Mais do que paquera romance Capítulo 42

- É, sim. Apesar de a família Watanabe ser uma empresa de vestuário, eles também estão no ramo de tecidos. Por causa do relacionamento com Sr. Naruto, os tecidos de que nossa empresa necessita são todos fornecidos por eles - explicou o colega a Andreia, que assentiu com a cabeça:

- Então é por isso. Entendi, obrigada.

- Por nada - ele acenou e saiu.

Ela então colocou o cartão de visitas na bolsa e foi até Judite para aprovar a visita ao fornecedor. Imaginou que Judite dificultaria as coisas; para sua surpresa, ela a tratou muito bem, e de cara aprovou a saída.

Mesmo Judite estando tão agradável, Andreia ainda se sentia desconfortável, mas não pensou muito; olhou para a interlocutora com desconfiança, pegou a autorização e foi até a Fábrica de Tecidos Watanabe.

Por causa da poeira da fibra, as fábricas de tecidos costumavam ser construídas em locais pouco povoados nos subúrbios. Já era meio-dia quando Andreia chegou.

Ela saiu do carro, olhou ao redor e se pôs a caminhar em direção à guarita do segurança:

- Boa tarde, sou designer do Grupo Barisque Royale, e vim buscar a mercadoria. Sabe me dizer onde está o supervisor?

- Ele está monitorando a linha de produção.

O guarda conferiu a autorização de trabalho e a identidade dela, e então abriu o portão. Ela agradeceu e pegou de volta os documentos. Ato contínuo, ele a levou até o supervisor.

Ao perceber o motivo da visita, o supervisor se mostrou constrangido:

- Sinto muito, Senhorita Andreia, mas o tecido que você veio buscar já acabou.

- Como assim? - pega de surpresa, ela franziu a testa -, acabou?

- Isso mesmo - assentiu o supervisor com um sorriso amarelo.

Ela não conseguiu retribuir o sorriso, e se limitou a torcer os lábios vermelhos:

- Senhor, até onde eu me lembro, meus colegas da empresa vieram buscar a mercadoria ontem, mas por causa da divergência com o modelo não as retiraram. Elas ainda deveriam estar em algum lugar por aqui. Como é possível que tenha acabado?

- Certamente alguma outra empresa a levou. Outras empresas também precisam desses tecidos - respondeu ele, natural e assertivo.

Ela retrucou, sem acreditar:

- Quem levou?

- Não posso dizer, Srta. Andreia. Meus clientes são confidenciais.

Andreia debochou:

- Aí já é demais, senhor. Esse material era para o Grupo Barisque Royale. Como pôde oferecê-lo a outras empresas? Quem te deu esse poder?

- Eu dei! - do lado de fora do portão da fábrica, uma voz feminina arrogante ecoou de repente.

Apertando os olhos, Andreia pôde distinguir uma silhueta familiar rebolando num salto alto:

- É você?

Hinata parou diante do supervisor:

- Pode descer, eu cuido dela.

- Certo -ele acenou com a cabeça, deu as costas e saiu.

Só então Hinata se voltou para Andreia e, apoiando o peso do corpo nos saltos mais altos do que os da cliente, ergueu deliberadamente o queixo e olhou pelos lados das narinas:

- Euzinha. Por essa você não esperava.

Andreia revirou os olhos:

- Eu não esperava mesmo. Mas por que fez isso? Até parece que não sabe quais serão as consequências.

- Consequências? Que consequências? - Ela curvou os lábios em uma expressão de desaprovação -, eu só sei que sem os tecidos você não vai ter o que mostrar.

Andreia enfim entendeu, e foi tomada por frieza:

- Então você repassou o material para outra empresa apenas para me atingir?

- Está certa! - Hinata sorriu, triunfante, - Na última festa, você contou com a ajuda de Sr. Raviel. Só quero ver quem mais vai ajudá-la desta vez. Tenta se atrever a roubar meu colar, e eu mato você!

- Mas não tinha ficado claro da última vez que não fui eu quem roubou seu colar? - Andreia não sabia o que dizer.

- Acha mesmo que eu acredito? Se você não o roubou, como ele foi parar na sua bolsa? - Hinata apontou para a bolsa da designer, convicta de que ela havia roubado a joia.

Andreia esfregou as sobrancelhas, sentindo-se cansada da situação:

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