Luíza
É chagado o momento, já estou tremendo por dentro, mas eu preciso falar. Não posso começar nenhum tipo de relação escondendo coisas assim do Lucca.
—Vamos lá Bella, pode falar, mas se sinta pressionada. Fale apenas se estiver confortável — ele fala atencioso.
—Não Lucca, eu quero falar. Preciso falar, na verdade — ele balança a cabeça em concordância e espera pacientemente que eu comece a falar — São duas histórias, a que me fez querer sair do Brasil assim que pude e a que me fez.... Enfim. Quando minha Avó morreu, eu tinha acabado de fazer 16 anos, morávamos numa cidade pequena do Rio de Janeiro, todo mundo se conhecia e como sabiam que eu havia ficado totalmente sozinha as pessoas da minha rua se revezava para "cuidar" de mim — faço aspas com as mãos, porque quem ficou com minha tutela mesmo foi a mãe da Emma — não haviam outros parentes e não queria terminar em um lar adotivo. Tia Amália é quem realmente cuidava de mim, mas ela tinha a Emma, o marido dela, trabalho, essas coisas e nem sempre eu queria ficar na casa dela. Eu gostava da sensação de estar na casa que nasci, o cheiro, as recordações. Então... meu vizinho Guilherme, filho do seu José que também era meu vizinho de vez em quando ia lá ficar comigo. Ele era mais velho que eu cinco anos, trabalhava, era responsável, então o tinha como um irmão mais velho mesmo. Ele me levava chocolate, via filmes comigo, cuidava de mim, bom.... Pelo menos era isso que eu achava — nessa hora me afasto do Lucca, sentando em uma poltrona mais afastada, com as pernas encolhidas, mantendo o olhar em um ponto fixo da parede. Não quero olha-lo agora.
— Apesar de ter 16 anos, eu era muito moleca, gostava de jogar vídeo game, subir em árvores com a Emma, nem pensava em namorar. Claro que já havia dado meu primeiro beijinho, mas nada de mais, esse não era o meu foco. O Guilherme começou a ir lá para casa de tarde ou a noite com mais frequência quando eu cismava de não ficar na casa da Emma. O cheirinho de lar, as lembranças da minha avó... — fecho os olhos com força antes de continuar falando — E - eu, confiava nele, juro Lucca! Não via maldade. Um dia peguei ele me olhando trocar de roupa pela brecha da porta, briguei com ele e o mesmo disse que foi sem querer, que me via como sua irmãzinha, que ele nunca faria algo assim então eu só acreditei deixando pra lá — puxo o ar para seguir com a história — Em uma das noite que ele foi dormir lá em casa, eu estava bastante cansada por conta da época de provas da escola, dei boa noite a ele avisando que já ia dormir, ele disse que podia ir tranquila porque estaria cuidando de mim e ia dormir no sofá da sala em vez do outro quarto da casa, já que queria ver filmes — a cara do Lucca era indecifrável e ainda nem tinha terminado toda história. Começo a apertar meus dedos com força, nervosa, com medo de ter uma crise de ansiedade. Ele levanta vindo em minha direção pegando na minha mão, alisando-a com carinho e se agachando ao lado da poltrona.
—Nessa noite fui dormir me sentindo segura, afinal tinha alguém que eu tinha como irmão ali para me proteger — dou uma pausa — Quando estava dormindo comecei a sentir algo na minha perna, eu só me mexia, achando ser algum besouro, eu só... Eu só queria dormir! — Nessa hora começo a chorar silenciosamente — A coisa não parou de tocar na minha perna, estava me incomodando. Quando abri os olhos... me assustei com o que vi. Era ele... estava ao meu lado, parado em quanto segurava o pênis, esfregando na minha perna. Ele tapou minha boca com as mãos para que não gritasse. Entrei em desespero — dou uma pequena pausa — Eu me remexia desesperada, queria sair daquela situação urgentemente, mas parecia que ele se excitava ainda mais com o meu desespero. Ele subiu sobre mim, passando a mão que estava livre pelo meu corpo todo, me beijando e esfregando aquele troço dele por cima da minha calcinha... E - el- ele... ia rasgar minha calcinha Lucca, ele ia! — Começo a soluçar não contendo mais o desespero que essa história me traz — Então consegui morder a mão dele em uma distração e comecei a gritar por socorro. Ele deu um tapa no meu rosto mandando que ficasse quieta, mas eu gritava mais alto ainda. Quando gritei, tive esperanças de que nada aconteceria porque a casa da Emma era grudada com a minha, mas ele me bateu com mais força e tapou minha boca novamente. Fechei os olhos esperando ele fazer o que queria comigo, aceitando que não tinha jeito, mas Tia Amália junto com o Tio Vitor escutaram meus gritos e correram lá para casa. Tia Amália tinha minha tutela, então tinha acesso total a casa que era da minha avó. Ela chamou a polícia em quanto Tio Vitor mantia o Guilherme imobilizado e longe de mim. Ele foi preso em flagrante e condenado. Mesmo assim, as pessoas falavam de mim, me apontavam como a pobre garota que por pouco não foi estuprada pelo vizinho. Eu me Sentia... M - me sinto suja! Sempre que lembro, sinto nojo! Esse foi o maior motivo para vir para cá. Eu queria superar tudo aquilo, queria esquecer as pessoas me olhando com pena ou cochichando pelos cantos — as lágrimas seguem caindo pelo meu rosto.



Verifique o captcha para ler o conteúdo
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Meu CEO Dominador
Ué, cadê o resto do livro ?...
Ué, concluido assim, 4 capitulos?...
Mas capítulo por favor...