Me tranquei no meu quarto a tarde inteira. Só sai a noite quando Lilian me chamou para jantar. Eu jantei em silêncio e depois de agradecer subi as escadas para meu quarto. Quando estava no fim da escada escutei a conversa dos meus tios com o Bruno.
_O que aconteceu? - Tia Lili pergunta.
_Vocês brigaram? - Foi a vez do meu tio perguntar.
_Estamos brigados... - Bruno respondeu sua voz transmitia o desapontamento e a tristeza.
_Por que? - Os pais do meu melhor amigo perguntam juntos, eu fico parada escondida tentando ouvir a conversa, que em minha defesa, era sobre mim.
_Porque eu sou um babaca ciumento.
O silêncio reinou na sala de jantar e eu percebi que era minha deixa para terminar o que havia começado e voltei a fazer meu caminho para o quarto. Cerca de uma hora depois a porta do meu quarto abre e tia Lili aparece com sua postura de super mãe.
_Podemos conversar? - Murmuro um sim e largo o celular. - O que aconteceu com vocês? - Ela pergunta me fazendo um carinho nas costas ao me abraçar.
_Bruno não te contou tia? -Pergunto pensando se devo ou não contar minha versão da história. Tudo isso é muito cansativo.
_Digamos que eu gostaria de ouvir a sua versão antes de formar minha opinião. - Ela sorri com seu típico e costumeiro sorriso doce.
_O irmão de uma amiga, Diogo, me chamou para ir a uma festa, é o aniversário dele. Mas o Diogo chamou o Bruno eu estava lá e ouviu. Só que ele não gostou e veio embora sem mim. O Diogo foi super gentil e me trouxe em casa, mas não rolou nada, juro! Eu só dei um abraço nele agradecendo. O Bruno ficou com ciúmes eu acho, porque ficou falando que o garoto é meu namorado e que eu estava beijando ele... Eu nunca beijei outro garoto... - Paro de falar pensando que talvez eu não devesse falar essa parte.
_Além do Bruno. - Lilian conclui. Eu abaixo a cabeça sem querer confirmar. - Ana... - Minha tia respira fundo. - Vocês precisam se acertar, não sei o que vocês têm e apesar de não concordar, porque vocês estão muito novos ainda, acho que deveriam conversar. Se não se gostam o suficiente para ficarem juntos então melhor se separem. O que me deixaria mais tranquila, estou com medo que se machuque, não é por namorar meu filho, e por namorar, eu sou capaz de dar uma surra em qualquer rapaz que te magoar. - Ela ri e eu também. - Fico preocupada que você confunda os sentimentos, porque o Bruno é... Ele é seu único amigo, estão sempre juntos e eu nem sempre estou aqui. Não vou fazer marcação cerrada em cima de vocês, mas...
_Eu gosto dele. - Corto. - Acho que estou... Eu não tenho certeza. Meu coração bate tão rápido e... Eu não sei como é exatamente... Mas sinto uma energia, uma coisa aqui no peito... Estou com medo...
Minha tia me olha tentando parecer calma e imparcial, mas vejo que está nervosa. Ela abre a boca algumas vezes e depois fecha. Então coloca as mãos no rosto e dá um suspiro cansado.
_Quando começou a se sentir assim? Faz muito tempo? Foi antes ou depois do beijo na piscina?
_Tia!? Calma. - Respondo tentando acalma-la. - Não precisa se preocupar... Eu já me preocupo o suficiente por nós. Completo em minha mente.
_Eu preocupo sim. Porque se meu filho partir seu coração vou partir a cara dele! - Ela sorri. - Eu... Não esperava por isso. Vocês eram como irmãos! Quando isso mudou?
_Eu não sei... Não foi por querer..
_Ah, meu doce, eu sei que não foi por querer. Só se cuida tá bom!? E não deixe o Bruno aprontar com você.
_Tudo bem tia. - Respondo meio tímida.
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