Meu CEO Dominador romance Capítulo 101

Luíza

SEGUNDO DIA DE TERAPIA

—Como estão hoje? Luíza falará sobre a sua visão tudo bem? — Já estamos na mesma sala de ontem, nos mesmos lugares, prontos para mais uma sessão. Ontem foi intenso, eu e o Lucca conversamos bastante antes de dormir o que também ajudou. Ele me disse que falar o que tinha falado comigo ouvindo, tinha sido libertador, que se sentia melhor do que antes.

—Estamos bem Abigail e sim, ela vai falar hoje — ele responde segurando minha mão, sabendo que posso desabafar facilmente ao começar a falar.

—Quando estiver pronta Luíza — ela fala com sua calma que já acostumamos apenas com a primeira sessão.

—O Lucca falou sobre o início do nosso relacionamento, sobre nossas experiências e medos mas não os expos, sei que ele não o fez porque grande arte tem a ver comigo e ele respeita meu espaço, sempre foi assim — falo olhando dela para ele — bom, eu sou filha única de uma mãe que morreu no parto e um pai que nunca me quis, fui criada por minha avó materna que morreu de câncer quando eu tinha 16 anos, ainda na adolescência quase fui estuprada pelo meu vizinho que sempre tratei como um irmão mais velho... — dou uma pausa, é muita coisa para lembrar — quando fiquei de maior quis sair do Brasil para morar fora, não aguentava as pessoas me olhando com pena e comentando sobre a menina que por pouco não foi estuprada pelo vizinho. Sempre convivi com a Emma — sorrio ao lembrar dela e da sua família — nós somos amigas dede que me entendo por gente, foi a família dela que me ficou com a minha tutela quando fiquei sozinha no mundo e foi ela que embarcou na minha ideia, vindo comigo para Nova York. Nós estudamos na Universidade de NY, nesse tempo tive um namorado que para resumir, foi mais um homem que cruzou meu caminho para me fazer mal, ele era tóxico e eu só entendi isso de verdade depois que conheci o Lucca, porque ele me tratava com carinho, respeitava minhas vontades e sempre foi sincero, totalmente diferente do Jhon, esse é o nome do ex — falo suspirado — até o Lucca entrar na minha vida feito um furacão, eu não queria saber de relacionamentos e muito menos dava chance para os homens porque não tive nenhuma boa referência deles em toda minha vida. O Lucca veio como o sopro de ar fresco que a minha vida precisava e eu nem ao menos sabia — sorrio fraco o olhando e voltando a olhar a Abigail que vez ou outra anota as coisas que falo — quando soube que estava grávida, foi um grade susto, porque nós não usávamos preservativo, mas eu era acompanhada por uma ginecologista e tomava minha pílula direitinho ou pelo menos achava que tomava, enfim, aconteceu tudo que o Lucca disse... vê-lo sair pela porta do meu apartamento dizendo que precisava respirar sumindo o dia seguinte inteiro, me fez pensar por um momento que eu havia me enganado com ele, que ele não era diferente dos outros homens que cruzaram meu caminho, mas eu estava errada e a partir do momento que conversamos, que entendemos que iriamos aprender e tentar sempre ser os melhores pais para o nosso filho, as coisas começaram a fluir. Estávamos realmente muito felizes — faço uma pausa lembrando dos planos que estávamos fazendo — todos os dias conversamos sobre algo relacionado ao bebê. No dia do acidente eu estava radiante, não sei o motivo exato, mas eu estava bem feliz e saí da empresa para buscar a minha amiga nessa mesma felicidade, porém aquela mulher bateu em mim arrancando nossos planos futuros, fazendo o Lucca sofrer por vinte e dois dias sem saber quando eu iria acordar ao mesmo tempo que tinha que lidar com a perda do nosso filho, sinceramente já pensei muito sobre isso, sobre o que ele suportou sem mim — as lágrima já dão sinal de vida e o Lucca aperta minha mão com força — porque quando ele me contou o que tinha acontecido comigo, quando ele disse que o nosso filho não havia resistido minha reação foi de chorar em desespero porque era assim que me sentia naquele exato instante, além do vazio por saber que o que havia dentro de mim já não estava mais lá, que eu não ficaria mais me olhando todo o tempo no espelho tentando achar alguma diferença no tamanho da barriga ou perguntando a todo mundo se dava para perceber algo, até dos meus enjoos, mudanças de humor e minha fome que estava gigante, tudo começou a passar na minha cabeça em terceiro plano, eu conseguia ver tudo isso escapando das minhas mãos sem ter o que fazer — falo chorando muito mais agora — o apoio de todos e ter o Lucca comigo, me ajudou até agora porém tenho consciência que ainda falta para superarmos.