateu nos ombros da amiga.
- Sem problemas. - Érika sorriu e se sentou na frente do computador.
Andreia continuou conversando com Luiz sobre a vida dele lá no estrangeiro.
Após uns minutos, Érika conseguiu um resultado.
- Andy, eu encontrei. - A expressão de Érika parecia estranha e pesada.
Com um choque no coração, Andreia cortou a chamada e caminhou para ela. - O quê?
- Olhe - Érika passou o laptop para a frente de Andreia.
Andreia ficou com a boca bem aberta depois de dar uma olhada:
- Foi o dia em que os pais de Ravi morreram!
- Sim. Luiz teve 3 anos de idade há 18 anos, por isso pesquisei o dia 9 de outubro 18 anos atrás. Foi a data de falecimento dos pais do presidente Raviel, além de ser o dia em que morreu o avô dele. - Érika levantou a cabeça para ela.
No entanto, o Sr. Ernesto faleceu em 9 de outubro poucos anos atrás.
Mordendo o lábio, Andreia achou isso absurdo:
- Como é possível que a minha mãe seja envolvida com a morte dos pais de Ravi?
Ela não entendia, nem podia acreditar.
Perante a amiga emotiva, Érika pegou a mão dela:
- Andy, calma.
- Como é que posso ficar calma? - Cheia de angústia, Andreia respondeu tapando o rosto com a mão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Mais do que paquera
Meu Jesus, me desculpe a autora mas a Andréia é muito negligente como mãe. Como deixar duas crianças de menos de 05 anos sozinhas??? E isso está ocorrendo desde o início do livro Ela ainda queria ficar no hospital deixando as crianças com fome Que mãe é essa em!...
O livro parece interessante mas os desencontros está ficando cansativo...